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Educação Formal Universitária: 2 Cursos (em áreas distintas); 2 Especializações; 1 Mestrado.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Apenas repasse de 02 excelentes textos!

                   Por problemas particulares (estive viajando),  apenas repassarei 02 textos de mestres do jornalismo e observação do cotidiano. Vale a pena lê-los para se entender e meditar sobre os dias em que vivemos.

                  31/10/2011- "República destroçada", um artigo de Marco Antonio Villa,


                   ARTIGO PUBLICADO NO ESTADÃO DESTE DOMINGO


      Marco Antonio Villa


                  Em 1899 um velho militante, desiludido com os rumos do regime, escreveu que a República não tinha sido proclamada naquele mesmo ano, mas somente anunciada. Dez anos depois continuava aguardando a materialização do seu sonho. Era um otimista. Mais de cem anos depois, o que temos é uma República em frangalhos, destroçada.
                 Constituições, códigos, leis, decretos, um emaranhado legal caótico. Mas nada consegue regular o bom funcionamento da democracia brasileira. Ética, moralidade, competência, eficiência, compromisso público simplesmente desapareceram. Temos um amontoado de políticos vorazes, saqueadores do erário. A impunidade acabou transformando alguns deles em referências morais, por mais estranho que pareça. Um conhecido político, símbolo da corrupção, do roubo de dinheiro público, do desvio de milhões e milhões de reais, chegou a comemorar recentemente, com muita pompa, o seu aniversário cercado pelas mais altas autoridades da República.
                   Vivemos uma época do vale-tudo. Desapareceram os homens públicos. Foram substituídos pelos políticos profissionais. Todos querem enriquecer a qualquer preço. E rapidamente. Não importam os meios. Garantidos pela impunidade, sabem que se forem apanhados têm sempre uma banca de advogados, regiamente pagos, para livrá-los de alguma condenação.
                   São anos marcados pela hipocrisia. Não há mais ideologia. Longe disso. A disputa política é pelo poder, que tudo pode e no qual nada é proibido. Pois os poderosos exercem o controle do Estado – controle no sentido mais amplo e autocrático possível. Feio não é violar a lei, mas perder uma eleição, estar distante do governo.
                   O Brasil de hoje é uma sociedade invertebrada. Amorfa, passiva, sem capacidade de reação, por mínima que seja. Não há mais distinção. O panorama político foi ficando cinzento, dificultando identificar as diferenças. Partidos, ações administrativas, programas partidários são meras fantasias, sem significados e facilmente substituíveis. O prazo de validade de uma aliança política, de um projeto de governo, é sempre muito curto. O aliado de hoje é facilmente transformado no adversário de amanhã, tudo porque o que os unia era meramente o espólio do poder.
                     Neste universo sombrio, somente os áulicos – e são tantos – é que podem estar satisfeitos. São os modernos bobos da corte. Devem sempre alegrar e divertir os poderosos, ser servis, educados e gentis. E não é de bom tom dizer que o rei está nu. Sobrevivem sempre elogiando e encontrando qualidades onde só há o vazio.
                    Mas a realidade acaba se impondo. Nenhum dos três Poderes consegue funcionar com um mínimo de eficiência. E republicanismo. Todos estão marcados pelo filhotismo, pela corrupção e incompetência. E nas três esferas: municipal, estadual e federal. O País conseguiu desmoralizar até novidades como as formas alternativas de trabalho social, as organizações não governamentais (ONGs). E mais: os Tribunais de Contas, que deveriam vigiar a aplicação do dinheiro público, são instrumentos de corrupção. E não faltam exemplos nos Estados, até mesmo nos mais importantes. A lista dos desmazelos é enorme e faltariam linhas e mais linhas para descrevê-los.
                    A política nacional tem a seriedade das chanchadas da Atlântida. Com a diferença de que ninguém tem o talento de um Oscarito ou de um Grande Otelo. Os nossos políticos, em sua maioria, são canastrões, representam mal, muito mal, o papel de estadistas. Seriam, no máximo, meros figurantes em Nem Sansão nem Dalila. Grande parte deles não tem ideias próprias. Porém se acham em alta conta.
                     Um deles anunciou, com muita antecedência, que faria um importante pronunciamento no Senado. Seria o seu primeiro discurso. Pelo apresentado, é bom que seja o último. Deu a entender que era uma espécie de Winston Churchill das montanhas. Não era, nunca foi. Estava mais para ator de comédia pastelão. Agora prometeu ficar em silêncio. Fez bem, é mais prudente. Como diziam os antigos, quem não tem nada a dizer deve ficar calado.
                     Resta rir. Quem acompanha pela televisão as sessões do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e as entrevistas dos membros do Poder Executivo sabe o que estou dizendo. O quadro é desolador. Alguns mal sabem falar. É difícil – muito difícil mesmo, sem exagero – entender do que estão tratando. Em certos momentos parecem fazer parte de alguma sociedade secreta, pois nós – pobres cidadãos – temos dificuldade de compreender algumas decisões. Mas não se esquecem do ritualismo. Se não há seriedade no trato dos assuntos públicos, eles tentam manter as aparências, mesmo que nada republicanas. O STF tem funcionários somente para colocar as capas nos ministros (são chamados de “capinhas”) e outros para puxar a cadeira, nas sessões públicas, quando alguma excelência tem de se sentar para trabalhar.
                   Vivemos numa República bufa. A constatação não é feita com satisfação, muito pelo contrário. Basta ler o Estadão todo santo dia. As notícias são desesperadoras. A falta de compostura virou grife. Com o perdão da expressão, mas parece que quanto mais canalha, melhor. Os corruptos já não ficam envergonhados. Buscam até justificativa histórica para privilégios. O leitor deve se lembrar do símbolo maior da oligarquia nacional – e que exerce o domínio absoluto do seu Estado, uma verdadeira capitania familiar – proclamando aos quatro ventos seu “direito” de se deslocar em veículos aéreos mesmo em atividade privada.
                   Certa vez, Gregório de Matos Guerra iniciou um poema com o conhecido “Triste Bahia”. Bem, como ninguém lê mais o Boca do Inferno, posso escrever (como se fosse meu): triste Brasil. Pouco depois, o grande poeta baiano continuou: “Pobre te vejo a ti”. É a melhor síntese do nosso país.


