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Educação Formal Universitária: 2 Cursos (em áreas distintas); 2 Especializações; 1 Mestrado.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Eles não aprenderam, não aprendem, nem aprenderão!

                             Estou postando novamente com assuntos tirados dos meus blogueiros favoritos, não por acaso, dos maiores e melhores meios de comunicação livres e independentes do país: revista Veja, jornal O Globo, Jornal Folha de São Paulo, etc...
                            Normalmente, os textos deles, as provas em que se baseiam, o estilo, são insusbtituíveis.

                               Blog do Ricardo Noblat -  13.2.2012


                        E como mentem!



                    “Mentiram-me. Mentiram-me ontem e hoje mentem novamente. Mentem de corpo e alma, completamente. E mentem de maneira tão pungente que acho que mentem sinceramente. Mentem, sobretudo, impunemente. Não mentem tristes. Alegremente mentem. Mentem tão nacionalmente que acham que mentindo história afora vão enganar a morte eternamente”.
                      Pois sim...
                     Apelo para o poema “A implosão da mentira”, de Affonso Romano de Sant'Anna, sempre que esbarro em algum caso exemplar de mentira. Porque um desses exige uma resposta exemplar. E não conheço outra melhor do que o poema de Affonso, mineiro de nascimento, autor de mais de 40 livros. Um deles: “Que país é este?”
                      Na última sexta-feira, um auxiliar de Dilma encastelado no Palácio do Planalto indignou-se ao ler no jornal O Estado de S. Paulo reportagem de Tânia Monteiro sob o título “Planalto aborta visita de Dilma a obra da Transnordestina ao constatar abandono”. Perguntou agressivo em seguida: “Isso aqui é delírio de quem? Do jornal ou da repórter?”
                        Eis a abertura da reportagem de Tânia: “Grades de proteção para afastar a multidão, toldos e um palanque foram desmontados às pressas na manhã de quarta-feira, 8, depois que a presidente Dilma Rousseff cancelou a viagem a Missão Velha, no sertão do Cariri (...) porque o palco da festa fora montado num trecho de obra paralisada da ferrovia Transnordestina.”
                       A 24 horas da visita de Dilma, apenas quatro empregados trabalhavam na ponte 01 de Missão Velha, Ceará.
                        Restavam 190 dos 813 ocupados nos três trechos da estrada no início de dezembro. E apenas 299 nas obras da transposição do rio São Francisco na altura da cidade de Mauriti. Antes eram 1.525.
                        O auxiliar de Dilma deve ter imaginado que Tânia escrevera sua reportagem sem sair de Brasília.
                         De fato, ela visitou a região com antecedência. Conferiu o que viu e ouviu.
                         Teve mais sorte do que eu. Estava no Rio na quarta-feira passada quando soube da encrenca em que se metera na Bahia o general Gonçalves Dias.
                        Comandante da 6a.Região Militar, cabia-lhe a tarefa de enfrentar os policiais militares grevistas que haviam tomado o prédio da Assembleia Legislativa do Estado. Não lhe faltava experiência para tanto – pelo contrário.
                         Faltou-lhe bom senso. Esqueceu que general não precisa ser simpático. Basta que seja eficiente.
                         No primeiro dia que passeou sua calvície em frente ao refúgio dos amotinados, o general ganhou um bolo de presente porque aniversariava.
                          Ouviu parte dos grevistas cantar parabéns para você.
                          Foi fotografado abraçado com um PM. Emocionou-se. E por fim, chorou.
                          O general romântico! O general do povo!
                          Com Dilma presidente, PM bandalho não ganha mais anistia, nem general chora abraçado com fora da lei.
                          Apurei então por telefone que o general perdera o comando da repressão aos grevistas. Fora conivente demais com eles.
                          Publiquei a notícia no meu blog. Para quê? Para nas quatro horas seguintes quase ser soterrado por solenes desmentidos.
                          O ministro da Justiça desmentiu.
                          O governador da Bahia desmentiu.
                          O porta-voz do general desmentiu.
                          E o próprio general desmentiu. Transferiu-me sua angústia que só terminou quando li mais tarde reportagem de Tânia Monteiro no site do jornal O Estado de São Paulo. Tânia cobre a área militar há 27 anos. Entende mais do riscado do que muito cabra fardado. Generala Tânia!
                          O comando da repressão aos grevistas fora transferido para o general Benzo, Comandante Militar do Nordeste, informou Tânia.
                         O governador da Bahia telefonara para Dilma e o ministro da Justiça censurando o comportamento de Gonçalves Dias - e com razão.
                         Dilma estava furiosa com o general. Que por sua vez admitira para o governador ter se excedido.
                         Ao contrário de outros países, ninguém aqui é obrigado a falar com jornalistas ou a ajudá-los.
                         Desrespeita o distinto público, porém, e deveria ser punida com rigor a autoridade que informa errado e que mente a jornalistas. Ao cabo, engana o povo.
                        “Sei que a verdade é difícil e para alguns é cara e escura. Mas não se chega à verdade pela mentira, nem à democracia pela ditadura”.

