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Educação Formal Universitária: 2 Cursos (em áreas distintas); 2 Especializações; 1 Mestrado.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Um pouco de história... do PT! - Os 10 anos do assassinato do Prefeito Celso Daniel.

                      Há 10 anos, a cidade paulista de Santo André, a primeira letra do chamado ABC(D), todas cidades do entorno da capital e megalópolis São Paulo, um dos berços do movimento sindical, que viria a dar como filho o PT e, consequentemente o futuro presidente Lula, era administrada por Celso Daniel, político das bases, de formação universitária, tido como político sério, honesto, bom administrador. Infelizmente, não era bem assim: tinha, como muitos, um grande defeito- achava que a "ideologia", aquela de esquerda, valia mais que todos os princípios de civilidade e, por ela, justificavam-se todos os fins, inclusive o roubo de dinheiro público, ou de empreiteiras, etc..., em nome da "sagrada causa". Que pena.
                     Quando, em 2002, Lula saiu candidato a presidente e veio a ganhar, seria de Celso Daniel, declarada pelo futuro presidente e toda a cúpula petista, a vaga que, com seu assassinato, seria posteriormente ocupada por Palocci, a de Ministro da Casa Civil. Possivelmente, Celso Daniel seria um dos nomes fortes à sucessão de Lula, não houvesse o banditismo acabado com a brilhante carreira política.
                     Vamos relembrar um pouco dos fatos, terríveis e que, entre outros, envolveram e continuam ainda envolvendo um dos homens fortes do petismo, o Secretário Geral de Lula e Dilma, e Ministro, o Gilberto Carvalho- o Carvalhinho, por sua estatura pequena, ratão de sacristia e o principal elemento de contato do PT com a Igreja Católica, tido como "católico praticante", daqueles de não perder Missa e Comunhão, pelo menos uma vez por semana (será que continua...?).
                       Vamos aos fatos, citando sempre as fontes, que, como sempre, vêm dos blogueiros de minha leitura diária, todos eles dos mais importantes órgãos de comunicação brasileiros.

                                    23/01/2012- Blog do Augusto Nunes - Direto ao Ponto


       "O silêncio das caixas-pretas é tão revelador quanto a mais minuciosa das confissões


                 O vídeo divulgado pela Band no dia em que a execução de Celso Daniel completou dez anos ─ sem desfecho à vista ─ escancara em pouco mais de quatro minutos um crime com claríssimas motivações políticas. Ouça o que dizem o promotor designado para o caso e o irmão do morto insepulto sobre a usina de dinheiro sujo, instalada na prefeitura de Santo André, que abasteceu com muitos milhões de reais os cofres do PT. Ouça as acusações explícitas feitas por Bruno Daniel a Gilberto Carvalho, José Dirceu e Miriam Belchior. E tente entender por que a trinca nem contesta as declarações nem aciona judicialmente o declarante.
                 Se a versão do crime comum não fosse apenas outro embuste, os Altos Companheiros estariam berrando há dez anos que a polícia de Geraldo Alckmin, que governava São Paulo em janeiro de 2002, é tão inepta que, além de não ter garantido a vida do prefeito, não consegue esclarecer o episódio e identificar todos os assassinos. Em vez disso, Gilberto, Dirceu e Miriam não comentam o episódio sequer para lamentar o trágico destino de Celso Daniel. Eles sabem o que não devem dizer. O silêncio estrepitoso das caixas-pretas é tão revelador quanto a mais minuciosa das confissões."

                Observação: coloco aqui o endereço do site em que faço a hospedagem (muito bom recurso e com hospedagem gratuita, por sinal), para, se alguém desejar, além de poder assistir ao vídeo, poder baixá-lo também (fazer o download)- vale a pena rever...
 
               
                Continuando, do Blog do Augusto Nunes:

