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Pitanga, Pr, Brazil
Educação Formal Universitária: 2 Cursos (em áreas distintas); 2 Especializações; 1 Mestrado.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Voto Cidadão

                    Crônica do Dia 29 de agosto de 2012

                   Amigos ouvintes da Rádio Poema e leitores do “euacreditoemblogs”. Hoje buscarei tecer algumas considerações, que julgo serem extremamente importantes, para a decisão que todos deveremos tomar, com consciência cívica, dentro de poucos dias, um pouco mais de mês, propriamente, e que tem a ver com a nossa vida e de nossa comunidade, para um futuro de 04 anos.
                   Claro que estou me referindo às eleições. Agora começa a chegar a hora de particularizar mais as coisas. Sim. Porque, ás vezes, perde-se ou não se presta atenção à noção de que Prefeitura, Câmara de Vereadores, são entes jurídicos e, portanto, ficam um tanto distantes de nós próprios, como coisas abstratas, longínquas e distantes. Entretanto, não é assim.
                   Nos municípios pequenos de nosso imenso e continental país, o Brasil, mas até nos médios e grandes, o Prefeito e os Vereadores a serem escolhidos, são pessoas de carne e osso, tangíveis, possíveis de serem vistas, muitas vezes possíveis até de serem tocadas, contatadas, em nosso dia a dia. E, como tais, sujeitas aos defeitos e vícios não estranhos a todos nós, humanos, mas também com as qualidades e virtudes que todos possuímos, em menor ou maior grau.
                   Talvez aqui resida uma grande diferença, por menor que possa parecer, se mantivermos distante o nosso olhar crítico. Enquanto Prefeitura e Câmara de Vereadores sim, são entes jurídicos, inatingíveis enquanto  frutos e entidades da criação e idealização humanas, os seus gestores e ocupantes das funções, os Prefeitos e Vice e os Vereadores, ou prefeitas e vice e vereadoras, estes são sim, muito humanos.
                   O que quero dizer é que a eles, a estes seres humanos, nossos semelhantes, a eles é que devemos olhar e analisar criticamente, para podermos formular e definir um voto consciente, como exige este nosso país tão espoliado, roubado e subtraído.
                   Por mais que tenhamos uma vontade ideologicamente correta, bem formada, de exercermos este direito e conquista, mas também um dever e responsabilidade, achando que votaremos somente com a IDEIA de escolher os melhores, as circunstâncias externas de uma eleição podem dar-nos uma falsa ilusão de caminho certo, de correção. O aparato externo, o poder político, principalmente o abuso destes, quase sempre determinado quando há candidatos à reeleição no Executivo, podem nos mostrar, como em uma ilusão de ótica, caminhos que se mostrarão, futuramente, incorretos.
                   Por mais que as leis queiram determinar contenção nestes abusos, principalmente dos já citados candidatos à reeleição, naqueles municípios em que os há, a parafernália de todo este aparato público montado em torno de tais candidatos, fazem-nos parecer difícil tratar as eleições como em igualdade de condições a todos. A leitura das campanhas, então, pode induzir a erros. Em muitos municípios do Brasil e do Paraná, a população ou o número de eleitores está entre 20 a 40 mil pessoas, e estes locais são a maioria.
          Agora, imaginemos que estes municípios possuam entre 4 a 15% de sua população em cargos do aparato público municipal, de uma ou outra forma funcionários das Prefeituras Municipais, e, outro tanto, prestadores de serviço ao empregador maior de seu município que, quase invariavelmente, é o Poder Público Municipal, teremos, então, um Prefeito, chefe de mais de mil pessoas, como um dos pretendentes à reeleição. Isso, ainda, sem contarmos os familiares. Se aceitarmos como provável que sejam pessoas adultas e com família, e aceitarmos a média de núcleos familiares de 04 pessoas, aí já teremos o envolvimento direto desse candidato à reeleição, com 03 a 04 mil pessoas dentro do município.
         Sabe-se que a relação de trabalho, portanto entre patrões e empregados, em nosso país geralmente é muito desigual, pela necessidade de os trabalhadores poderem manter seus empregos normalmente, sem serem perseguidos, ameaçados, ou algo assim, pode-se imaginar o grau de dificuldade em, se for o caso, estes “quase dependentes” exercerem seus votos de maneira plena, consciente e livre. A visão superficial que se pode ter e alguns pretendem manter esta condição indefinidamente, é da “força” daquele que está no poder.
         Apesar de tudo, impõe-se que o voto seja cidadão.  Nestes lugares, cada eleitor conhece muito bem e pessoalmente cada candidato, sabe da vida dele, da turma que o acompanha, como tem sido sua vida em sociedade, o que ele já fez, de bom ou de ruim, ou deixou de fazer e porque, e assim por diante.
        Sendo assim, o que o eleitor mais precisa é de ter a consciência de que o seu voto realizar-se-á em eleições limpas, de que, em pleno século XXI, não seja mais possível aceitar o “voto de cabresto”, de que, no dia das eleições, o 07 de outubro, o voto do mais pobre e o do mais rico ou mais poderoso, valham exatamente iguais, isto é, 01 e apenas um, então teremos a certeza de que estaremos contribuindo para um município melhor e,  em consequência, um Brasil melhor.