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                                                               Enviado por Mary Zaidan -  12.2.2012


                                                            Já deu na vista


                           Useiro e vezeiro em criar versões para explicar a inexplicável virada de ponta-cabeça que deu após chegar à Presidência da República, o PT insiste na fórmula: travestir suas ações condenáveis - e até as elogiáveis, mas odiadas por alguns dos seus, como a privatização dos aeroportos – em méritos. E, faça-se justiça, operam isso com maestria.
                          Das críticas virulentas ao que chamavam de alianças espúrias, nelas incluídas José Sarney e Renan Calheiros, nem se lembram. E, sob o signo da governabilidade, incluíram Collor, Jader...
                         A tal da governabilidade justificou também a divisão da República em sesmarias para amigos e partidos amigos garfarem seus quinhões. Pela mesma gente que Lula, poucos antes, classificava, com propriedade, de picareta.
                        Dilma Rousseff segue a mesma cartilha. Manteve a partilha – em português claro, a distribuição da bufunfa que ministérios e estatais administram – em nome de ter folga no Congresso. Ainda assim, a maioria é comprada dia a dia. Até petistas, como mostrou o presidente da Câmara Marcos Maia, ao barganhar a pauta de votação pela nomeação de cupinchas.
                           Negar esse mimo a Maia até seria ponto para Dilma, tivesse ela alguma coerência entre o que diz e faz. Gerente-mor no governo Lula, e, claro, única em seu próprio governo, Dilma, dizem, grita, berra, esperneia. Mas nada sai do lugar. Ou bem seus auxiliaram brincam com ela, ou bem de gerência ela nada entende. Ou as duas coisas.
                            Seus melhores momentos, os iniciais – a defesa intransigente dos direitos humanos, a intolerância com “malfeitos” e a condenação ao cerceamento à liberdade de imprensa –, já deixam saudade. Rapidamente, Dilma pôs tudo a perder. Fez vista grossa a suspeitas de corrupção, tropeçou feio em Cuba e ficou muda, completamente muda, quando o PT voltou a falar de controle da mídia.
                            Como o PT é o PT, o partido agora chama o cobiçado controle de “democratização dos meios de comunicação”. Na essência nada muda. Ou até mude. Gravemente, se decidirem levar ao pé da letra a infeliz, mas estudada tese do ministro Gilberto Carvalho de se criar uma mídia estatal para a classe C. Portanto, controladíssima. Talvez uma TV Brasil do C, com menor audiência ainda.
                           “Pode-se enganar a todos por algum tempo, pode-se enganar alguns por todo o tempo, mas não se pode enganar a todos todo o tempo", disse Abraham Lincoln. Não há novilíngua petista que mude isso. A ironia de Ricardo Marin, leitor de O Estado de S. Paulo, comprova a imortalidade do pensamento: “Não é privatização, é concessão. Não é caixa 2, é recurso não contabilizado. Não é roubo, é realocação orçamentária.” Já deu na vista.

Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa, @maryzaidan

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                                                     Revista Veja de 11 fev 2012



                                                         Corrupção


                            Advogada liga Toffoli e Gilberto Carvalho a máfia do DF


Em oito horas de gravações em áudio e vídeo, Christiane Araújo de Oliveira revela que mantinha relações íntimas com políticos e figuras-chave da República e que o governo federal usou de sua proximidade com a quadrilha de Durval Barbosa para conseguir material contra adversários políticos


                                                                                (foto de Fernando Cavalcante)