                                "Brados retumbantes", de Nelson Motta


TEXTO PUBLICADO NO ESTADÃO DE SEXTA-FEIRA (28/10/11)

                      "A cada ministro que cai, ainda ecoam vozes do Planalto repetindo o bordão de que a presidenta não será pautada pela imprensa, não irá a reboque da mídia, não decidirá sob pressão. Embora todos os escândalos que levaram a quedas de ministros tenham sido levantados justamente pela imprensa.
                      Nunca na história desse governo a mídia e a opinião pública foram surpreendidas com algum ministro demitido por malfeitos flagrados e revelados pelo próprio governo e seus órgãos de controle.
                      Se a imprensa não gritasse, o ministério inicial de Dilma/Lula estaria intacto e, como dizia o ministro Orlando Silva, seria indestrutível. É por isso que o Zé Dirceu e seus colunistas militantes gritam tanto contra a “mídia golpista”. Por ser legalista demais.
                     Daí a obsessão de controlar os meios de comunicação por meio de conselhos a serem aparelhados por partidos e sindicatos. Inspirada nos modelos venezuelano e argentino, uma das bandeiras dessa “democratização da mídia” é a limitação da “propriedade cruzada”: quem tem televisão não pode ter rádio, jornal, portal de internet ou canal de TV paga ao mesmo tempo.
                     Apesar da competição acirrada no bilionário mercado publicitário brasileiro, eles querem nos proteger de monopólios imaginários, ignorando que a interação entre várias mídias é hoje uma exigência dos grupos de comunicação independentes, que os viabiliza economicamente. A produção de informação e entretenimento custa, e vale, cada vez mais.
                   Para manter a TV Globo, seus acionistas teriam de vender suas revistas, rádios e canais pagos. A Folha de S. Paulo teria de se desfazer do UOL. A Band teria de escolher entre suas rádios ou TVs. A RBS perderia a Zero Hora. Coitado do Sarney, teria de abrir mão de sua Rede Mirante ou da Tribuna do Maranhão.
                   O sonho dirceuzista é ver empresários “progressistas” comprando a CBN, a Época, o UOL e a Band News, financiados pelo BNDES, por supuesto, para “democratizar” as comunicações brasileiras. Como jamais conseguiram criar, mesmo com rios de dinheiro publico, um veículo de sucesso e credibilidade, desistiram de tentar fazer, agora querem comprar feito."
             