                             "O País quer Saber



                                  O caso insepulto assombra o PT


                     Se fosse só prefeito, Celso Daniel já teria brilho suficiente para figurar na constelação das estrelas nacionais do PT. Uma das maiores cidades do país, Santo André é a primeira letra do ABC, berço político de Lula e do partido. Mas em janeiro de 2002 ele já cruzara as fronteiras da administração municipal para coordenar a montagem do programa de governo do candidato à Presidência. Ocupava o mesmo cargo que transformaria Antônio Palocci em ministro da Fazenda quando foi seqüestrado numa esquina de São Paulo, torturado e assassinado a tiros.
                    Foi um crime político, berraram em coro os Altos Companheiro já no momento em que o corpo foi encontrado numa estrada de terra perto da capital. A comissão de frente escalada pelo PT para o cortejo fúnebre, liderada por José Dirceu, Aloízio Mercadante e Luiz Eduardo Greenhalgh, caprichou no visual. O olhar colérico, os trajes de quem não tivera tempo nem cabeça para combinar o paletó com a gravata, o choro dos inconsoláveis, os cabelos cuidadosamente desalinhados – todos os detalhes da paisagem endossavam a discurseira.
                    Até ali, sabia-se apenas o que tinha contado o empresário Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, ex-assessor de Celso Daniel. Segundo o relato, os dois voltavam do jantar no restaurante em São Paulo quando o carro (blindado) foi interceptado numa esquina por bandidos que, por motivos misteriosos, levaram só o prefeito e permitiram que a testemunha sobrevivesse. O depoimento de Sombra, que merecia ficar sob suspeição só pelo apelido, pareceu tão verossímil quando uma nevasca no Nordeste. Mas a comissão de frente não estava interessada em enxergar contradições no samba-enredo. Queria entrar logo na avenida e levantar a arquibancada no gogó.
                  A letra decorada pelo PT garantia que Celso Daniel fora assassinado por motivos políticos. Dirceu e Mercadante lembraram que panfletos atribuídos a uma misteriosa organização ultradireitista haviam prometido a execução de dirigentes petistas. Greenhalgh informou que o presidente Fernando Henrique Cardoso não tomara as devidas providências. Animados com a indiferença do governo, como recitou o trio, os carrascos resolveram agir. Celso Daniel foi o primeiro.
                  Em pouco tempo, a polícia paulista prendeu alguns prontuários ambulantes, que assumiram a autoria do assassinato. O governo tucano de Geraldo Alckmin deu o caso por encerrado. Estranhamente, o PT gostou do desfecho e passou a endossar a tese do crime comum. A família de Celso Daniel não concordou. O Ministério Público achou a conclusão apressada e seguiu investigando o caso. Logo emergiram evidências de que o crime tivera motivações políticas, sim. Só que os bandidos eram ligados ao próprio PT.
                  Empresários da área de transportes e pelo menos um secretário municipal haviam forjado o embrião do que o Brasil contemplaria, em escala extraordinariamente ampliada, com as investigações em torno do mensalão. Praticando extorsões ou desviando dinheiro público, a quadrilha infiltrada na administração de Santo André supria campanhas do PT. Precisamente por isso, a turma que trocou preces por imprecações improcedentes no dia do enterro do prefeito tratou de impedir que as investigações avançassem.
                  Acusado de mandante do crime, Sombra ficou preso entre dezembro de 2003 e junho de 2004. Em nenhum momento os chefes do PT se interessaram por apurar seu envolvimento no episódio. Ao contrário: todos trabalharam para enterrar a história o quanto antes, como comprovam conversas telefônicas entre figurões do partido e amigos arrolados no grupo de suspeitos.
                 Numa das gravações, Gilberto Carvalho, que pouco antes do crime fora escalado pelo PT para instalar-se na prefeitura de Santo André como uma espécie de interventor, conversa com Sombra. Já promovido a número 1 na relação dos possíveis mandantes, Sombra andava inquieto. Carvalho, hoje secretário do presidente da República, procura tranqüilizá-lo.
                “Marcamos às três horas na casa do José Dirceu”, informa. “Vamos conversar um pouco sobre nossa tática da semana, né? Porque nós temos que ir para a contra-ofensiva”. A voz de Sombra avisa que o suspeito gostou de saber da movimentação fraternal. “Vou falar com meus advogados amanhã”, diz. “Nossa idéia é colocar essa investigação sob suspeição”. Carvalho concorda com a manobra: “Acho que é um bom caminho”.
                 Em outra conversa, a inquietação de Sombra foi berrada ao parceiro Klinger Oliveira Souza, secretário de Assuntos Municipais de Santo André. “Fala com o Gilberto aí, tem que armar alguma coisa!”, exalta-se. “Calma, calma”, recomenda Klinger. “Estou indo praí pra gente conversar”. Sombra continua irritado: “Eu tô calmo! Eu tô calmo! Só quero que as coisas sejam resolvidas”!
                 Além do nervosismo de Sombra, causava preocupação à equipe de resgate o comportamento do médico João Francisco Daniel, irmão do assassinado. Ele estava convencido de que Celso se condenara à morte ao resolver desmontar a máquina de fazer dinheiro instalada nos porões da prefeitura. Extorquidas de empresas concessionárias de serviços públicos ou subtraídas de contratos superfaturados, as boladas financiavam campanhas eleitorais do PT paulista (e, como descobriria Celso, também a boa vida dos monitores do esquema corrupto).
                       É provável que Celso tenha aprovado a institucionalização da gatunagem. Ao notar que fora longe demais, decidiu encerrar as patifarias, documentadas no dossiê que pretendia entregar a dirigentes do PT. Ele contara a história toda ao irmão. E João Francisco se transformou em testemunha de alto risco para os padrinhos de Sombra. Como neutralizar o homem-bomba?
                       A interrogação anima a conversa entre Gilberto Carvalho e Greenhalgh. “Está chegando a hora de o João Francisco ir depor”, adverte o advogado do PT. “Antes do depoimento preciso falar com você para ele não destilar ressentimentos lá”. Gilberto se alarma com o perigo iminente. “Pelo amor de Deus, isso vai ser fundamental. Tem que preparar bem isso aí, cara, porque esse cara vai… Tudo bem”.
                       Passados sete anos, Sombra continua por aí, os Altos Companheiros continuam bem de vida. Bruno José Daniel Filho, um dos irmãos de Celso Daniel, e sua mulher, Marilena Nakano, sobrevivem no exílio como refugiados políticos reconhecidos pelo governo francês, como mostra areportagem publicada no dia 17 de outubro no jornal Zero Hora. Resolveram fugir depois da morte de oito testemunhas, todas em circunstâncias suspeitas.
                      Uma das vítimas foi o legista que comprovou a inexistência de crime comum apoiado nas torturas evidentes sofridas pelo prefeito. “Lidamos com duas mortes. Uma foi a do Celso. A outra foi a morte simbólica de companheiros do PT”, disse Marilena ao repórter Gabriel Brust. Os familiares de Celso Daniel “foram usados em depoimentos na CPI dos Bingos”, escreve Luiz Eduardo Greenhalgh no segundo parágrafo dacarta enviada à coluna como resposta ao texto “O primeiro andor da Interminável procissão de escândalos”. Submetido a mortes sucessivas por declarações desse gênero, Celso Daniel foi enterrado pelo PT há quase oito anos.
                 O caso segue insepulto."

       Observação: coloco aqui, da mesma forma que o de cima, outro vídeo que comprova a veracidade dos fatos:


              Agora, segue reportagem realizada pelo Jornal Zero Hora, com entrevista, na França, de um dos irmãos de Celso Daniel, o médico Bruno Daniel, que, devido à série de ameaças recebidas por ele e toda a família, exilou-se naquele país.

 
       "Jornal Zero Hora - Notícias


             Política, em 17/10/2009




 
                         O exílio de dois brasileiros na França ( Gabriel Brust - Especial/Paris)


Como vive o casal que pediu refúgio político à França para fugir dos assassinos do ex-prefeito Celso Daniel
         
                     Há três anos na França, Marilena e Bruno não revelam endereço, mas aceitam conversar em café.          (Foto: Gabriel Brust, Especial Paris)

                   “Você vai nos reconhecer. Somos um casal estranho. Eu sou baixinha com cara de japonesa, Bruno é alto com cara de italiano.”
                   O último dos vários e-mails trocados ao longo de dois meses deixa clara a preocupação de Marilena Nakano, 61 anos, com a segurança. O encontro é marcado em local público. Ao seu lado, em uma saída de estação de metrô na periferia de Paris, surge seu marido, Bruno José Daniel Filho, 56 anos – um dos irmãos de Celso Daniel, ex-prefeito da cidade paulista de Santo André, assassinado em 2002. O casal “estranho” na aparência vive há três anos na França, em endereço não revelado e em circunstâncias ainda mais exóticas: são refugiados políticos reconhecidos pelo governo francês. Deixaram o Brasil para não virar estatística. No caso, os números nove e 10 na lista de pessoas mortas em circunstâncias suspeitas, todas relacionadas de alguma forma ao caso Celso Daniel.
                    A descrição do e-mail foi fiel. Bruno José, quase um 1m90cm, magro, cabelo batido e queixo proeminente, destoa de Marilena, enquanto caminham de braços dados pelas ruas de uma das pequenas cidades da banlieue, a periferia parisiense. Marilena é quem mais fala durante as duas horas de conversa em um café. Deixa transparecer indignação, tristeza e, às vezes, até bom humor. Bruno fala pouco e tenta, mas não consegue, sorrir. A morte traumática do irmão seria apenas o primeiro episódio a roubar-lhe qualquer possibilidade de voltar a ter uma existência tranquila. Quem define o trauma é Marilena:
                 – Lidamos com duas mortes. Uma foi a do Celso. A outra foi a morte simbólica de companheiros do PT. De companheiros, não têm nada.

                                   O abandono de ex-companheiros
                 Foi em função da segunda morte, mais do que da primeira, que o casal desembarcou na França no dia 1º de março de 2006. No segundo semestre de 2005, Bruno, então professor de Economia da PUC-SP, percebeu que o único resultado da luta para desvendar o assassinato do irmão foi o isolamento da família. Restavam ele e Marilena, ambos ex-petistas históricos, como dois Davis batendo de frente com interesses aparentemente ocultos, que se materializavam em duas frentes. Primeiro, na Polícia Civil, que, com apenas três meses de investigação, em abril de 2002, concluiu que o assassinato não passou de crime comum – Celso teria sido sequestrado por engano, no lugar de um empresário. Em segundo, na suposta debandada de companheiros históricos do PT, ocorrida por volta de 2003. Marilena conta:
                   – A nossa última tentativa de obter apoio do PT foi quando tivemos acesso às fotos da necropsia. Elas mostram que Celso foi torturado. Chamamos alguns petistas, um a um, para dizer “você vai ver o que nós vimos, e a gente está pedindo pela última vez: vocês têm de fazer alguma coisa”. Nunca moveram uma palha.
                   A indiferença inicial de ex-companheiros se tornaria repúdio aberto à atuação do casal a partir de 6 de outubro de 2005. Bruno confirmou, em depoimento à CPI dos Bingos, ter ouvido de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um relato sobre corrupção na prefeitura de Santo André com arrecadação de propina para o PT. A participação na CPI foi a gota d’água para acabar com qualquer relação entre o partido e a família Daniel.