                             Nascida em Maceió, em uma família humilde, Christiane Araújo de Oliveira mudou-se para Brasília há pouco mais de dez anos com o objetivo de se formar em Direito. Em 2007, aceitou o convite para trabalhar no governo do Distrito Federal de um certo Durval Barbosa, delegado aposentado e corrupto contumaz que ficaria famoso, pouco depois, ao dar publicidade às cenas degradantes de recebimento de propina que levaram à cadeia o governador José Roberto Arruda e arrasaram com seu círculo de apoiadores. Sob as ordens de Durval, Christiane se transformou num instrumento de traficâncias políticas. No ano passado, depois de VEJA mostrar a relação promíscua entre o petismo e o delegado, Christiane foi orientada a sumir da capital federal. Relatos detalhados de suas aventuras com poderosos, no entanto, já estavam em poder do Ministério Público e da Polícia Federal. Na edição que chega às bancas neste sábado, VEJA revela o teor de dois depoimentos feitos pela jovem advogada no final de 2010.
                           Em oito horas de gravações em áudio e vídeo, Christiane revelou que mantinha relações íntimas com políticos e figuras-chave da República. Ela participava de festas de embalo, viajava em aviões oficiais, aproveitava-se dos amigos e amantes influentes para obter favores em benefício da quadrilha chefiada por Durval, que desviou mais de 1 bilhão de reais dos cofres públicos. Ela também contou como o governo federal usou de sua proximidade com essa máfia para conseguir material que incriminaria adversários políticos.
                           A advogada relatou que manteve um relacionamento com o hoje ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli, quando ele ocupava cargo de advogado-geral da União no governo Lula. Os encontros, segundo ela, ocorriam em um apartamento onde Durval armazenava caixas de dinheiro usado para comprar políticos – e onde ele eventualmente registrava imagens dessas (e de outras) transações.
                           Christiane afirma que em um dos encontros entregou a Toffoli gravações do acervo de Durval Barbosa. A amostra, que Durval queria fazer chegar ao governo do PT, era uma forma de demonstrar sua capacidade de deflagrar um escândalo capaz de varrer a oposição em  Brasília nas eleições de 2010. Ela também teria voado a bordo de um jato oficial do governo, por cortesia do atual ministro do STF, que na época era chefe da Advocacia Geral da União (AGU).
                            Por escrito, Dias Toffoli negou todas as acusações. “Nunca recebi da Dra. Christiane Araújo fitas gravadas relativas ao escândalo ocorrido no governo do Distrito Federal.” O ministro disse ainda que nunca frequentou o apartamento citado por ela ou solicitou avião oficial para servi-la. Como chefe da AGU, só a teria recebido uma única vez em seu gabinete, em audiência formal.
                             Nas gravações, Christiane relatou ainda que tem uma amizade íntima com Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República. No governo passado, quando Carvalho ocupava o cargo de chefe de gabinete de Lula, ela pediu a interferência do ministro para nomear o procurador Leonardo Bandarra como chefe do Ministério Público do Distrito Federal. O pedido foi atendido. Bandarra, descobriu-se depois, era também um ativo membro da máfia brasiliense – e hoje responde a cinco ações na Justiça, depois de ter sido exonerado.
                           Gilberto Carvalho também teria tentado obter do grupo de Durval material para alvejar os adversários políticos do PT. Ele nega todas as acusações, e disse a VEJA: “Eu não estava nesse circuito do submundo. Estou impressionado com a criatividade dessa moça.”



                        Dilma Rousseff na bancada de evangélicos com Christiane Araújo de Oliveira

                            Há uma terceira ligação de Christiane com o petismo. Ela trabalhou no comitê central da campanha de Dilma Rousseff. Foi encarregada da relação com as igrejas evangélicas – porque é, ela mesma, evangélica e filha de Elói Freire de Oliveira, fundador da igreja Tabernáculo do Deus Vivo e figura que circula com desenvoltura entre os políticos de Brasília, sendo chamado de “profeta”. Com Dilma eleita, a advogada foi nomeada para integrar a equipe de transição. Mas foi exonerada quando veio à tona que ela teve participação na Máfia das Sanguessugas.
                             Segundo o procurador que tomou um dos depoimentos de Christiane, o material que ele coletou foi enviado à Polícia Federal para ser anexado aos autos da Operação Caixa de Pandora. Um segundo depoimento foi tomado pela própria PF. Mas nenhuma das revelações da advogada faz parte oficial dos autos da investigação. A reportagem de VEJA, que reproduz imagens das gravações em vídeo, conclui com uma indagação: “Por que será?”

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Blog do Augusto Nunes - 10/02/2012

                     O ministro capricha na pose de xerife para jurar que não fará o que acabou de fazer

                     No Jornal Nacional desta sexta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, caprichou na pose de xerife federal para avisar que os participantes de greves proibidas pela Constituição estão prestes a descobrir que o governo do PT tem muito apreço pela lei e pela ordem. “A posição do governo é clara”, garantiu. “Somos contrários a qualquer forma de anistia. Não é possível que pessoas que tenham praticado crimes, situações de vandalismo, sejam simplesmente ignoradas”.
                             “Tanta macheza não resiste a uma espiada no Diário Oficial da União”, retruca o comentarista Otavio, amparado na Lei nº 12.505, de 11 de outubro de 2011. Confiram o artigo 1° e a trinca que subscreve o documento:
                             É concedida anistia aos policiais e bombeiros militares dos Estados de Alagoas, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de Rondônia e de Sergipe que participaram de movimentos reivindicatórios por melhorias de vencimentos e de condições de trabalho ocorridos entre o dia 1o de janeiro de 1997 e a publicação desta Lei e aos policiais e bombeiros militares dos Estados da Bahia, do Ceará, de Mato Grosso, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, de Roraima, de Santa Catarina e do Tocantins e do Distrito Federal que participaram de movimentos reivindicatórios por melhorias de vencimentos e de condições de trabalho ocorridos entre a data da publicação da Lei no 12.191, de 13 de janeiro de 2010, e a data de publicação desta Lei.(…)

                                           Brasília, 11 de outubro de 2011; 190o da Independência e 123o da República.

