Na Internet hoje, a gente
acha tudo o que procura e também o que nem quer procurar aparece em formas e
tamanhos variados. Viu-se, para estas eleições, um fenômeno especial e que,
certamente, é muito bem vindo em nome da democracia e da informação, mesmo que esta
um pouco excessiva: a proliferação de páginas políticas, principalmente BLOGS,
e, sendo assim, há para todos os gostos e tendências: a favor, contra, nem
tanto assim, nem lá nem cá, os remunerados para atender alguma candidatura, de
centro, esquerda, direita, extremas esquerda ou direita, e por aí afora.
Seja por questão ideológica,
no sentido de melhorar a qualidade dos
votos desta eleição em diante, ou para atender interesses partidários,
financeiros – existe de tudo; pode-se esperar que, nas próximas eleições, haja
uma filtragem natural, como já houve em tanta coisa da Internet, sobrevivendo,
em consequência, os que venham a se mostrar “mais aptos” naquilo que
pretenderão. Sou dos que consideram isso bom , desde que respeitados os
princípios legais e os de respeito e ética da vida em comunidade e sociedade.
Estou tendo por hábito
procurar novidades na grande rede, a Internet, mas, infelizmente, ainda se
encontra pouca vida inteligente. Como costumo produzir esta crônica diária para
tentar mostrar algo diferente, imaginei o que alguém faria para administrar mal
uma cidade, criando, então, OS DEZ MANDAMENTOS OU REGRAS GERAIS PARA UMA
PÉSSIMA ADMINISTRAÇÃO DE UM PREFEITO. Vamos lá, portanto:
1ª REGRA: Nunca aceitar palpite ou
conselho de ninguém- afinal, o eleito É só ELE, já que Vice e Vereadores são só
para ajudar na eleição, principalmente com o nome e nas finanças. Numa
prefeitura, todos serão subordinados e devem obediência e fidelidade total ao Chefe,
que é o Prefeito, e só ele que teve os votos e quem manda;
2ª REGRA: Para administrar, mandar
vigiar funcionários de todos as secretarias, para que ninguém se atreva em
tentar alguma outra opinião, que não
seja a do Chefe Maior; em reuniões públicas, sempre que possível, mostrar quem
manda e ir prá briga, nem que seja com alguma autoridade estadual ou federal,
pois, afinal, este é o seu território.
3ª REGRA: O funcionalismo nunca deve
usar o nome do Chefe em aspectos negativos ou depreciativos, sendo extremamente
bem vindos todos os tipos de elogios, puxa-saquismo e babação de ovo;
4ª REGRA: O funcionário deve dar tudo
de si no trabalho, sabendo que a máxima do Governo do Chefe é “só o trabalho
para o Chefe enobrece”, e, nos dias de descanso, sempre que convocados pelo
Chefe ou seus Assessores Diretos ou Parentes, o dever é estar sempre ao inteiro
dispor;
5ª REGRA: As promessas de campanha são
instrumentos importantes para conseguir a vitória, coisa que, depois de eleito
arruma-se alguma desculpa para resolver mais tarde ou não cumprir,
principalmente naquelas áreas mais caras e dispendiosas, como a Saúde,
Educação, Manutenção de Estradas. Sempre que possível priorizar obras mais
vistosas, porque elas é que impressionam mais a população;
6ª REGRA: Os chamados Cargos de
Confiança, como Secretarias e outros, preencher, sempre que possível com
parentes, tendo em vista que os familiares são , como o nome diz, os de “maior
confiança”;
7ª REGRA: o super faturamento e o
sobrepreço em obras e compras são instrumentos muito comuns, usados por todo o
mundo, de todos os partidos, no Brasil
atual;
8ª REGRA: ter sempre em mente que
apoiadores de campanha servem, como já diz o próprio nome: “apoiador de
campanha ou cabo eleitoral”, com o fim exclusivo da campanha/eleição; depois
disso, costumam exigir muito e trazer só problemas. Se os mesmos foram
remunerados, o melhor é descartar o quanto antes;
9ª REGRA: Nunca esquecer que só fica na
lembrança do povo para uma próxima eleição aquele que aparece bastante. Todos
os meios são válidos para permanecer em evidência: o culto à personalidade,
muita propaganda, cartazes gigantescos e caros do chefe, barulho para chamar a
atenção e mostrar quem manda, também é importante;
10ª
REGRA:
Escapar de viver o dia a dia do município, pois isto é muito estressante depois
de uma eleição e, para isso, existe a cupinchada. Viajar para lugares novos e
maravilhosos, afinal, não é só em Brasília que existem bons hotéis, não apenas
para conhecer, como também para vistoriar novas experiências administrativas lá
implantadas, levando familiares e assessores mais íntimos, que ninguém é de
ferro, tudo faz parte das funções do cargo.
Se eleger-se Prefeito(a), para
administrar bem, proceda ao contrário das regras anteriores. Um bom dia a todos
e amanhã estarei na “Boca do Forno”, neste mesmo horário.