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Pitanga, Pr, Brazil
Educação Formal Universitária: 2 Cursos (em áreas distintas); 2 Especializações; 1 Mestrado.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Algumas considerações

                           Ao iniciar este Blog, fiquei ensimesmado com o título a dar a ele e, pela dificuldade de nomes devido à imensa variedade de blogs existentes, mas  também pelas razões que tentei expor já no início permanente do meu, continuo a acreditar, e muito, nos Blogs. Acredito que, especialmente nestes dias que hoje vivemos no Brasil, e com este governo, a chamada "imprensa livre", na realidade toda a mídia atual, padece, por vários problemas e principalmente pelo do dinheiro advindo de órgãos oficiais ou paralelos, de mais independência.
                           Talvez pela simbologia toda que o PT exerceu na cabeça dos jovens jornalistas e comunicadores, nos tempo em que, quase sozinho defendia a ética e a honestidade, parecendo até que seria um Partido diferente, nota-se a simpatia (?) explícita, desde Lula, ao governo.
                           Não é comum vermos na grande mídia análises isentas e independentes- nela, nessa grande mídia, geralmente o que pode acontecer é isto de que trato hoje. Por meio de Blogs, alguns muito bem escritos e por ótimos e conceituados comunicadores, os grandes jornais, revistas, portais da Internet, como que "deixam passar" críticas mais contundentes aos fatos do dia a dia, em especial na política.
                             Por isso é que acredito em blogs...
                             Vale a pena ler o blogueiro da revista Veja, o competentíssimo Augusto Nunes, em duas postagens que considero exemplares e me atrevo a copiá-las aqui, dos dias 26 e 27 de maio passado, e que põem em seu devido lugar as tristes figuras palacianas tão comentadas nestes dias. Para quem gosta de análises corretas e isentas, não deixe de acessar diariamente o BLOG DO AUGUSTO NUNES, além dos do Noblat e do Reinaldo Azevedo.
                             Vai lá:


26/05/2011
                                            às 19:56 \ Direto ao Ponto

A casa envilecida por um farsante, uma nulidade, uma quadrilheira e um Palocci

                        Primeiro, Lula descobriu que a oposição resolveu despejar Antonio Palocci da Casa Civil “para desestabilizar o governo”. Alguém deve ter soprado que ele próprio, em 2006, livrou-se do estuprador de sigilo bancário sem que ocorressem abalos sísmicos no Planalto. O ex-presidente engatou uma segunda, comparou o consultor mais caro do mundo ao maior jogador de futebol da história e ensinou que “não se pode deixar um Pelé no banco”. Alguém deve ter soprado que, se é assim, ele será lembrado como o presidente que expulsou Pelé de campo. O palanqueiro itinerante engatou uma terceira e, nesta quinta-feira, fez outra descoberta: “Palocci é o homem que prestou muitos serviços ao governo e não podemos desampará-lo”.
Se a preocupação é real, deve chamar imediatamente o doutor Márcio Thomaz Bastos, ou outro especialista em livrar pecadores de estimação do merecidíssimo castigo. O amparo jurídico impediu que Palocci fosse condenado pela violação da conta de Francenildo Costa na Caixa Econômica Federal. Mas já não há qualquer espécie de amparo político capaz de manter no cargo o ministro enredado no milagre da multiplicação do patrimônio. Palocci perdeu a voz há quase duas semanas por falta do que falar. Diga o que disser, nada mudará a verdade devastadora: ele enriqueceu com o tráfico de influência, usando como fachada a empresa de consultoria Projeto. Bom nome: nunca foi mais que um projeto a firma cujo quadro funcional se limitava à moça do telefone.
                          Foi Lula quem impôs a Dilma Rousseff a nomeação do novo chefe da Casa Civil envilecida pelas três escolhas anteriores. Deve-se debitar na conta do ex-presidente, portanto, a gangrena que surgiu com José Dirceu, expandiu-se com Dilma Rousseff, tornou-se especialmente malcheirosa com Erenice Guerra e completou-se com Antonio Palocci. Dirceu complicou-se em 2004 com a divulgação do vídeo em que o amigo íntimo Waldomiro Diniz, assessor para Assuntos Parlamentares, pedia propina a um bicheiro. No ano seguinte, o guerrrilheiro de festim estrelou o escândalo do mensalão e acabou substituído por Dilma.
                            A sucessora de Dirceu montou a fábrica de dossiês cafajestes e se enrascou na suspeitíssima conversa com Lina Vieira. Transferida para a campanha eleitoral, cedeu a vaga a Erenice Guerra, superassessora e melhor amiga, que reduziu a Casa Civil a esconderijo da quadrilha formada por parentes e agregados. Estigmatizado pelo caso do caseiro, Palocci já chegou com culpa no cartório. Conseguiu ampliá-la neste outono, quando o Brasil soube que o primeiro-ministro do novo governo é um reincidente sem remédio.
                             Waldomiro Diniz pôde redigir em sossego o pedido de exoneração. Oficialmente, saiu porque quis, esperteza repetida por Dirceu no inverno de 2005, quando o escândalo do mensalão desabou sobre a figura que a Procuradoria-Geral da República mais tarde qualificaria de “chefe de uma organização criminosa sofisticada”. Ele saiu como sairia Erenice: com um pedido de demissão que lhe valeu um salvo-conduto para aparecer quando quisesse (além do convite para a festa de posse de Dilma Rousseff).
                              Cinco meses depois de voltar ao coração do poder, chegou a hora de Palocci descobrir que um raio pode cair até quatro vezes no mesmo lugar. O governo já entendeu que é impossível mantê-lo onde está. A discurseira contra a imprensa, a oposição e funcionários da prefeitura paulistana é só a bisonha reprise do truque forjado para adiar o desfecho inevitável. O Planalto precisa de mais tempo para achar uma “saída honrosa” para o companheiro que desonrou quase todos os cargos que ocupou.
                            A cabeça e a alma de um governante se traduzem nas escolhas que faz. Para chefiar a Casa Civil, o pajé da tribo que topa qualquer negócio escolheu, sucessivamente, José Dirceu, Dilma Rousseff e Erenice Guerra. Um farsante, uma nulidade e uma quadrilheira. Coerentemente, decidiu que a sucessora deveria escolher Antonio Palocci. Obediente ao chefe, Dilma convidou um estuprador de sigilo. Veio junto um traficante de influência. As quatro obscenidades que o mesmo gabinete hospedou, somadas, compõem o mais revelador retrato de Lula.