                                   Falta de dinheiro gera dificuldades
                         O embate do casal e de outro irmão da vítima, João Francisco Daniel, hoje respira graças à intervenção do Ministério Público (MP) de São Paulo. Após avaliar que a investigação policial apresentava questões não esclarecidas, o MP solicitou, em 2002, a reabertura dos trabalhos. Desde então, os esqueletos não pararam de sair do armário. Oito pessoas foram denunciadas pelo assassinato. Outras oito relacionadas ao caso morreram em circunstâncias misteriosas.
                    – Começamos a sofrer ameaças de forma mais intensa depois que o legista veio a público e disse “Celso foi torturado, não foi um crime comum”. Era a fala de um especialista. Antes de concluir o relatório, foi encontrado morto – conta Bruno.
                    As ameaças, em telefonemas suspeitos, levaram a polícia a providenciar segurança 24 horas para Bruno. Até que um telefonema feito a uma tia da família deixou claro: um dos sobrinhos de Celso seria morto caso os irmãos do ex-prefeito não deixassem o país. O casal tratou de providenciar a partida dos três filhos.
                     – Em seguida, caiu a ficha: estávamos pensando nos filhos. Mas e nós? Quando começamos a pensar na saída deles, era mais ou menos inescapável pensar na nossa saída também.
                    Em março de 2006, o casal chegaria à França, país escolhido pela proximidade cultural – Marilena havia estudado lá por seis meses na época da morte de Celso – e pela tradição em acolher refugiados políticos.
                     O status de refugiado foi obtido no segundo semestre de 2006, após avaliação do Ofício Francês de Proteção aos Refugiados e Apátridas. A tarefa não costuma ser fácil: apenas 10% dos estrangeiros que solicitam o refúgio são aceitos. Em 2006, os Daniel foram a única família brasileira a obter o status – que lhes permite trabalhar e viver legalmente –, graças às comprovações de que poderiam ser mortos caso voltassem ao Brasil. Os dois levaram uma vida secreta no Exterior até o início deste ano, quando resolveram voltar a se manifestar através de cartas abertas a instituições brasileiras.
                      A dificuldade do casal hoje é de ordem financeira. Contam com a ajuda de amigos para sobreviver e recorrem a trabalhos eventuais, cada vez mais escassos em tempos de crise econômica europeia. Marilena está recorrendo ao seguro-desemprego. Bruno tenta rir da ironia do destino:
                    – No Brasil, eu dava aula justamente sobre Estado de bem-estar social. Agora a gente tem um status aqui de família de baixa renda, então recorremos ao Estado de bem-estar social e sofremos as mesmas agruras das pessoas francesas de baixa renda. Eu não desejo o exílio para ninguém. Deixamos amigos, família, nosso país, nosso trabalho. Tudo isso perdemos. Tínhamos uma vida regular. Perdemos."

                    E agora, para completar a postagem de hoje, mas mudando um pouco de assunto, segue alguma coisa do Blog do Reinaldo Azevedo:

                     "Reinaldo Azevedo - 24/01/2012



             Petistas poderiam ter atuado para impedir desocupação do Pinheirinho, mas a atração pelo sangue dos pobres não deixou. Veja como:
                 Sim, o governo federal poderia ter impedido a ação da Polícia Militar na região do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), se, em vez de se excitar com o cheiro de sangue dos pobres — que, felizmente, não correu —, tivesse tido a vergonha na cara e o bom senso de tomar uma medida em favor daquelas famílias. Já explico. Vocês vão se surpreender como tudo teria sido muito simples houvesse vontade resolver. O problema é que a atração pelo sangue era maior. Os palacianos apostaram no confronto. A petezada vislumbrou mais uma chance de jogar a população de São Paulo contra a polícia e contra o governo do estado. Antes que o demonstre, algumas considerações.
                      O Planalto tentou criar um caso político — e eleitoral, em favor de Fernando Haddad — em São Paulo quando decidiu sabotar a correta intervenção do poder púbico na cracolândia. Fez política vagabunda com a vida daqueles zumbis que vagavam quase vivos e quase mortos numa área destruída da cidade, governada por traficantes. Deu tudo errado. A população do estado, especialmente a da capital, apoiou com entusiasmo a ação da PM. No caso dos maconheiros da USP e da invasão da Reitoria, já havíamos assistido a esforço idêntico, igualmente frustrado. Não por acaso, Haddad criticou a polícia nos dois episódios. Então chegou a vez da região do Pinheirinho, desocupada pela PM POR ORDEM DA JUSTIÇA.
                     A atuação de Gilberto Celso Daniel Santo André Carvalho, demonizando a PM e o governo do Estado, entra para o rol da infâmia, da ignomínia. Vamos relembrar a fala de Carvalho: “Eu não quero fazer uma crítica direta ao governo de São Paulo, com todo respeito à autonomia. Agora, eu só posso dizer que esse não é um método nosso, do governo federal”. Heeiiinnn? Qual é o “método” do governo federal? Desrespeitar ações judiciais? Carvalho está incitando o desrespeito às leis? Carvalho acha que o governo de São Paulo deveria ter investido num confronto entre Poderes? Carvalho queria que Alckmin tivesse jogado o despacho no lixo? É o que ele próprio faria? É o que Dilma faria?
                    Reproduzi aqui na manhã de ontem a determinação do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Ricardo Garisio Sartori. Não se tratava de ordem de cumprimento facultativo: “Olhem aí, governador Alckmin e PM, façam se quiserem…” Num dado momento, escreve Sartori: “Também não houve manifestação de interesse jurídico da União neste feito, de modo que fosse deslocada a competência para a Justiça Federal. Por isso que sem nenhum valor o processo concorrente naquela Justiça em oposição ao presente.”Ou seja: os petistas não moveram uma palha. O confronto entre PM e invasores lhes era útil. Sempre souberam que o governador Geraldo Alckmin não tinha alternativa.
                          O governo federal tinha, sim, uma alternativa desde sempre — e, creio, a tem ainda agora. Poderia ter desapropriado a área, depositando em juízo o valor do terreno, que pertence à massa falida da Selecta, e tudo estaria resolvido. Aí bastaria recorrer à Justiça estadual para suspender a reintegração de posse — o que seria certamente aceito. Em vez disso, preferiu mandar um estafeta para o meio do conflito para fazer política partidária.
                           Não! Preferiu-se não tomar providência nenhuma! Como a impostura não tem mesmo limites, o PT decidiu emitir uma nota de solidariedade aos invasores. No texto assinado por Rui Falcão, lêem-se maravilhas como esta:
                          “A mega-operação de reintegração de posse que envolveu a Polícia Militar do Estado de São Paulo e a Guarda Municipal de São José dos Campos frustrou os esforços para uma saída pacífica para o conflito social, com base em proposta de políticas públicas para a regularização, urbanização e construção de moradias populares na região envolvendo os três níveis de governo - federal, estadual e municipal.”
                         Quais “propostas”? A única “proposta” do PT era ignorar a decisão judicial. O partido vai mais longe: “O PT cumprimenta o Governo Federal pelos seus esforços de diálogo e por sua responsabilidade em todo o processo do Pinheirinho, e condena fortemente a intransigência e a insensibilidade social dos governos tucanos de São José dos Campos e do Estado de São Paulo, instando a todos pela retomada das negociações que permitam reparar o sofrimento causado desnecessariamente a famílias pobres e sem-teto.” Eis aí. Se faltava a prova de que os invasores estão sendo usados como massa de manobra, já não falta mais. E sempre é um momento lindo ver petistas parabenizando petistas… Está fuindado o onanismo ideológico.
                          Mas, vocês sabem, o PT é muito ético. O partido, muito sério, escreve em sua nota: “A dissimulação e a mentira são posturas inaceitáveis em relações políticas e administrativas”. É mesmo? Muito comprometido com a “verdade”, a EBC teve o desplante de dar voz a um advogado ligado aos militantes que denunciavam mortes no Pinheirinho (leiam aqui). Não morreu ninguém.
                           Encerro destacando que aí está a natureza do PT. Uma bomba de efeito moral jogada pela Polícia Militar do Piauí, governado pelo PSB em parceria com os companheiros, acabou deixando cego de um olho um estudante que protestava contra o aumento das passagens de ônibus. Fico a imaginar uma ocorrência como essa em São Paulo… Carvalho seria tentado a sugerir que Dilma mandasse tropas ao estado.


