Ontem
estive repassando, de maneira mais atualizada, alguns dados sobre o município
de Pitanga. É possível que estes dados oficiais encontrados no site do IPARDES,
ajude a explicar algumas das mazelas por quais o município tem passado nos dias
de hoje. Já mostramos que estamos perdendo população no campo considerável e
que se acentuou de 2000 para cá, sendo os dados mais recentes de 2010.
No
ano de 2000, a população de Pitanga era de 35.861 habitantes, enquanto que em
2010, havia baixado para 32.638, com tendência de mais queda para 2011 e 2012,
segundo o IBGE. No entanto o investimento/gasto da Prefeitura Municipal para o
ano de 2010 na Agricultura, R$ 749.343,00
apenas, perfazendo aproximadamente 1,65% do orçamento municipal usado
para aquele ano, é muito pouco para alavancar a pretensão de manter e ampliar o
pitanguense no campo.
Pior ainda é o gasto e a política em relação ao Trabalho.
Neste item, em 2010, gastou-se apenas R$ 22.501,08, ou aproximadamente 0,05% do
Orçamento Municipal.
Pode-se, dessa forma, e se nos anos subsequentes (2011 e
2012) as aplicações orçamentárias tenham sido semelhantes e não incrementadas,
deduzir que Pitanga, infelizmente, ainda não é a “maravilha” apregoada por
alguns.
Esta região Central do Paraná tem uma
vocação agropecuária, destacando-se no cenário do Estado e mesmo do País em
vários produtos, como o milho, feijão, trigo, bovinos, suínos, e outros, como a
soja, que já foi comentado ontem, em que Pitanga é um dos grandes produtores
paranaenses.
Sabe-se perfeitamente que a soja é lavoura de maquinário
indipensável, e tudo mais. Fica, no entanto, a quem pretenda dirigir os
destinos do Município, providenciar estudos mais abrangentes sobre como o
aumento da produção/produtividade e área plantada da soja, por médios
agricultores, com algum tipo de auxílio de órgãos públicos, possa colaborar no
desenvolvimento paralelo de outras lavouras, com a finalidade maior da fixação
do homem no campo.
Mudando bem de assunto: os mais velhos devem se lembrar bem
de um fato acontecido há 20 anos, mais precisamente em 14 de agosto de 1992.
Para que a história não fique esquecida, vou reproduzir uma notícia da época e
relembrada pouco tempo atrás pela ex-esposa do personagem em questão, a
atualmente evangélica Rosane Collor de Mello, numa entrevista para o
Fantástico. Quando perguntada sobre o irmão do ex-presidente, Pedro Collor de
Mello, ela responde:
“
Fernando assumiu a Presidência em 1.990 e Pedro morreu de câncer na cabeça, em
1.994. Dois anos antes, as denúncias feitas por
ele na revista Veja provocaram a criação de uma CPI, e o Fernando tentou uma cartada:
ele pediu o apoio popular. Que saiam no próximo domingo de casa com alguma peça de
roupa com uma das cores da nossa bandeira, o verde ou o amarelo! Que exponham
nas janelas! Que exponham nas suas janelas toalhas, panos, o que tiver nas
cores da nossa bandeira. Porque assim, no próximo domingo, nós estaremos
mostrando onde está a verdadeira maioria”, pediu Collor, em 14 de agosto de 1992.
Dois dias depois da conclamação, em vez
de usar verde e amarelo, milhares de jovens que ficariam conhecidos como
caras-pintadas vão para as ruas vestindo preto. E pedem o afastamento do presidente. Fernando Collor de
Mello, para evitar a cassação, renunciou à Presidência em dezembro de 1.992.
Fatos da história brasileira sobre o
hoje senador por Alagoas, sim, aquele que tinha “aquilo roxo e não levava
desaforo para casa...”
Alguns fatos fazem a gente lembrar da
língua mãe do nosso Português, o Latim, e de um célebre ditado do tempo do
poderoso Império Romano, aí pelos tempos de Jesus:
“Quos volunt di perdere, dementant
prius”, que, na boa língua portuguesa significa
literalmente: “Os deuses primeiro tiram
a razão daqueles a quem querem destruir”. Em palavras menos difíceis e mais
atuais, seria: “ aqueles que se sentem perdidos são capazes de qualquer
coisa...”
E,
para a reflexão do final da semana, tirei do blogueiro, excelente pensador e
escritor Reynaldo Rocha, transcrito no Blog do Augusto Nunes, com algumas
adaptações minhas, o belo trecho que segue:
“Só quem
é sabedor da vida fugidia tem a urgência da pressa. A necessidade de ainda ver
algo que valha a pena ter vivido. Não me contento com derrotas repetidas, mesmo
tendo lutado o bom combate. E guardado uma fé que embora só minha, também é fé!
Será que
é tão difícil enxergar que um país não se faz com idolatrias, engodos e
pensamento único?
Não sou
melhor que ninguém. Só tenho PRESSA. Derivada mais do tempo que perdemos do que
de algum desejo de futuro. Dos desvios que sempre nos levam a abismos e nunca a
planícies
Talvez
devesse fazer parte do coro dos contentes. Daqueles que – mesmo sem participar
do roubo – ficam felizes pela paz proporcionada pelos ladrões. Em 100
prestações das Casas Bahia. Ou vendo o noticiário em uma TV LCD de 42
polegadas, paga com somente 350% de juros ao ano.”