DILMA ROUSSEFF

José Eduardo Cardozo

Luís Inácio Lucena Adams

              Os grevistas do momento serão anistiados assim que a poeira baixar. O palavrório de mais um candidato ao Ministério do Cinismo é tão verdadeiro quanto o trem-bala de Dilma Rousseff.


         10/02/2012 Celso Arnaldo:
‘A supergerente que espanca projetos que não param em pé afaga a obra bilionária que não consegue fazer a água correr deitada’ (por Celso Arnaldo Araújo, do Blog do Augusto Nunes)

                    A fala árida de raciocínios, no vídeo cínico, se inicia com uma caudalosa platitude. Para que serve a transposição do rio São Francisco?
                     “Garantir a base da vida, que é a água”.
                     Não diga!! Então aquelas pistas de cimento no meio da caatinga não eram parte de um novo circuito da Fórmula 1?
                      O truque é velho. Dilma herdou o artifício malandro de Lula: para impressionar o povo e a imprensa com uma obra que não existe e nunca existirá ou com uma que começou mas parou no caminho por incúria ou má-fé, fale sempre, ou de novo, da importância da obra, de como ela mudará a vida das pessoas. E lá vem Dilma enfatizar a importância que seu governo dá à obra abandonada por seu governo:
                    “Eu acredito que uma das obras mais significativas desse pedácio (sic) do século que estamos vivendo é essa obra. Porque ela cria condições para você tê uma agricultura diferenciada, numa região que tem uma característica que é a seca, né, você podê irrigá é um grande ganho”.
                     Dilma não percebe, mas ela soa como alguém falando do assunto pela primeira vez, anunciando uma ideia nova e boa, que nunca saiu do papel — não de uma obra até aqui fracassada, por incompetência de seu governo, que atenta contra os interesses da população a quem deveria beneficiar. Dessa declaração só se aproveitam duas coisas:

*Há seca no Nordeste

*Com água seria melhor

Prossegue:
                          “E, pra mim, nessa fase de governo, acompanhá como essa obra está se desdobrando é um dos meus assuntos mais fundamentais”.
                           Desde quando o estado de abandono do conjunto da obra da transposição do Velho Chico é assunto fundamental de Dilma? Só depois da denúncia da Folha, em dezembro? Nos 12 meses necessários para a desolação se desdobrar ao ponto atual — alojamentos depredados e saqueados, canais artificiais tomados pelo mato e já se desfazendo pela erosão – surgiu na caatinga uma faceta artificial, de concreto e ferro, da secular seca nordestina, totalmente criada pelo homem. Ou pela mulher.