                         Não adianta. Eles não têm limites nem tem cura.


Por Reinaldo Azevedo


24/01/2012


                     Sob a gestão de Nelson Breve, EBC comete a maior delinqüência jornalística de sua história: noticia a existência de mortos no Pinheirinho que jamais existiram. E o que fizeram o UOL e Terra
                     Escrevi aqui outro dia que Nelson Breve, atual presidente da EBC — é o substituto de Tereza Cruvinel — começou sua carreira jornalística no Diário do Grande ABC, onde também comecei. Eu era redator-chefe quando ele entrou como repórter. Embora jornalista, tinha feito carreira em banco, mas queria mudar de ramo. Já era petista. Eu já não era. Até relatei uma conversa nossa. A minha síntese para ele foi esta: “Eu me interesso pela notícia, não por aquilo que grupos de pressão dizem ser notícia”. Acho que ele não aprendeu a lição.
                      A EBC mergulhou feio, nesta segunda, na delinqüência jornalística. Aliás, algo parecido jamais aconteceu! Nem na gestão de Tereza Cruvinel. Vimos, sim, atitudes reprováveis, como escalar repórteres da EBC para fazer perguntas-provocação ao então candidato da oposição à Presidência em 2010, José Serra — para Dilma, nunca! Mas veicular denúncias irresponsáveis, citando mortes inexistentes, aí, não! Isso nunca! Leiam a barbaridade veiculada pela Agência Brasil.


                               Por Bruno Bocchini e Flávia Albuquerque:
                       O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto, disse hoje (23) que houve mortos na operação de reintegração de posse do terreno conhecido como Pinheirinho, na periferia da cidade. De acordo com ele, crianças estão entre as vítimas. “O que se viu aqui é a violência do Estado típica do autoritarismo brasileiro, que resolve problemas sociais com a força da polícia. Ou seja, não os resolve. Nós vimos isso o dia inteiro. Há mortes, inclusive de crianças. Nós estamos fazendo um levantamento no Instituto Médico-Legal [IML], e tomando as providências para responsabilizar os governantes que fizeram essa barbárie”, disse, em entrevista à TV Brasil.
                    Segundo Neto, a Polícia Militar (PM) e a Guarda Municipal chegaram a atacar moradores que se refugiavam dentro de uma igreja próxima ao local. “As pessoas estavam alojadas na igreja e várias bombas foram lançadas ali, a esmo”, declarou. O representante da OAB disse ter ficado surpreso com o aparato de guerra que foi montado em prol de uma propriedade pertencente à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. “O proprietário é um notório devedor de impostos, notório especulador, proibido de atuar nas bolsas de valores de 40 países. Só aqui ele é tratado tão bem”.
                      Desde o início da manhã de ontem (22) , a PM cumpre uma ordem da Justiça Estadual para retirar cerca de 9 mil pessoas que vivem no local há sete anos e 11 meses. O terreno integra a massa falida da empresa Selecta, do investidor Naji Nahas. A Justiça Federal decidiu contra a desocupação do terreno, mas a polícia manteve a reintegração obedecendo ordem da Justiça Estadual. A moradora Cassia Pereira manifestou sua indignação com a maneira como as famílias foram retiradas de suas casas sem que ao menos pudessem levar seus pertences. “A gente está lutando por moradia. Aqui ninguém quer guerra, ninguém quer briga, a gente quer casa, nossa moradia. Todo mundo tinha suas casas aqui construídas, e tiraram de nós, sem direito a nada. Pegamos só o que dava para carregar na mão”, disse.
                      O coronel Manoel Messias Melo confirmou que os policiais militares se envolveram em conflitos durante a madrugada, mas negou que a ação foi contra os moradores do Pinheirinho. “Foram vândalos e anônimos que praticaram incêndios na região. Tivemos 14 prisões e algumas apreensões de armas esta noite”, declarou. “Agora vamos cuidar do patrimônio das pessoas. O oficial de Justiça lacrou [os imóveis] e nós guardamos o imóvel durante a noite. O oficial de justiça vai arrolar os bens. As pessoas receberam um número. Todos os bens serão etiquetados, conduzidos a um caminhão e levados para um depósito judicial ou a um endereço [fornecido] pelo morador”, disse Melo. De acordo com o coronel, a PM vai permanecer no local até a reintegração de posse do terreno ser concretizada. “Entregue a posse ao proprietário ele deve tomar providências para guardar o local”. Procurada pela reportagem para falar sobre o assunto, a prefeitura de São José dos Campos não quis se pronunciar.


Voltei


                     Pois bem! Felizmente, não houve mortos na operação coisa nenhuma! Trata-se de uma mentira estúpida. Mas foi parar na homepage do UOL, na manchete, e do Terra Terra, onde se lia, com todas as letras: “OAB apura denúncias de mortes em ação da PM no Pinheirinho”.
                     A que ponto chegamos! Como se pode ler neste site do jornal “O Vale”, o tal Aristeu César Pinto Neto é, na verdade, advogado dos invasores, do Movimento dos Sem-Teto. A seção de São José dos Campos da OAB desautorizou o tal advogado e postou a seguinte nota em seu site: “Informamos à toda mídia e demais órgãos de imprensa, que o único autorizado a fazer qualquer pronunciamento em nome da OAB Subeção de São José dos Campos é o seu Presidente Dr. Julio Aparecido Costa Rocha.”
                     Muito bem! Agora noticia o Terra: “Prefeitura e PM negam mortes em ação no Pinheirinho”. Entenderam agora o que o Terra entende ser jornalismo? Ora, um diz: “Houve mortes”. Outro retruca: “Não houve mortes”. E pronto! Estão dadas as duas versões. Pronto! Mas houve ou não houve? Ah, gente… Mas esperem: “Há, ao menos, alguma prova, algum indício, alguma evidência?” Rigorosamente nada! Observem que não se trata de uma simples divergência de opinião! Fala-se aqui de… mortes!!!
                     Estamos diante do escancaramento de duas degradações: a da ética do poder, que permite e estimula aquele tipo de delinqüência. E da ética jornalística: nunca antes na história destepaiz a existência ou não de mortos numa operação foi mera questão de “lado” e “outro lado”.
Por Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

De volta à labuta...

