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Pitanga, Pr, Brazil
Educação Formal Universitária: 2 Cursos (em áreas distintas); 2 Especializações; 1 Mestrado.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Visões opostas para um mesmo problema.

                     1) Morreu e foi cremado ontem, em Minas Gerais, o Ex-Presidente Itamar Franco. Tendo sido Prefeito da cidade de Juiz de Fora, em Minas, em 1974  foi indicado candidato ao Senado da República, pelo antigo MDB, até porque os grandes nomes mineiros à época, Tancredo Neves, Aureliano Chaves e outros, não viam chances de vitória contra a ARENA, o Partido oficial do Regime Militar. E veio, então, a grande surpresa, com o povo, de norte a sul, demonstrando a sua insatisfação com o regime e votando contra os militares em todo o País.
                      Nessa fornada de vitória do MDB, o partido de oposição (havia só dois) elegeu figuras como Itamar Franco, em Minas, Orestes Quércia, em São Paulo, Paulo Brossard, no Rio Grande do Sul, e, aqui no Paraná, o inesquecível Leites Chaves, grande advogado em Londrina e completamente desconhecido politicamente. Em todo o Brasil foi essa avalanche de voto oposicionista. Muitos dos desconhecidos, em âmbito nacional, Senadores eleitos, começaram aí suas carreiras nacionais. Foi o caso de Itamar. Quis o acaso que, sendo Vice-Presidente de Collor, viesse a assumir, após o impeachment, a Presidência da República.
                        Tido, por muitos, como político interiorano e turrão, demonstrou ao Brasil a sua verdadeira alma= povo honesto e trabalhador, ao contrário do que muitos, principalmente o atual e o último governo pensam. Teve princípios que nunca deveriam ser mudados e solapados. Quando seu maior amigo e assessor de longa data, Henrique Heargraves, Ministro da República, teve seu nome ligado a um pequeno escândalo de corrupção, imediatamente, na mesma hora em que soube, demitiu-o, até que fossem apuradas as denúncias. Após três ou mais meses, constatadas como falsas todas as denúncias contra ele, renomeu-o com gosto. Que saudade!!!
                        Esta visão, que dá gosto de nos chamarmos de brasileiros, após o Governo Lula, deturpou-se completamente.    

                        2) Hoje o que se vê é o oposto. Quando a própria Presidente Dilma, movida por denúncias gravíssimas veiculadas pela revista Veja, manda demitir 04 assessores do já "afamadíssimo" Ministério dos Transportes, aquele onde já por ocasião do "Mensalão" mostrou à nação quem era o tal Deputado federal Valdemar da Costa Neto,  novamente dá-se conta que o mesmo continua promovendo as maiores roubalheiras, cobrando junto às empreteiras taxas de 4 a 5%, diz ele e os outros que é para o "Partido", o PR (Partido Republicano). Como se interessasse ao povo saber para quem se rouba... Roubo é roubo, larápio é larápio, ladrão é ladrão, bandido é bandido e pronto, acabou... Pois é, só que a mesma Presidente deixa para promover a apuração do que aconteceu justamente o Chefe de todos, o Ministro Alfredo Nascimento, que já veio lá da época Lula
                        Parece que não o demitiu também, para evitar contrariar justamente o Lula... É o mesmo que contratar a raposa para dar conta do inventário dos estragos no galinheiro.
                        Essas coisas são seríssimas para o Brasil. Um jornal gaúcho teve o trabalho de fazer uma comparação entre uma dessas obras contratadas pelo Ministério dos Transportes, essa uma ponte sobre o Rio Guaíba, em Porto Alegre, e seus gastos e tempo de conclusão, e outra que é atualmente a maior ponte construída do mundo, na China. Vamos aos dados levantados (fonte: blog do Augusto Nunes, em 05/07/11):
                     
                      "Há uma semana, o governo da China  inaugurou a ponte da baía de Jiaodhou, que  liga o porto de Qingdao à ilha de Huangdao. Construído em quatro anos, o colosso sobre o mar tem 42 quilômetros de extensão e custou o equivalente a R$2,4 bilhões.
                       Há uma semana, o DNIT escolheu o projeto da nova ponte do Guaíba, em Ponte Alegre, uma das mais vistosas promessas da candidata Dilma Rousseff. Confiado ao Ministério dos Transportes, o colosso sobre o rio deverá ficar pronto em quatro anos. Com 2,9 quilômetros de extensão, vai engolir R$ 1,16 bilhões.
                       Intrigado, o matemático gaúcho Gilberto Flach resolveu estabelecer algumas comparações entre a ponte do Guaíba e a chinesa. Na edição desta segunda-feira, o jornal Zero Hora publicou o espantoso confronto númerico resumido no quadro abaixo:
                      Os números informam que, se o Guaíba ficasse na China, a obra seria concluída em 102 dias, ao preço de R$ 170 milhões. Se a baía de Jiadhou ficasse no Brasil, a ponte não teria prazo para terminar e seria calculada em trilhões. Como o Ministério dos Transportes está arrendado ao PR, financiado por propinas, barganhas e permutas ilegais, o País do Carnaval abrigaria o partido mais rico do mundo.

                       Depois de ter ordenado o afastamento dos oficiais, aí incluído o coronel do DNIT, Dilma Rousseff parece decidida a preservar o general. “O governo manifesta sua confiança no ministro Alfredo Nascimento”, avisou nesta segunda-feira uma nota da Presidência da República. “O ministro é o responsável pela coordenação do processo de apuração das denúncias feitas contra o Ministério dos Transportes”. Tradução: em vez de demitir o chefe mais que suspeito, Dilma encarregou-o de  investigar os chefiados.
                     Corruptos existem em qualquer lugar. A diferença é que o Brasil institucionalizou a impunidade. Se tentasse fazer em outros países uma ponte como a do Guaíba, Alfredo Nascimento e seus parceiros saberiam que o castigo começa com a demissão e termina na cadeia."
 
                                        Pois é: se quisermos saber porque o Brasil, com o melhor país do mundo para se viver, com riquezas naturais quase infinitas, onde não acontecem as tragédias naturais (terremotos, tsunamis, tornados, etc...) muito comuns em outros lugares, com um povo trabalhador se tiver oportunidade, não ser ainda um dos "gigantes pela própria natureza" frente ao contexto mundial, pode-se creditar essa desdita aos Sarneys, Collors, Lulas, que infelizmente elegemos por aqui.