                    Dentro em breve voltarei com uma postagem maior, abrangendo coisas do cotidiano, também do Budismo e de Culinária.


sábado, 22 de outubro de 2011

Uma questão de moralidade.

                       Os dicionários definem moralidade como "qualidade do que é moral; doutrina, princípios ou regras morais". Regras morais são as normas que norteiam a conduta e o relacionamento entre as pessoas, entre os povos. É de se esperar que todos tenham moralidade em sua conduta como pessoas, mais ainda se dizem professar uma religião (todas elas procuram traçar normas morais para que a humanidade viva melhor, uma questão até de civilidade).
                       Pois bem: em todos os países do mundo, procura-se escolher seus governantes, sob qualquer regime de Governo, visando proporcionar aos cidadãos melhores condições de vida, convivência, etc... Pode-se até afirmar que, se para os "comuns mortais" a moralidade é um dever, uma obrigação, muito mais ainda deve ser para os governantes pois, como todos sabemos, "o exemplo vem de cima".
                       Depois do escândalo do mensalão, comecei a achar o então presidente Lula, com suas negativas, faz-de-conta que não era com ele, cinismo, etc...como um amoral, quer dizer, alguém que não tem e não liga para a moral. Infelizmente, estou sendo obrigado a rever essa questão, e para pior: ele é imoral, quer dizer, não é apenas que não ligue, não tenha, ou não se importe com a moralidade. O imoral vai contra, combate quem tem, procura desfazer o sentido de tudo: moralidade, em consequência, também da honestidade, e assim por diante...
                       É o que se conclui com clareza no que se noticiou ontem e hoje sobre o Lula. Vejam o que diz o Jornal A Folha Online, no Blog do Josias de Souza:

Blog do Josias de Souza, 22/10/11:



               Lula aconselhou PCdoB e Orlando Silva a ‘resistirem’


Marcello Casal/ABr






                   A mão que segura Orlando Silva na cadeira de ministro do Esporte é de Lula. Partiu do ex-presidente o conselho ao PCdoB para que resistisse.
                 Adepto da teoria do “casco duro”, Lula pediu ao PCdoB e a Orlando que resistissem às pressões que, por densas, formavam um cenário de demissão.
                  Nesta sexta (21), Lula tocou o telefone para Reanto Rabelo, presidente do PCdoB. Recomendou resistência.
                 O próprio Rabelo relatou o contato a militantes do partido reunidos 17ª Conferência Estadual do PCdoB do Rio, que se converteu em ato de desagravo a Orlando. Presente ao evento, o repórter Marcelo Remígio reproduz as palavras do mandachuva do PCdoB:
                  “Acabei de receber uma ligação telefônica do nosso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizando com nosso partido e com o nosso ministro Orlando Silva…”
                  “…Ele disse: ‘Vocês têm que resistir, o ministro tem que resistir’.” Embalado pelo telefonema do ex-soberano, Rabelo pontificou:
                  “E devemos [resistir]. A história de nosso partido é a resistência. Nós temos que ter confiança na presidente Dilma Rousseff.”
                   Líder do PCdoB no Senado, Inácio Arruda (CE) contou que a resistência de Orlando Silva em entregar o cargo também foi inspirada em Lula.
                   Segundo o senador, o patrono de Dilma trocou telefonemas, nos últimos dias, também com o ministro. Inácio Arruda relatou:
                    “O presidente Lula dizia para o Orlando: ‘Você precisa ter tutano! Segura firme aí porque, se envergar na primeira ventania, pode ser arrastado. É preciso ter firmeza!’.
                   Antes de discursar na conferência partidária do Rio, Renato Rabelo avisara que Orlando Silva aguardava, em Brasília, por um encontro com Dilma. Foi, de fato, chamado.
                   O ministro reuniu-se com a presidente por cerca de uma hora e meia.
                   A conversa foi testemunhada por um ex-auxiliar de Lula, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).
                  Ao final da audiência, Orlando Silva deixou o gabinete presidencial com a cabeça de ministro ainda acomodada sobre o pescoço.
                   A resistência à moda Lula prevaleceu sobre a avaliação do Planalto, cultivada ao longo de uma semana.
                   Consolidara-se ao redor de Dilma a sensação de que Orlando Silva perdera as condições políticas para manter-se no cargo.