                   Voltando das merecidas férias e praia, penso em dar mais tempo e dedicação a este nosso bloguinho. Afinal, o ano de 2012 promete. Para o Brasil, no geral, serão de grande importância as eleições municipais. E por quê? Conhecendo a índole da "companheirada" (a turma do PT) no poder, está claro, pelo demonstrado desde já em São Paulo, com o "dedaço"(novamente) do Lula, a favor do incompetente Ministro da Educação e que o "chefe Lula" exige seja o escolhido para disputar as eleições, o Haddad, a turma no Poder procurará não abandonar o "osso"- afinal, estão todos "ascendendo" nas classes sociais...e a que custo, não é?
                  Imagino que aproxima-se o momento em nosso País, em que todas as pessoas de bem terão que precaver-se de mais vitórias dos petistas, sob pena de ver espalharem-se, ainda mais, o cinismo político e a mentira deslavada, quase como método de governo e norma geral dos políticos. Ninguém mais está tendo "saco" para aguentar tanta falsidade.
                   E, nesse quadro, qualquer pessoa que possa contribuir, de alguma forma- qualquer forma, para opor-se a isso, esclarecendo aqueles mais próximos, de seu bairro, cidade, região, etc..., tem a obrigação moral de fazer a sua parte e, é claro, de maneira democrática, buscando uma mudança pelas urnas...
                   Eu gosto de trazer postagens de vários jornalistas, todos de renome, texto impecável, experientes no trato da política, já de mais idade, por, além de ser fã dos mesmos, reconhecer, humildemente, que eles sim, poderão ser ouvidos pelo Brasil, erm todo o território nacional. A nossa contribuição local, muitas vezes, nem por isso deixa de ter sua importância e, eu diria mais, imprescindível na construção do país que todos queremos e com a mentirada e enganação atual, está cada vez mais se distanciando do país honesto, justo, solidário, uma nação que todos esperamos.

                   Seguem alguns posts ótimos destes últimos dias.

               Enviado por Ricardo Noblat - 16.1.2012

 
                                    Povo bobo



                 A presidente Dilma vai muito bem, obrigado. Manda lembranças. Pouco fez no seu primeiro ano de governo, é verdade. Mas deu a forte impressão de ter feito muito.
                De fato, é isso o que importa na Idade das Aparências. Estão aí as pesquisas de opinião para atestar sua popularidade.
                Em resumo: dotado de fraca memória, no geral o povo é bobo. Ai dos governantes e dos políticos em sua maioria se o povo não fosse bobinho. E se não carecesse de boa memória.
                Por bobo, deixa-se enganar com uma facilidade espantosa. Por desmemoriado, esquece rapidamente em quem votou – e também as promessas que o atrairam.
                E o mais notável: se perguntado responderá conformado que político é assim mesmo e que a política se faz assim em toda parte.
                Na próxima eleição procederá da mesma forma. E até lá se dará ao desfrute de falar mal dos seus representantes como se nada tivesse a ver com eles.
                Lances de marketing político à parte, o que Dilma entregou de concreto no ano passado?
               A primeira e a segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento avançaram devagar quase parando. Os demais programas, ídem.
               Perguntem ao Movimento dos Sem Terra se a reforma agrária avançou alguma coisa. Pouco ou quase nada.
               No primeiro mês de governo, os mais apressados enxergaram indícios de uma possível mudança para melhor na política externa. Dilma parecia disposta a expurgar maus hábitos adquiridos nos oito anos de Lula. Hoje, ninguém está certo de que isso aconteceu.
               Concebida para esclarecer crimes da ditadura militar de 1964, a Comissão da Verdade derrapou sem sair do lugar.
                Ampliaram de tal modo o período sujeito às suas investigações que ela não terá tempo razoável para investigar coisa alguma. Para completar, esvaziaram-lhe os poderes.
                O governo foi bem na área da saúde?
               Dos brasileiros ouvidos pelo Ibope na última pesquisa de 2011, 67% responderam que não.
                Foi mal também nas áreas de impostos (66%), segurança (60%), juros (56%) e combate à inflação (52%). A aprovação de Dilma, contudo, aumentou para 72%.
                A presidente pode ir bem e seu governo não? Pode.
                Dilma foi eleita porque era “a mulher de Lula”. Ainda é.
               A crise econômica que flagela parte do mundo não bateu em nossas praias. Tomara que não bata.
              Enquanto a vida não apertar, Dilma poderá se divertir montando e desmontando ministérios."

               Reinaldo Azevedo -  16/01/2012


               "O crack, o Datafolha e o mito de que a pobreza induz a violência e o vício, embora a esmagadora maioria dos pobres seja honesta e careta


                 A Folha deste domingo publicou uma pesquisa Datafolha com viciados da cracolândia de São Paulo. Os números insistem em escancarar o que os ditos “progressistas” não querem ver. Em vez de acatar a realidade, torturam a lógica para que ela confesse o que eles querem ouvir. Antes que entre propriamente no mérito do levantamento, algumas considerações relevantes.
                O desastre social, ético, moral, econômico e urbanístico na cracolândia não se fez da noite para o dia. Trata-se de uma fabulosa soma de erros que foram se acumulando ao longo dos anos. Todos deram a sua inestimável cota de contribuição ao descalabro: as autoridades, a imprensa, setores da Igreja Católica que confundem o sofrimento com a ascese (isso, claro, quando seus padres sabem a diferença entre a Bíblia e um cachimbo de crack), cientistas sociais, as esquerdas etc.
                 Tenho procurado ler muita coisa nestes dias, verificar a abordagem do tema no resto do mundo etc. Espanto-me. Mesmo os grupos mais porra-loucas da Europa mais “progressista” resistem em tratar a dependência como exercício de cidadania. No limite, até acham que os viciados são um problema do estado, mas não há quem não os considere, no mínimo, doentes. Uma faixa exposta durante aquela inacreditável churrascada na cracolândia dá o que pensar: “Nem criminoso nem doente; usuário de drogas é cidadão”.
                 Assim, entende-se que o consumo das substâncias hoje consideradas ilícitas, crack inclusive, é um exercício de… cidadania! Digamos, meus caros, que fosse… Esses “cidadãos” especiais têm o direito de sitiar as cidades? Problema médico ou mero exercício da vontade individual, uma coisa é certa: quando um grupo impede o direito constitucional de ir e vir, como faziam os viciados e os traficantes da cracolândia, estamos diante de uma questão de segurança pública.
                Voltemos à Folha. O texto do jornal começa com uma indagação: “O viciado em crack tem uma vida desestruturada porque consome a droga ou consome a droga porque tem uma vida desestruturada?” Pois é… O levantamento aponta que “a grande maioria apresenta dados socioeconômicos bem abaixo dos da média da população.” Sim, todos intuíamos isso. O jornal resolveu ouvir especialistas. Um deles é Dartiu Xavier. Ora, ao se escolher alguém para comentar um dado, escolhe-se também uma análise, uma visão de mundo. Dartiu gosta de falar. Eu jácontestei aqui um artigo seu publicado no Estadão no dia 9. Ele é diretor do Programa de Orientação, Atendimento a Dependentes (Proad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
                  No texto, afirma Dartiu: “O segundo equívoco é pensar que a droga é que causa a situação de miséria de quem a consome. É exatamente o contrário. O que leva as pessoas para o buraco é a ausência do Estado, que não oferece escola de qualidade, habitação digna nem chance de trabalho. A droga é consequência, não é causa.” Agora, ao comentar os dados do Datafolha, repetiu a ladainha: “A droga é efeito, não causa da exclusão. A pessoa já vive excluída socialmente, e sua miserabilidade faz a droga florescer.”
                Bem, é mentira!
                Dartiu pode até ser um exímio psiquiatra, mas não passaria - e boa parte da imprensa também não! - na prova de “Massinha 1″ de Lógica Elementar. Por quê? Segundo o Datafolha, entre os viciados da cracolândia, “27% não têm trabalho e nem procura um. Na população em geral, a taxa é de 3%.” Ou ainda: “Quem diz trabalhar faz bico (45% contra 17% na média em São Paulo): recolhe material na rua para revender, guarda carros ou é prostituta.” Ou ainda: “Os craqueiros da rua têm menor escolaridade: 64% concluíram no máximo o ensino fundamental e apenas 6% têm nível superior. A média entre moradores de São Paulo é diferente: 17% concluíram uma graduação.”
                  Trato aqui amiúde da maldita confusão que se faz por aí entre correlação e relação de causa e efeito. O fato de determinadas características costumarem estar presentes numa ocorrência não faz delas, necessariamente, elementos determinantes dessa ocorrência. Dou um exemplo. Eu duvido que haja muitos bandidos vegetarianos. A maioria dos criminosos, estou certo, come carne. Isso quer dizer que esse alimento induz a delinqüência? Não! Quer dizer apenas que o vegetarianismo é um traço de um conjunto de outros traços de formação social que costumam ser incompatíveis com certo tipo de delinqüência. Mas atenção!