                                                PALMADELA NO BUMBUM
                           Na lenda da supergerente sem cabeça, alardeada com medo e reverência por seus áulicos, a mulher que dá show em múltiplas competências técnicas e é feroz no zelo com o dinheiro público costuma “espancar” projetos que “não param de pé”. Ao assumir a Educação, o ministro Mercadante ensinou a seu sucessor na pasta da Ciência e Tecnologia que, para atender ao padrão Dilma de qualidade, um projeto só fica de pé se o ministro mobilizar o trabalho concentrado e diuturno de toda uma equipe de técnicos do mais alto gabarito. Erguido o projeto, é preciso também passar à presidente um prazo exequível – e aí de quem não cumpri-lo e no rigor de cada centavo. Dona Dilma estará de ampulheta e calculadora em punho. Se um grão de areia chegar atrasado ou um cêntimo for acrescentado à tabela de custos, aí de você. Fique certo: tudo será discutido por ela, ao detalhe financeiro da nona casa decimal. Ah, não tente enganá-la: ela acompanhará tudo online, lance por lance.
                                 O escândalo do São Francisco faz a transposição definitiva dessa mitologia para o terreno da empulhação mais deslavada. O megaprojeto de interligação, só tendo parado de pé nos palanques de Lula e no empenho de quase sete bilhões de reais, ainda não fica nem deitado – teima em cambalear como um ectoplasma da crueldade da máquina petista. A água que refrescaria a vida de 12 milhões de nordestinos em 390 municípios de quatro estados, interligando o grande rio a cursos temporários do semiárido por meio de canais artificiais, ainda está muito longe de sua primeira gota. O que já escorreu, abundantemente, foi o dinheiro destinado às empreiteiras. Desde 2007, quando “Dom Predo III” deu início à obra, com os projetos avalizados pela então toda poderosa chefona da Casa Civil, os custos já subiram mais de 50%. E a obra está completamente parada há mais de um ano em quatro dos seis lotes. Tudo abandonado – e online, para quem quiser ver.
                                Ao longo do ano passado, a maioria das construtoras simplesmente fechou seus canteiros e dispensou empregados, alegando que os projetos só contemplavam o arroz-e-feijão da obra, eram básicos demais para a complexidade da transposição – e isso só foi percebido quando pisaram na caatinga. No vídeo, naquela sua língua arrevesada, Dilma admite mais ou menos isso. Faltaram projetos – e não era nem o caso de terem ou não levado a primeira palmadela no bumbum: eles não foram nem concebidos. Serão agora.
                                Ao longo de todo esse ano de obras paralisadas, nenhum repórter da mídia amestrada foi pautado a perguntar pela transposição – como ninguém questionou, nem remotamente, a promessa das 6 mil creches. A população que seria beneficiada pelas abundantes águas do Velho Chico também não foi ouvida e agora, depois da passagem de Dilma pelo cenário deserto, alguns reclamam que, além de a água nova não ter chegado, a velha, que era pouca, sumiu – pela inativação de alguns riachos locais.
                                Aparentemente, Dilma não sabia de nada. Para ela, ali já jorrava água como nas fontes do Fontainebleau, em Miami. E, ao saber que não era nada disso, não parece ter subido nas tamancas – seu estilo apregoado. Evoluiu no caso com sapatilhas de cristais. O ministro Fernando Bezerra, a quem cabe a supervisão da megaobra, não só foi mantido na pasta depois de sucessivas denuncias de outra natureza como foi premiado com a missão de executar toda a reengenharia da fase “agora vai” da bilionária transposição, repactuando contratos, fazendo aditivos e complementos – cestão de negociações com empreiteiras que o deixa mais feliz que pinto no lixo. Nem Deus e o Diabo na Terra do Sol hão de saber o que se passou nessa “renegociação” de contratos de que eles falam tanto no vídeo. Dilma, por sua vez, tem uma dívida de gratidão com a transposição do rio São Francisco: deve ao projeto boa parte dos votos que teve no nordeste e que a elegeram.
                                Por isso ninguém melhor do que a própria supergerente para pôr a transposição de pé novamente, depois do violento espancamento que a obra sofreu da realidade da vida. Louve-se a coragem da responsável final pela desídia e pelo desperdício em se apresentar como a redentora do projeto – como se até aqui a obra de farinha pertencesse a outro governo.

Mas e a água?

Ah, a água é a base da vida.
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Blog do Reinaldo Azevedo - 13/02/2012


                    O MINISTÉRIO DILMA - Nova ministra da Mulher confessa que já treinou abortos por sucção mesmo não sendo médica. Mais: ela se considera avô de um neto, mas também do aborto


                            No dia 14 de outubro de 2004, a então apenas professora Eleonora Menicucci, que tomou posse como ministra das Mulheres na semana passada, concedeu uma entrevista a uma interlocutora chamada Joana Maria. O texto está nos arquivos da Universidade Federal de Santa Catarina (a íntegra está aqui). Já fiz uma cópia de segurança porque essas coisas costumam desaparecer quando ganham publicidade. Está certamente entre as coisas mais estarrecedoras que já li. De sorte que encerro assim este primeiro parágrafo: se um torturador vier me dar a mão, eu a recuso, cheio de asco. Se a ministra Eleonora vier me dar a mão, eu me comportarei da mesma maneira, com o estômago igualmente convulso.
                            Antes que entre propriamente no mérito, algumas considerações. Aqui e ali, tenta-se caracterizar a ministra como uma espécie de defensora apenas intelectual do aborto, apegada à causa no universo conceitual, retórico, de sorte que a sua nomeação não representaria um engajamento da presidente Dilma Rousseff e de governo na causa do aborto. Falso! Falso e na contramão dos fatos. Alguns parlamentares, notadamente da bancada evangélicas, fizeram duros discursos contra a ministra e foram caracterizados pela imprensa como uns primitivos ideológicos. Então vamos ver se a ministra está com a civilização…
                           Abaixo, transcrevo alguns trechos daquela sua entrevista, concedida quando ela já estava com 60 anos. Não se pode dizer que o diabo da imaturidade andava soprando em seus ouvidos. Não! Eleonora confessa na entrevista que não é apenas “abortista” — termo a que os ditos progressistas reagem porque o consideram uma pecha, uma mácula. Ela também é aborteira. Viajou pela sua ONG à Colômbia para aprender a fazer aborto por sucção, o método conhecido como AMIU (Aspiração Manual Intra-Uterina). Deixa claro que o objetivo de seu trabalho é fazer com que as pessoas se “autocapacitem” para o aborto, de sorte que ele possa ser feito por não-médicos. É o caso dela! Atenção! DILMA ROUSSEFF NOMEOU PARA O MINISTÉRIO DAS MULHERES uma senhora que defende que o aborto seja uma prática quase doméstica, sem o concurso dos médicos. Por isso ela própria, uma leiga, foi fazer um “treinamento”. Não! Jamais apertaria a mão de torturadores. E jamais apertaria a mão de dona Eleonora por isto aqui (volto depois)


