Prezados ouvintes da Rádio
Poema e leitores do Blog “euacreditoemblogs”: ontem comentei, neste espaço,
sobre telefonema recebido, em minha residência, por entrevistadora que se dizia
de um Instituto de Pesquisa. Achei que havia alguma irregularidade no
questionário, não há solicitação de registro de pesquisa para Pitanga nestes
dias e, então, protocolei na Justiça Eleitoral uma solicitação de áudio e
degravação da prestadora do serviço telefônico, como forma preventiva, na
tentativa de evitar divulgação ilegal de alguma pesquisa fria, às vésperas da
eleição, como já ocorreu 04 anos atrás, em que sobrou multa pesada para um dos
partidos políticos envolvidos.
Também recebi ontem telefonemas de mais pessoas que também relatam terem
recebido, por telefone fixo, perguntas de entrevistadora. Se houve pesquisa legalizada,
tudo bem, nada contra. Vamos para o assunto de hoje, então:
Os fatos, tanto em nível nacional, quanto em estadual ou municipal,
sempre são muito próximos e semelhantes. O que muda são os valores, a quantia.
Por isso, para muito político, o bom mesmo seria que não existisse imprensa
livre, mídia livre. A revista Veja está trazendo, semanalmente, denúncias
feitas em gravações do carequinha, o réu Marcos Valério, envolvendo muito o
ex-Presidente Lula. Os que estão no Governo, então, querem, por todas as
formas, achar meios de mandar na imprensa- e entenda-se aqui “imprensa”, como
mídia em geral, isto é, jornal, rádio, televisão, internet, tudo...
Entretanto, o que se tem comprovado ao longo do tempo é que só existe um
meio que realmente funciona, não mais que um, para governos mandarem na
imprensa, e esse meio se chama censura. Infelizmente para todos eles, essa é
uma arma de uso privativo das ditaduras — e ninguém, nem os “movimentos sociais”, nem nada, têm qualquer possibilidade
concreta de criar uma ditadura no Brasil de hoje. Podem, no fundo da alma,
namorar a ideia. Mas não podem, na vida real, casar com ela. Só perdem seu
tempo, portanto, e se estressam à toa quando ficam falando que a mídia
brasileira é um lixo.
E então, os políticos que estão no poder, ficam quietos porque têm medo
de que sejam publicadas fitas gravadas com aquilo que alguém disse, e têm medo que as
coisas piorem ainda mais. Mas o seu único objetivo real é este: eliminar as
informações que desejam esconder.
Até agora, o plano mais ambicioso que ocorreu a
esses políticos lá de cima, para chegar aonde querem foi propor algo que chamam
de “controle social” da mídia: não conseguem explicar bem o que seria isso na
prática, mas nem é preciso que expliquem: “controle social” é algo que não existe no
mundo dos fatos. Na vida como ela é, só têm controle verdadeiro sobre um órgão
de imprensa os seus proprietários ou, então, o departamento de censura. Todo o
resto é pura tapeação. Já foi feita, de
uns tempos para cá, uma boa meia dúzia de tentativas para armar o tal controle,
primeiro com projetos de lei que morreram antes de nascer, depois com
“audiências públicas” e outras esquisitices. Não saiu, até agora, um único
coelho desse mato.
Falou-se também da “mobilização de setores
populares” para pressionar a mídia, mas não se conseguiu mobilizar ninguém.
Manifestações de massa, hoje, exigem ônibus fretados, lanches grátis,
patrocínio de alguma estatal — e, francamente, não é assim que se faz uma
revolução. Muito dinheiro do Erário tem sido gasto na compra do apoio de uma
parte da imprensa, através de verbas publicitárias e outros tipos de ajuda: o
problema, aí, é que os governos não conseguem comprar os veículos que têm mais
público. Foram criadas, também, brigadas de “blogueiros” que recebem uma
espécie de “mensalinho” para falar a favor do governo e contra quem faz
críticas a ele; ninguém parece prestar atenção no que dizem.
No Brasil, inventou-se, ainda, uma “TV Brasil”,
emissora que serve para apoiar as autoridades e é sustentada com dinheiro
público em estado puro. Em cinco anos de funcionamento, sua audiência continua
vizinha do zero; a esta altura, talvez tenha mais funcionários do que
telespectadores. A questão, em todos esses casos, é que imprensa a favor não
adianta nada — o que interessa a quem manda é não ter imprensa contra. Elogios
não salvaram uma única cabeça, entre os doze ministros que a presidente botou
na rua até agora, nos casos em que foram denunciados por corrupção no
noticiário. Não têm resolvido nada no julgamento do mensalão, também revelado
integralmente pelo trabalho da imprensa; o STF vem sendo o flagelo de Deus para
os réus, triturados um após o outro com sentenças de condenação.
Ditaduras é que entendem muito bem como se controla
a imprensa. Não desejam aplausos: a única coisa que lhes importa é cortar tudo
aquilo que não querem que seja publicado. Não há exemplo, na história dos
países, de situações em que a imprensa tenha mudado de linha por causa de
discurseira desse tipo, ameaças vazias ou “pressões da sociedade”. Veículos
independentes não têm medo de insultos, de“setores populares” ou líderes políticos;
o que lhes quebra a espinha é a força armada, e só ela. É melhor, então, para
muitos, segurar a ansiedade,
principalmente aqueles políticos que não querem ser confrontados com a verdade
verdadeira dos fatos. Estes, têm seu Patrono no agora réu do “mensalão”,
desculpem, o nome é “Ação Penal 470”, o Zé Dirceu, quando disse na CPI do
Congresso sobre o “mensalão”, quer dizer, Ação Penal:
-“ESTOU A CADA DIA MAIS CONVENCIDO DA MINHA
IINOCÊNCIA”- para esses, não pode mesmo existir nenhum órgão da mídia livre.