                   1- A maioria dos não-bandidos não é vegetariana:


                   2- A esmagadora maioria das pessoas que comem carne não é composta de bandidos;


                   3 - Certamente existem bandidos vegetarianos;


                   4 - A carne não predispõe ninguém ao crime.
                
                   Depois que uma pessoa se torna viciada em crack, quais são as suas chances de ter um trabalho fixo? Ora, a violência com que a droga dela se apodera fala por si mesma. Assim, que 27% “não tenham trabalho nem procurem um”, contra apenas 3% na população, é, se querem saber, um número que me parece até subestimado. “Procurar um emprego” é, além de uma questão econômica, também um traço de moralidade pessoal e de ética coletiva, pilares que o viciado perde. Que apenas 17%, entre os que trabalham, digam viver “de bico” em São Paulo, contra 45% na cracolândia, eis outro dado compatível com a ditadura da droga. Digam-me: o que, nesses dados, leva Dartiu a concluir que foi a miséria que empurrou essas pessoas para o crack, não o contrário?
                        Ora bolas! É evidente que um sujeito pobre que se vicia tem mais chances de terminar na cracolândia do que um rico. É certo que um indivíduo apenas remediado que se torne dependente da cocaína tem mais chances de parar na sarjeta do que um milionário. O fato de população da cracolândia ter uma escolaridade inferior à da média de São Paulo não tem a menor importância. Isso só quer dizer que a droga prejudica ainda mais aqueles que já eram mais vulneráveis. O mesmo se pode dizer da gripe. O que interessa é saber por que a esmagadora maioria dos pobres e dos miseráveis NÃO SE DROGA!!! Qual é a hipótese de Dartiu?


                       Números ignorados


                    Eu lamento que a Folha tenha recorrido a Dartiu e a uma outra estudiosa da área para encontrar na pesquisa aquilo que foi procurar, preferindo ignorar números do Datafolha que, estes sim, dão muito pano pra manga. O jornal não deixou de publicá-los, mas os escondeu editorialmente.
                     Os números evidenciam o que os irresponsáveis que pregam a descriminação da maconha fazem questão de ignorar - ou sua luta perderia o caráter simpático de defesa de “direitos civis”. Dizem consumir outras drogas nada menos de 65% dos entrevistados. Entre as ilícitas, a mais comum é a maconha (43%), seguida pela cocaína: 30%. Os números sugerem o que sabe toda gente que lida com viciados: é muito raro haver o consumidor de uma única substância, e a maconha, dizem-me pessoas que lidam na área, é quase sempre a porta de entrada no mundo do vício.
                    Se o crack é uma determinação da miséria, como quer o tal Dartiu, ele teria de explicar por que o viciado da cracolândia é, na sua esmagadora maioria, homem (84%). É evidente que a desproporção não se explica pelo viés econômico. Os homens estão mais expostos a essa e a outras transgressões porque a educação dos meninos, em qualquer classe, é mais laxista e permissiva do que a das meninas.
                   Alguns números são assombrosos: 63% dos homens na cracolândia têm entre 16 e 34 anos - são jovens! Declaram-se solteiros 62%, mas 70% já são pais. Entre as mulheres, esse número chega a 90%. Um dos comportamentos associados ao uso da droga é sexo de risco - às vezes, para conseguir mais droga. Nada menos de 48% dizem consumir mais de cinco pedras por dia, e 38% afirmam gastar, diariamente, R$ 60 com o vício - R$ 1.800 por mês; quase três salários mínimos. Considerando que se manter vivo tem algum custo, serei obrigado a lembrar a Dartiu que o seu “miserável” de manual é, vejam que coisa!, de “classe média” - pelo menos assim ensinam os compêndios sobre a tal Classe C…


                    Encerrando


                Durante anos a vigarice sociológica deu as cartas no Rio de Janeiro, por exemplo, e impediu o estado de fazer o óbvio: recuperar os territórios que estavam - e a maioria ainda está - sob o controle do narcotráfico (e, agora, das milícias). A suposição era justamente esta: o que se tem lá é um problema social. Durante anos, ouvimos cretinos a tonitruar: os morros precisam de políticas sociais, não de polícia! Errado! Precisam de polícia e de políticas sociais. Sem a primeira, os donos do pedaço se tornam os principais beneficiários de eventuais investimentos públicos feitos em áreas carentes.
                   É uma tolice, uma mentira, uma vigarice ou uma ilusão acreditar que só o trabalho de saúde e de assistência social resolve o problema da cracolândia - ou das cracolândias (ver texto acima). A existência de uma área destinada ao consumo e ao tráfico de drogas, regida por leis próprias, é inaceitável. Aliás, as pessoas não têm o direito de fechar vias púbicas e de sitiar moradores nem que seja para celebrar o consumo de chicabom.
                  A interpretação que se fez da pesquisa Datafolha reforça o mito de que pobreza induz violência e vício. Não! A esmagadora maioria dos pobres é honesta e careta, ainda que a maioria dos que perambulam pela cracolândia seja pobre.