                   Também o Jornal O Globo, do dia 22/10/11 traz essa notícia:

            Lula manda recado ao PCdoB: 'Vocês e o ministro têm de resistir'


                         Renato Rabelo, presidente do PC do B - Foto: /Ailton de Freitas


Marcelo Remígio, O Globo


                    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu [ontem] a Orlando Silva e ao PCdoB para que resistissem às pressões e não entregassem o Ministério do Esporte. No fim do dia, Lula, que trabalhou ativamente nos bastidores pela permanência de Orlando no governo, ligou para o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, e reafirmou que o momento era de resistência.
                   Após a conversa por telefone com Lula no início da noite, Rabelo abriu a 17ª Conferência Estadual do partido no Rio e destacou que o crescimento da pasta comandada por seu partido despertou a cobiça de vários setores.
                   O evento se transformou em um ato de desagravo a Orlando Silva e reuniu parlamentares do PCdoB, inclusive de outros estados, e lideranças fluminenses de outros partidos da base de apoio do governo da presidente Dilma Rousseff, entre eles o PT, o PMDB e o PSB.
                   Nas faixas espalhadas pelo auditório onde ocorreu a reunião, em um hotel no Centro do Rio, foram escritas frases de apoio ao ministro e ao partido e ataques à mídia.
                  - Acabei de receber uma ligação telefônica do nosso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizando com nosso partido e com o nosso ministro Orlando Silva. Ele disse: "Vocês têm que resistir, o ministro tem que resistir". E devemos. A história de nosso partido é a resistência. Nós temos que ter confiança na presidente Dilma Rousseff. Hoje nós temos uma relação de respeito mútuo com ela - afirmou Rabelo para uma plateia de cerca de 500 pessoas, entre filiados, militantes e representantes de 76 diretórios do PCdoB no estado do Rio.
                 Em Brasília, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) garantiu, após o encontro de Orlando Silva com a presidente Dilma, que foi decisiva a união do partido em torno do ministro. Mas ressaltou que foi importante também Orlando ter seguido à risca a orientação dada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vinha falando diretamente com o ministro nos últimos dias:
                 - O presidente Lula dizia para o Orlando: "Você precisa ter tutano! Segura firme aí porque, se envergar na primeira ventania, pode ser arrastado. É preciso ter firmeza!" - conta Inácio Arruda.
                   Que tal isso, hem? Ele e o PCdoB estão se achando "perseguidos" por "forças ocultas", ou seja lá o que for...Mas que desfaçatez... Roubalheira é gatunagem e fim- ou acham que por ser um Partido "de esquerda" pode roubar à vontade e, ainda mais, atrapalhar mesmo até a presidente Dilma, a sua criatura, em tomar as medidas que se façam necessárias... Quem governou esse País, que exemplo está deixando e ainda pensando em voltar!

                      

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

E a "dança das cadeiras" dos Ministros mais corruptos do mundo, será que vai continuar?

                     Os órgão midiáticos trazem este final de semana (Revista Veja, programa "Fantástico", jornal "O Estadão", etc...) novas denúncias, com provas, das roubalheiras, por meio de ONGs bandidas, no Ministério dos Esportes, comandado pelo Ministro Orlando Silva e entregue para o "comando" do PCdoB, desde o Lula. Nada de novo- quase tudo já era por demais conhecido e nada feito "aos queridos companheiros" pelo ex-presidente. Como era de se esperar, a roubalheira se mede agora aos muitos milhões...
                     Será que a presidente Dilma terá força e vontade para "peitar" mais um dos corruptos deixados por Lula??? Veremos...
                     Seguem mais algumas informações sobre o caso.
                    
