É fundamental que seja bem entendida uma primeira coisa, para que o Budismo Tântrico possa ser bem assimilado: o problema-chave de todos os problemas é a própria mente. Portanto, devemos começar por entender o que vem a ser mente, de que ela é feita, se é uma entidade (algo que realmente existe), ou é apenas um processo, se é substancial (feita de alguma matéria, substância) ou é apenas ideal (uma concepção de nosso intelecto). Não conhecendo bem a mente, não se pode resolver, a fundo, nenhum dos problemas da vida.
Na realidade, não existe problema individual: a mente é o problema. Ácha-se que se resolve algum problema, mas de nada adiantará, se a raiz, a chave deles, permanecer intocada. É como cortar os galhos de uma árvore, podando as folhas, sem desenraizá-las: novas folhas virão, novos galhos, mais fortes provavelmente, virão. E as pessoas lutam, esforçam-se, desperdiçam tempo, energia e a árvore (os problemas) continua crescendo, aumentando. Por isso, Tantra afirma: a própria mente é o problema.
Entretanto, ela é a raiz dos problemas, até porque está oculta, subterrânea, a mente não é aparente. O visível, o problema que se vê, esse não é o problema, realmente- a raiz do problema, a mente, permanece oculta. De nada adianta lutar contra o visível, porque é o mesmo que estar lutando contra sombras- será em vão, vai-se estar lutando contra "fantasmas", praticamente, e isso não transformará a essência da vida de ninguém.
Outro entendimento que se faz necessário é que a mente nunca é pacífica, acomodada. A Mente, em si, nunca pode ser pacífica, silente. A própria natureza da mente é estar tensa, confusa. Ela nunca é clara, não tem clareza, pois, por natureza, ela é confusão, nevoeiro. Paz, na realidade, é a "não-mente". A clareza, a paz, o silêncio, estes só são possíveis sem a mente, ou, então, com a "não-mente".
Na próxima postagem, tentarei falar dos pensamentos, como eles agem e a sua natureza dentro da mente. Essa postagem certamente será muito interessante...
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