                     “ESTIVE TAMBÉM FAZENDO UM TREINAMENTO DE ABORTO NA COLÔMBIA,   POR ASPIRAÇÃO”


Eleonora - Dois anos Aí, em São Paulo, eu integrei um grupo do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. ( ). E, nesse período, estive também pelo Coletivo fazendo um treinamento de aborto na Colômbia.
Joana - Certo.
Eleonora - O Coletivo nós críamos em 95.
Joana - Como é que era esse curso de aborto?
Eleonora - Era nas Clínicas de Aborto. A gente aprendia a fazer aborto.
Joana - Aprendia a fazer aborto?
Eleonora - Com aspiração AMIU.
Joana - Com aquele…
Eleonora - Com a sucção.
Joana - Com a sucção. Imagino.
Eleonora - Que eu chamo de AMIU. Porque a nossa perspectiva no Coletivo, a nossa base…
Joana - é que as pessoas se auto auto-fizessem!
Eleonora - Autocapacitassem! E que pessoas não médicas podiam…
Joana - Claro!
Eleonora - Lidar com o aborto.
Joana - Claro!.
Eleonora - Então vieram duas feministas que eram clientes, usuárias do Coletivo, as quais fizeram o primeiro auto-exame comigo. Então é uma coisa muito linda.
Joana - Hum.
Eleonora - Muito bonita! Descobrirem o colo do útero e…
Joana - Hum.
Eleonora - Ter uma pessoa que segura na mão.
Joana - Certo.

        “NÓS DECIDIMOS, EU E O PARTIDO, QUE EU DEVERIA FAZER UM ABORTO”


             Num outro trecho, Eleonora conta como ela e o seu partido, o POC (Partido Operário Comunista), tomaram uma decisão: ela deveria fazer um aborto. Tratava-se apenas de uma questão… política!


Eleonora - Porque a minha avaliação era que eu tinha que fazer
Joana - a luta armada aqui.
Eleonora - a luta armada aqui. E um detalhe importante nessa trajetória é que, seis meses depois de essa minha filha ter nascido, eu fiquei grávida outra vez. Ai junto com a organização nós decidimos, a organização, nós, que eu deveria fazer aborto porque não era possível
Joana - Certo.
Eleonora - Na situação ter mais de uma criança, né? E eu não segurava também. Aí foi o segundo aborto que eu fiz.


    “EU TIVE MINHA PRIMEIRA RELAÇÃO COM MULHER. E TRANSAVA COM HOMEM; ESTAVA COM MEU MARIDO”


Falastrona e ególatra, como já apontei aqui, ela faz questão de contar na entrevista que teve a sua primeira relação homossexual quando ainda estava casada. Era o seu mergulho no que ela entende por feminismo.


Eleonora - Aí já nessa época eu radicalizei meu feminismo. Eu comecei a militar.
Joana - Onde?
Eleonora - Em Belo Horizonte, eu comecei a militar neste grupo.
Joana - Neste mesmo grupo?
Eleonora - É
Joana - O que se fazia além de discutir?
Eleonora - Nós discutíamos o corpo.
Joana - Certo.
Eleonora - Discutíamos a sexualidade. Eu tive a minha primeira relação com mulher também.
Joana - Hum.
Eleonora - Quer dizer que foi bastante precoce pra essa E transava com homem.
Joana - Certo.
Eleonora - Pra minha trajetória
Joana - Mesmo porque tu também estavas com o teu marido eu acho, não estavas?
Eleonora - Sim, sim.
Joana - Estavas. Ah
Eleonora - Mas nós nunca tivemos esse E ele era um cara muito libertário. Nós nunca tivemos essa questão de relação
Joana: Certo.