                Esta é do tempo em que o PT andava de Brasília, não de Land Rover


               Sempre fico muito comovido com petistas disfarçados de representantes de “movimentos sociais” e ONGs. Fica parecendo que o trabalho partidário é só manifestação da sociedade. Num post de ontem, citei Patrícia Cornils, de uma certa “Transparência Hacker”. Ela foi uma das organizadores da churrascada na cracolândia. Mais: segundo disse, a idéia foi de um dos viciados. Como isso, ela pretendia enobrecer a origem do evento. Bem, de todo modo, a informação é falsa. A idéia surgiu num site que prega a legalização das drogas.
               Mas o nome da moça ficou aqui na minha cabeça, vasculhando o arquivo… Como diria Machado de Assis, a coisa martelava: “Vem do Líbano, esposa minha, vem do Líbano…” Lembrei!
               Havia uma moça na década de 90 que era militante petista, contratada pelo PT estadual e que cuidava de algumas publicações do partido. “Não seria Patrícia Conils?”, indagavam aqui meus neurônios. Hora de consultar papéis (não estão empoeirados porque as minhas estantes são fechadas). Bingo! A própria! E, se a memória não me falha (acho que não falha), ela era namorada de Silvio Pereira, que depois veio a ser secretário-geral do PT e ficou conhecido como “Silvinho Land Rover”… Lembram-se dele?
               O PT era oposição naquele tempo. Acho que ele tinha uma Brasília…
               Eis um legítimo movimento social… petista"

             Augusto Nunes- 16/01/2012


                   " Se adotassem o Método Battisti, os haitianos virariam asilados políticos


                    Os haitianos que lutam pela sobrevivência escolheram o jeito errado de entrar no Brasil. O jeito certo foi descoberto por Cesare Battisti. Antes de deixar o país devastado pelo terremoto, cada um deveria ter-se filiado a alguma organização clandestina de extrema-esquerda, jurado de morte o imperialismo americano e justiçado pelo menos quatro inimigos do povo. Servem pequenos comerciantes ou policiais. Depois disso, os revolucionários se proclamariam perseguidos pela ditadura haitiana e rumariam para a potência emergente que acabou com a fome, depois com a pobreza, tornou-se a sexta maior economia do mundo, montou um sistema de saúde que está perto da perfeição, empresta dinheiro até ao FMI e tem emprego para todo mundo. Mas não pela rota que passa pelo Acre, e sim pela rota sul.
                   É mais longa, mas muito mais segura. Termina em Porto Alegre, mais precisamente no Palácio Piratini, onde Tarso Genro governa o Rio Grande e luta pela ressurreição do socialismo. Ele sabe o que fazer para transformar qualquer companheiro em asilado político. E só nega socorro a quem tenta escapar de Cuba."


                   Enviado por Reinaldo Azevedo (16 01 12):
           "Dilma corta à metade verbas da Segurança (Por Fábio Fabrini, no Globo)

 
                  Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) sofreu, no primeiro ano do governo Dilma Rousseff, o maior corte de recursos desde a sua criação, no fim de 2007. Dos R$ 2,094 bilhões autorizados para 2011 só a metade foi paga nos diversos projetos previstos pelo Ministério da Justiça, contrariando o discurso de campanha de ampliar a colaboração com estados e municípios nessa área. A tesourada foi de R$ 1,036 bilhão, impactando as ações Brasil afora.

                  Nos últimos quatro anos, a execução orçamentária média do programa foi de 63%. Com os cortes do ano passado, o valor deixado no cofre alcança R$ 2,3 bilhões. Ações alardeadas nos palanques eleitorais em 2010 não mereceram nenhum centavo no ano de estreia de Dilma, a exemplo da construção de postos de polícia comunitária com R$ 350 milhões previstos. Para a modernização de estabelecimentos penais, foram prometidos outros R$ 20 milhões, mas nada foi pago. Os dados são do Sistema Integrado de Administração Financeira do governo federal (Siafi).

                   Quase 40% do valor desembolsado no ano passado (R$ 1,058 bilhão) foram de restos a pagar, ou seja, compromissos firmados em exercícios anteriores.

                   O ajuste fiscal do governo Dilma também atingiu uma das principais políticas do Pronasci, a Bolsa Formação, que paga auxílio a policiais e outros profissionais de Segurança matriculados em cursos de qualificação. O governo nunca gastou menos que 86% do autorizado para esse fim. Em 2011, só 49% da verba prometida foram pagos. Mesmo assim, a Bolsa Formação ainda responde por mais da metade do valor aplicado no Pronasci (R$ 572 milhões).

 
                            Discursos diferentes para a mesma área

 
                  Para o professor Gláucio Soares, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio da Janeiro (Uerj), os dados evidenciam a falta de comprometimento federal com a Segurança Pública. “A prioridade expressa nos gastos não corresponde à expressa no discurso e nas pesquisas de opinião, que apontam a Segurança Pública como área fundamental”, afirma o professor.

                  Ele acrescenta que tem sido mais fácil cortar verbas da Segurança Pública do que, por exemplo, das áreas militares.

                  Procurado, o Ministério da Justiça informou, em nota, que, considerando o ajuste fiscal anunciado no início de 2011, o limite orçamentário do Pronasci era, na prática, de R$ 775 milhões, sendo que, desse total, R$ 771 milhões foram executados."

 

 

 

 

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Que venha 2012!!

                          Essa primeira postagem do novo ano pretende tirar a limpo algumas coisinhas... Dedico-a aqueles que, por desconhecimento ou mesmo, outros, por puxa-saquismo desse governinho reles, caiu na conversa do nuncaantesnahistoriadestepais, o Lula. Ele, por pura politicagem, mentiu, enganou, apropriou-se de tudo e todos para dar no que deu: eleger a sua sucessora e, assim, continuar no poder, esperando apenas passarem estes anos para tentar nova eleição.
                          Tudo isto se deu com a conivência de grande parte da imprensa, servil por interesse financeiro, geralmente, e que não teve interesse em alertar o povo para as falácias desse enganador. Com poucas exceções da mídia, Revista Veja, Época, às vezes a IstoÉ, alguns jornais (impressos ou eletrônicos,) como Estadão, Folha de São Paulo, poucas redes de TV isentas (quase só a Globo), fez com que a maior parte do chamado povão desconheça muitas informações importantes, porque verdadeiras.
                           E contra a verdade, provada em fatos, dados, documentos, não adianta contestação, ou, que se prove em contrário, mas não com mentiras e baboseiras.
                           Como Lula mesmo falou, ele, apesar de não ler nada, "gosta mais da propaganda do que da notícia"- claro, não é mesmo???
                          Como diz aquela historinha "enganar toda gente, todo tempo, é impossível"! Coloco, a seguir, alguma coisa sobre o comentado até aqui:

                          
                          Além dos números




Merval Pereira, O Globo


             Mais importante que definir que ter o sexto Produto Interno Bruto (PIB) do mundo não significa ter um país melhor — estamos em 84 lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); em 88 no Índice de Desenvolvimento Educacional; ainda somos um dos mais desiguais na distribuição de renda do mundo, apesar dos avanços recentes — é entender que, para deixarmos de ser o 73 país no ranking de renda per capita, temos que encarar as reformas estruturais de que o país necessita para crescer sustentavelmente, principalmente na educação.
            Mesmo porque a previsão de que passamos o Reino Unido se baseia em expectativas de crescimento e câmbio que estão sujeitas a alterações que podem mudar novamente o ranking, embora a crise financeira internacional torne quase inexorável a ascensão dos países emergentes.
             A Goldman Sachs, que “inventou” o acrônimo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para tornar palpável o crescimento dos emergentes, considera que é possível que dentro de 18 anos a economia da China venha a ser tão grande quanto a dos Estados Unidos.
             Desde o início da crise financeira internacional, em 2007, os Brics respondem por cerca de 45% do crescimento global.
             A soma do PIB dos Brics pode alcançar a dos países que compõem hoje o G-7 por volta de 2032, sete anos antes do previsto inicialmente.
            Com relação ao Brasil, um estudo do empresário Paulo Cunha mostra que, se a renda per capita brasileira tivesse crescido até hoje à mesma taxa do período de 1900 a 1980, estaríamos com 35% da renda dos americanos — próximos do Chile e melhores que o México.
             E se tivéssemos crescido mais aceleradamente, ao ritmo registrado entre 1950 e 1980, quando crescemos a uma média anual de 7%, (nosso PIB registrou médias asiáticas: 7,15% de 1950 a 1959; 6,12% de 1960 a 1969; e 8,78% de 1970 a 1979), estaríamos hoje com 48% da renda americana, semelhante à de Portugal.
            Ao contrário, se de 1900 a 2004 a renda per capita tivesse crescido no ritmo dos últimos 25 anos, nossa renda seria equivalente a 18% da renda atual, o que corresponderia às rendas do Quênia e da Nigéria— estaríamos entre os 15 países mais pobres do mundo.
            O PIB per capita do Brasil em 1980 equivalia a 30,5% do dos Estados Unidos; em 2009, essa relação caiu para 22,7%.
            Ao contrário, no mesmo período, o PIB per capita da Coreia do Sul em Paridade de Poder de Compra (PPC) equivalia a 18,8% do norte-americano, quase a nossa situação hoje, e era 60% menor do que o PIB per capita brasileiro naquela ocasião.
            Mas nesses 30 anos a Coreia do Sul conseguiu aumentar o percentual em relação aos Estados Unidos para 60,3%. Esse avanço tem a ver principalmente com o salto de qualidade no ensino que o país deu nos últimos anos.
            Até 1980, o Brasil cresceu mais que a média mundial: de 1900 a 1980, a renda per capita brasileira cresceu em média 3,04%, enquanto a renda mundial cresceu 1,92%.
            O período de maior crescimento foi o de 1950 a 1980, que alguns classificam como os “anos dourados”, quando o país cresceu em média 4,39% sua renda per capita, para um crescimento médio mundial de 2,83%. Nesse período, o Brasil figurou entre os dez países mais dinâmicos do mundo.
            A partir daí, assistimos a uma redução de 90% do ritmo de crescimento per capita — de 4,39% para 0,43% de 1980 a 2004.
           No trabalho “Redução da desigualdade da renda no governo Lula — Análise comparativa”, o professor Reinaldo Gonçalves, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostra que no período de 2001-10 o Brasil teve uma taxa média anual de crescimento do PIB real per capita de 2,2%, inferior à média de um painel composto por 12 países da América Latina: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Honduras, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
            O crescimento médio anual do país no período de 1995 a 2009 foi de 2,9%, fazendo com que a elevação da renda tenha sido de apenas 22%, contra 100% na Índia e 226% na China no mesmo período.
             Mesmo crescendo a apenas 3% ao ano (previsão que já está sendo reduzida pelos especialistas), o PIB brasileiro aumentará mais que o dos países europeus e o dos Estados Unidos nos próximos anos, o que coloca o país no G-6 da economia mundial.
              Mas crescerá menos que emergentes como China e Índia. Devido ao baixo índice educacional e à falta de infraestrutura, Brasil e Índia crescerão em velocidade menor que Rússia e China nos próximos 20 anos, segundo estudo da Goldman Sachs, criadora dos Brics.
               Mas, mesmo a lista das dez maiores economias do mundo devendo ser bastante diferente da de hoje nos próximos anos, há um detalhe fundamental: as maiores economias, medidas pelo Produto Interno Bruto (PIB), provavelmente continuarão não sendo as mais ricas em termos de renda per capita.
              Pelas projeções, os cidadãos dos Brics continuarão sendo mais pobres na média que os cidadãos dos países do G-6 de hoje, com exceção talvez da Rússia.
             O Brasil, se conseguir manter uma média de crescimento do PIB de 3,5% ao ano, chegará a 2050 com uma renda per capita de US$ 26.500, próximo à de Portugal hoje, muito longe do que já têm hoje França e Alemanha (cerca de US$ 44 mil), menos do que o Japão (cerca de US$ 45 mil) e os Estados Unidos hoje (cerca de US$ 48 mil).
            Para piorar a perspectiva, mesmo com a crise financeira internacional, o PIB per capita dos maiores países continuou crescendo, mesmo o do Japão, que está em recessão há quase 20 anos.
            Portanto, mesmo que chegue a ser a 5ª economia de um mundo conturbado, o país continuará tendo desvantagens competitivas sérias.
            Os países que fazem parte da OCDE, os mais avançados do mundo, aplicam cerca de 7% do PIB em pesquisa e desenvolvimento. O Brasil não passa de 1%, sendo suplantado largamente por Coreia do Sul e China, países que estavam atrás de nós nesse setor nos anos 1980.
             A participação brasileira na produção mundial caiu de 3,1%, em 1995, para 2,9%, em 2009, o que denota falta de competitividade. No mesmo período, a China saltou de 5,7% para 12,5%, e a Índia foi de 3,2% para 5,1%.
             Em 1960, a Coreia já tinha escolaridade média superior à do Brasil em 1,4 ano de estudo, e essa diferença só fez aumentar de lá para cá, estando atualmente em mais de seis anos."
                               Pois é, não há tanto o que comemorar, não é mesmo? Ou resumindo e transformando em miúdos, veja-se esta conclusão feita por um leitor e tirada do Blog do Noblat:
                   
                    Do leitor que se assina Odilon Martins Fonseca




                "Como todo ser humano, FHC cometeu pecados, mas o saldo positivo lhe é altamente favorável. Como sugere FHC, estou acalentando alguns devaneios para os próximos anos:
                - o Brasil deixar de ser 84º colocado no IDH-Índice de Desenvolvimento Humano (queda de 19 posições no governo Lula);
                - deixar de ser o 88º no IDE-Índice de Desenvolvimento Educacional (queda de 12 posições, idem, idem);
                - deixar de ser o 73º no ranking da renda per capita;
               - deixar de ser o detentor , ao lado do Equador, do 3º pior índice de desigualdade de renda do mundo;
               - deixar de ser, em números absolutos, o recordista mundial de homicídios;
               - deixar de ser o 80º colocado no ranking das nações que mais combatem a corrupção;
               - deixar de ser um mero exportador de commodities sem nenhum valor agregado e, principalmente,
               - deixar de assistir corruptos da base aliada ao governo sendo fartamente elogiados pela presidente da República quando defenestrados de seus cargos por força da opinião pública e da imprensa livre."

                                   E, para finalizar, repasso aqui uma notícia de ontem:

            
                   PF flagra desvio recorde de recursos públicos em 2011




                                                                    Fernando Mello, Folha de São Paulo


               Operações da Polícia Federal flagraram desvio de R$ 3,2 bilhões de recursos públicos em 2011, dinheiro que teria alimentado, por exemplo, o pagamentos de propina a funcionários públicos, empresários e políticos.
               O valor é mais do que o dobro do apurado pela polícia em 2010 (R$ 1,5 bilhão) e 15 vezes o apontado em 2009 (R$ 219 milhões). A título de comparação, representa quase metade do dinheiro previsto para as obras de transposição do rio São Francisco.
               O total de servidores públicos presos também aumentou: de 124, em 2010, para 225, no ano passado."
                                   Apesar de estar saindo em passeio por alguns dias, continuarei postando com maior frequência, conforme o prometido.