                                           
  E também:
             

O perigo mora em Campinas

                             À saída do gabinete do procurador-geral do Estado, Fernando Grella, o presidente do PT paulista, Edinho Silva, informou nesta quarta-feira que a conversa de 40 minutos tratara do caso da quadrilha homiziada nos porões da prefeitura de Campinas. Como o elenco envolvido na roubalheira calculada em R$ 630 milhões inclui dois amigos do peito de Lula ─ o empresário José Carlos Bumlai e o prefeito, Doutor Hélio ─ a comitiva formada por cinco deputados estaduais estava lá para impedir que as investigações conduzidas pelos promotores do GAECO, grupo cuja missão primordial é o combate a organizações criminosas, ultrapassassem as divisas do município.
                           “O partido não vai admitir especulações políticas em torno do ex-presidente Lula”, declamou Edinho, que também considerou absurda a decisão de engaiolar preventivamente o vice-prefeito Demétrio Vilagra, chefão do PT campineiro. “Não existe um único dado que justifique o pedido de prisão do companheiro Demétrio, que tem uma história vinculada aos movimentos sociais e não pode ser condenado publicamente”, protestou.
                           Ele desconfiou que a tentativa de intimidação não funcionara ao saber da réplica de Grella: “O procurador-geral reafirma seu apoio ao trabalho firme, sereno e imparcial desenvolvido pelos membros do Ministério Público no sentido do esclarecimento da verdade e da correta aplicação da lei, em cumprimento ao papel da instituição”. Nos dois dias seguintes, como comprova o site de VEJA, teve certeza de que dera um tiro no pé.
                         Preso nesta quinta-feira no aeroporto de Guarulhos, ao voltar da viagem a Madri, Vilagra passou a noite na cadeia. Nesta sexta-feira, Bumlai foi interrogado durante três horas. Acusada de liderar a quadrilha, a primeira-dama Rosely Nassim Jorge Santos precisará de muita imaginação para provar que o marido não sabia de nada. A história ainda em seu começo escapou de vez ao controle dos especialistas em livrar delinquentes do castigo.
                         Para abafar o escândalo que envolve também o amigo Ítalo Hamilton Barioni, o inevitável José Dirceu acampou em Campinas no domingo. Em reuniões com a turma, o consultor alertou-a para o risco de versões contraditórias. Dirceu certamente imaginou que a barulhenta passagem de Lula por Brasília impediria que o país ouvisse os estrondos em Campinas. Errou. A consultoria gratuita só serviu para identificar com nitidez o caso que mais inquieta os comandantes do PT.
                            O que lhes tem tirado o sono nos últimos dias não é o que se soube de Antonio Palocci. É o que falta saber sobre a quadrilha que desviou centenas de milhões dos cofres públicos com licitações fraudadas. Os Altos Companheiros acham que a crise provocada pelo milagre da multiplicação do patrimônio pode ser resolvida com o afastamento do chefe da Casa Civil e, como o governo está conseguindo bloquear o avanço das apurações, ficará circunscrita a Palocci. O tumor descoberto em Campinas é mais perturbador.
                        O Ministério Público paulista já demonstrou que não se subordina a interesses políticos nem teme arreganhos autoritários. Os promotores do GAECO estão decididos a fazer Justiça. Ainda à espera de artistas veteranos, o elenco já em movimento promete fortes emoções. Quando estiver completo, a plateia não vai querer perder nenhum capítulo. E torcer para que os vilões não escapem novamente no final.
                

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