“SOU MUITO AMIGA DO FREI BRETTO. ELE ME PÔS NO CENTRO DE DIREITOS HUMANOS DA DIOCESE DE JOÃO PESSOA”


Ora, qual é o lugar ideal para uma humanista desse quilate trabalhar? Frei Betto — sim, aquele… — deu um jeito de arrumar pra ele um emprego na Arquidiocese de João Pessoa:


Eleonora - E aí, no início de 78, eu já tinha me separado do meu ex-marido e resolvo sair de Belo Horizonte. Aí quando eu saio de Belo Horizonte eu busco um lugar bem longe porque eu não queria mais ser referência para a esquerda.
( )
Eleonora - E eu não podia. Então eu procurei isso. Sou muito amiga, por incrível que pareça, a vida inteira, do Frei Betto e pedi a ele pra me encontrar um lugar o mais longe possível de Belo Horizonte. Aí ele falou “Eu tenho dois lugares onde a Diocese é muito aberta: em Vitória, com Dom Luís, ou em João Pessoa, com Dom José Maria Pires. Eu falei: “Eu quero João Pessoa”, quanto mais longe melhor.
( )
Eleonora - É Mas, assim, eu cheguei, eu. Eu tive que construir minha vida.
Joana - Hum. Foste trabalhar?
Eleonora - No Centro de Direitos Humanos da Arquidiocese da Paraíba.
Joana - Tá legal.
Eleonora - E aí eu comecei a trabalhar com as mulheres rurais de Alagamar, que era o que eu queria ( ) Logo depois, retomei um grupo, a minha atividade de grupo de reflexão feminista com algumas mulheres em João Pessoa. A maioria de fora de João Pessoa e duas de dentro Então nós criamos o primeiro grupo feminista lá em João Pessoa. Chamado Maria Mulher.
( )
Eleonora - É. “Quem ama não mata” e “O silêncio é cúmplice da violência”, e aí começamos a nos articular dentro do Nordeste.
Joana - Tá.
Eleonora - Era o SOS Mulher. O SOS Corpo e um grupo de reflexão que tinha em Natal
Joana: Hum.
Eleonora - De auto-reflexão. E no Maria Mulher, o que é que nós fazíamos? Nós fazíamos auto-exame de colo de útero, auto-exame de mama.
( )
Eleonora - Depois, em 84, eu venho pra São Paulo fazer doutorado em Ciência Política, já articuladíssima…
Joana- Imagino…
Eleonora - com o feminismo e com linhas de pesquisa bem definidas do ponto de vista feminista.
Joana - Quem é que te orientou em São Paulo?
Eleonora - Em São Paulo, foi a Maria Lúcia Montes, uma antropóloga. Embora, na época, ela fosse da Ciência Política. E, em 84, eu entro para o doutorado com uma tese que era sobre Direitos Reprodutivos e Direitos Sexuais a partir É a construção da cidadania a partir do conhecimento sobre o próprio corpo.
Joana - Isso por conta do teu trabalho com as mulheres?
Eleonora - Por conta do meu trabalho com as mulheres em uma favela chamada Favela Beira-Rio.
Joana - Certo.
Eleonora - Lá em João Pessoa.
Joana - Hum.
Eleonora - Que hoje é um bairro. Então nesta época eu fiquei quatro anos em São Paulo fazendo a tese e voltando a João Pessoa. ( ) E aí fui coordenadora do grupo de Mulher e Política da ANPOCS, do GT.
Joana: Hum.
“EU TINHA ATITUDES MASCULINAS ( ) ERA DECIDIDA, DETERMINADA, FORTE, SABIA ATIRAR”


Neste trecho, ela revela como enxergava — enxergará ainda? — os papéis masculino e feminino. Ah, sim: ela sabia “atirar”. Afinal, não se tenta impor uma ditadura comunista no país só com bons sentimentos, não é?


Joana - Já. E com relação às organizações das quais tu participavas?
Eleonora - Ah, primeiro que as mulheres dificilmente chegavam a um cargo de poder
Joana - Mas tu eras a chefe?
Eleonora - Eu era. Fui uma das poucas. Por quê? Eu me travesti de masculino
Joana - É? Como era?
Eleonora - Eu tinha atitudes masculinas ( ) Era decidida, determinada, forte, sabia atirar
Joana - Huuunnnn.
Eleonora - Entendeu?
Joana - Entendi.
Eleonora - Sendo que muitas mulheres sabiam isso tudo.
Joana - Certo.
Eleonora - Transava com vários homens.
Joana - Certo.
Eleonora - Essa questão do desejo e do prazer sempre foi uma coisa muito libertária pra mim, e por isso eu fui muito questionada dentro da esquerda.
Joana - É?
Eleonora - É.
Joana - Dentro do mesmo grupo do qual tu eras a líder?
Eleonora - Sim. Porque o próprio Por questões de segurança, eu só poderia ter relação sexual com os companheiros da minha organização.
Joana - Certo.
Eleonora - Num determinado momento, sim, mas na história do movimento estudantil, também já existia isso.


