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Pitanga, Pr, Brazil
Educação Formal Universitária: 2 Cursos (em áreas distintas); 2 Especializações; 1 Mestrado.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Comentários diversos

                     Crônica do Dia 26 de setembro de 2012

               Prezados ouvintes da Rádio Poema e leitores do Blog “euacreditoemblogs”: ontem comentei, neste espaço, sobre telefonema recebido, em minha residência, por entrevistadora que se dizia de um Instituto de Pesquisa. Achei que havia alguma irregularidade no questionário, não há solicitação de registro de pesquisa para Pitanga nestes dias e, então, protocolei na Justiça Eleitoral uma solicitação de áudio e degravação da prestadora do serviço telefônico, como forma preventiva, na tentativa de evitar divulgação ilegal de alguma pesquisa fria, às vésperas da eleição, como já ocorreu 04 anos atrás, em que sobrou multa pesada para um dos partidos políticos envolvidos.
               Também recebi ontem telefonemas de mais pessoas que também relatam terem recebido, por telefone fixo, perguntas de entrevistadora. Se houve pesquisa legalizada, tudo bem, nada contra. Vamos para o assunto de hoje, então:
                 Os fatos, tanto em nível nacional, quanto em estadual ou municipal, sempre são muito próximos e semelhantes. O que muda são os valores, a quantia. Por isso, para muito político, o bom mesmo seria que não existisse imprensa livre, mídia livre. A revista Veja está trazendo, semanalmente, denúncias feitas em gravações do carequinha, o réu Marcos Valério, envolvendo muito o ex-Presidente Lula. Os que estão no Governo, então, querem, por todas as formas, achar meios de mandar na imprensa- e entenda-se aqui “imprensa”, como mídia em geral, isto é, jornal, rádio, televisão, internet, tudo...
               Entretanto, o que se tem comprovado ao longo do tempo é que só existe um meio que realmente funciona, não mais que um, para governos mandarem na imprensa, e esse meio se chama censura. Infelizmente para todos eles, essa é uma arma de uso privativo das ditaduras — e ninguém, nem os “movimentos  sociais”, nem nada, têm qualquer possibilidade concreta de criar uma ditadura no Brasil de hoje. Podem, no fundo da alma, namorar a ideia. Mas não podem, na vida real, casar com ela. Só perdem seu tempo, portanto, e se estressam à toa quando ficam falando que a mídia brasileira é um lixo.
             E então, os políticos que estão no poder, ficam quietos porque têm medo de que sejam publicadas fitas gravadas com  aquilo que alguém disse, e têm medo que as coisas piorem ainda mais. Mas o seu único objetivo real é este: eliminar as informações que desejam esconder.
           Até agora, o plano mais ambicioso que ocorreu a esses políticos lá de cima, para chegar aonde querem foi propor algo que chamam de “controle social” da mídia: não conseguem explicar bem o que seria isso na prática, mas nem é preciso que expliquem:  “controle social” é algo que não existe no mundo dos fatos. Na vida como ela é, só têm controle verdadeiro sobre um órgão de imprensa os seus proprietários ou, então, o departamento de censura. Todo o resto é pura tapeação.  Já foi feita, de uns tempos para cá, uma boa meia dúzia de tentativas para armar o tal controle, primeiro com projetos de lei que morreram antes de nascer, depois com “audiências públicas” e outras esquisitices. Não saiu, até agora, um único coelho desse mato.
       Falou-se também da “mobilização de setores populares” para pressionar a mídia, mas não se conseguiu mobilizar ninguém. Manifestações de massa, hoje, exigem ônibus fretados, lanches grátis, patrocínio de alguma estatal — e, francamente, não é assim que se faz uma revolução. Muito dinheiro do Erário tem sido gasto na compra do apoio de uma parte da imprensa, através de verbas publicitárias e outros tipos de ajuda: o problema, aí, é que os governos não conseguem comprar os veículos que têm mais público. Foram criadas, também, brigadas de “blogueiros” que recebem uma espécie de “mensalinho” para falar a favor do governo e contra quem faz críticas a ele; ninguém parece prestar atenção no que dizem.
      No Brasil, inventou-se, ainda, uma “TV Brasil”, emissora que serve para apoiar as autoridades e é sustentada com dinheiro público em estado puro. Em cinco anos de funcionamento, sua audiência continua vizinha do zero; a esta altura, talvez tenha mais funcionários do que telespectadores. A questão, em todos esses casos, é que imprensa a favor não adianta nada — o que interessa a quem manda é não ter imprensa contra. Elogios não salvaram uma única cabeça, entre os doze ministros que a presidente botou na rua até agora, nos casos em que foram denunciados por corrupção no noticiário. Não têm resolvido nada no julgamento do mensalão, também revelado integralmente pelo trabalho da imprensa; o STF vem sendo o flagelo de Deus para os réus, triturados um após o outro com sentenças de condenação.
    Ditaduras é que entendem muito bem como se controla a imprensa. Não desejam aplausos: a única coisa que lhes importa é cortar tudo aquilo que não querem que seja publicado. Não há exemplo, na história dos países, de situações em que a imprensa tenha mudado de linha por causa de discurseira desse tipo, ameaças vazias ou “pressões da sociedade”. Veículos independentes não têm medo de insultos, de“setores populares” ou líderes políticos; o que lhes quebra a espinha é a força armada, e só ela. É melhor, então, para muitos,  segurar a ansiedade, principalmente aqueles políticos que não querem ser confrontados com a verdade verdadeira dos fatos. Estes, têm seu Patrono no agora réu do “mensalão”, desculpem, o nome é “Ação Penal 470”, o Zé Dirceu, quando disse na CPI do Congresso sobre o “mensalão”, quer dizer, Ação Penal:
-“ESTOU A CADA DIA MAIS CONVENCIDO DA MINHA IINOCÊNCIA”- para esses, não pode mesmo existir nenhum órgão da mídia livre.