“EU TIVE MUITAS REFLEXÕES COM MINHAS AMIGAS NA CADEIA; UMA DELAS, A DILMA”


Neste outro trecho, a gente fica sabendo que Dilma Rousseff foi sua companheira também nas reflexões sobre o feminismo.


Eleonora - E, depois, imediatamente eu quis ter outro filho
Joana - Hum.
Eleonora - E muito no sentido de pra provar para os torturadores, mesmo que fosse simbolicamente, que o que eles tinham feito comigo não tinha me tirado a possibilidade de reproduzir e de ter uma escolha sobre meu próprio corpo
Joana - Hum.
Eleonora - Então eu tive mais um filho e logo que ele nasceu também de cesária eu me laqueei.
Joana - Certo.
Eleonora - Então Eu tinha , Eu fui presa com 24 para 25 mais ou menos.
Joana - Nossa Senhora!.
Eleonora -.E sai com 30.
Joana - Certo.
Eleonora - Assim, da história toda e com 30 para 31, tive o meu segundo filho e fiz a laqueadura de trompas
( )
Joana - E então, tu saíste da cadeia em 74.
Eleonora - Certo.
Joana - Tu tiveste algum contato com o feminismo dentro da cadeia, com leituras feministas.
Eleonora - Não.
Joana - Ou depois?
Eleonora - Não, não. Ao longo da cadeia eu tive Durante a cadeia? Eu tive muitas reflexões com as minhas companheiras de cadeia
Joana - Tá.
Eleonora - Uma delas é a Dilma Roussef.
( )
Joana - Fizeram uma espécie de grupo de consciência?
Eleonora - Grupo de reflexão lá dentro.
Joana - Grupo de reflexão.
( )
Eleonora - Porque eu já saí É.. Eu já saí em 74, eu saí em outubro.
Joana - Certo.
Eleonora - No dia 12, Dia da Criança, eu saí já bem claro que eu era feminista.
Joana - Certo.
Eleonora - E, logo que eu saí da cadeia, eu em Belo Horizonte, fui procurar um grupo de mulheres.
Joana - Esses grupos de consciência?
Eleonora - É, só que era um grupo de lésbicas.
Joana - Certo.
Eleonora - E eu não sabia. Era um grupo de pessoas amigas minhas.
( )
Eleonora - Porque eu voltei a estudar!
Joana - Ah, legal!
Eleonora - Eu parei de estudar em 68.
Joana - Huuummm.
Eleonora - Eu parei no quarto ano de Medicina e no quarto de Ciências Sociais.
Joana - Foste concluir?
Eleonora - Fui, aí eu voltei pra concluir.
Joana - Certo.
Eleonora - Na UFMG, e optei por acabar Sociologia.
“SOU AVÓ DE UMA CRIANÇA NASCIDA POR INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL NA MÃE LÉSBICA; E TAMBÉM SOU AVÓ DO ABORTO”


                 Finalmente, destaco outro momento de grande indignidade na fala desta senhora. Ao se dizer avó de um neto gerado por inseminação numa filha lésbica e também “avó do aborto”, não só expõe a sua vida privada e a de seus familiares como, é inescapável constatar, demonstra não saber a exata diferença entre a vida e a morte. Leiam. Volto para encerrar.


Eleonora - E eu digo que a questão feminista é tão dentro de mim, e a questão dos Direitos Reprodutivos também, que eu sou avó de uma criança que foi gerada por inseminação artificial na mãe lésbica.
Joana - Hum, hum.
Eleonora - Então eu digo que sou avó da inseminação artificial.
Joana: (risos)
Eleonora - Alta tecnologia reprodutiva. E aí eu queria colocar a importância dessa discussão que o feminismo coloca no sentido do acesso às tecnologias reprodutivas.
Joana - Certo.
Eleonora - Entendeu? E eu diria: “Eu fiz dois abortos e também digo que sou avó do aborto também porque por mim já passou.
Joana - Sim.
Eleonora - Também já passou nesse sentido. E diria que eu sou uma mulher muito feliz e muito realizada. E eu pauto em duas questões: na minha militância política e no feminismo.


Encerro


                         É isso aí. Ao nomeá-la ministra, Dilma escolheu sua trajetória, suas idéias, suas práticas. Peço a vocês que comentem com a fleuma necessária. É preciso que se evidencie, com a devida serenidade, que uma aborteira informal e confessa não pode ter lugar na Esplanada dos Ministérios. A sua entrevista como um todo evidencia um pensamento torto. É inconcebível que esta senhora seja considerada uma articuladora de políticas públicas depois da confissão que fez. Até porque, se estivesse no Brasil, não na Colômbia, seu lugar seria a cadeia — em pleno regime democrático, sim, senhores!


                                                          É o fundo do poço.


                                                                                    Por Reinaldo Azevedo