                     "Quando a vida fica mais cara"

EDITORIAL PUBLICADO NO GLOBO DESTA SEXTA-FEIRA (14/10/11)

                    Marchas contra a corrupção pontuaram o feriado nacional em diversas cidades brasileiras, começando por Brasília. Não são manifestações de massa – fala-se em 20 mil pessoas na capital federal -, mas, de alguma forma, o recado foi dado: o de que o tema começa a incomodar a sociedade.
                    Por enquanto, há uma desproporção entre causa e efeito. As causas estão lá. No Santuário Nacional de Aparecida, foram apontadas pelo cardeal Raymundo Damasceno, presidente da CNBB: “Não podemos concordar com nenhuma forma de corrupção. A Igreja pede que as denúncias sejam investigadas.”
                  Por que as consequências ainda são pequenas? Vários motivos já foram sugeridos. O primeiro deles é, sem dúvida, o “feel good factor” – o fato de que o país continua crescendo, o desemprego está em níveis ainda suportáveis, os programas assistenciais atenuam a miséria.
                  Também há a cooptação de entidades que, em outros tempos, poderiam fazer barulho. Nos dois mandatos de Lula, os sindicatos sentiam-se, de alguma forma, parte do jogo político, eram tratados com deferência (o que ainda pode acontecer, mas em menor grau). Nesse quadro, podem surgir a qualquer momento notas desafinadas, o que aumentaria a sensibilidade social para o dinheiro que é desviado da coisa pública.
                  O custo da corrupção já foi avaliado – e é altíssimo. Há o desvio puro e simples; e as consequências do desvio. Educação e saúde, como se sabe, são dois pontos vulneráveis no novo projeto “Brasil potência”; e são áreas em que a corrupção atua desabridamente. Muitas vezes, o dinheiro que sai de Brasília é desviado no seu porto de destino – as prefeituras. Nessa área municipal, outra árvore frondosa é a das câmaras de vereadores, que, ou não deviam existir, ou pagam salários exorbitantes em relação à economia local.
                  Aqui se pode identificar a muito citada paciência (ou leniência) do povo brasileiro com os malfeitos. Porque, se a corrupção federal tem formas sutis de dissimulação, o que impede um município pobre de se rebelar contra seus supostos representantes, que usam e abusam das prerrogativas do poder?
                  Mas a grande mistificação vem do centro do poder. Vivemos um presidencialismo imperial que serve de modelo para tudo. E, nos dois últimos períodos de governo, não houve um caso de desvio de ética para o qual não se encontrasse desculpa ou atenuante. O ex-presidente Lula chegou a dizer, recentemente, que os políticos deviam mostrar um couro duro para passarem incólumes ante uma eventual saraivada de denúncias.
                   O Brasil tem mostrado indicadores sociais positivos. Milhões de pessoas tiveram acesso a melhores níveis de vida, consequência de um processo que começou com o Plano Real. Mas a corrupção aumenta, sem cessar, o custo do Estado brasileiro, que já é enorme. Para financiar esse Estado, sobem os impostos e demais cobranças. E o que acontece é que o brasileiro, hoje, está pagando mais caro por todas as necessidades do dia a dia. E assim vão-se criando condições para uma consciência social mais aguda. Que grite forte contra o assustador desvio de recursos.
                    E, no Blog do Josias de Souza, em  17/10/2011,



                       "Sob Lula, TCU já via Esportes como foco de ‘fraudes’"


                                     Roosewelt Pinheiro/ABr


                  Reduto do PCdoB já no governo Lula, o Ministério dos Esportes é apontado pelo Tribunal de Contas da União como foco de fraudes desde 2006.
                 O programa ‘Segundo Tempo’, alvo das denúncias que constrangem o ministro Orlando Silva, foi objeto de auditoria específica do TCU.
                Criado em 2003, no alvorecer do primeiro mandato de Lula, o programa começou a ser varejado pelo tribunal em 2005.
                 No ano seguinte, os ministros aprovaram um acórdão que sugeria à pasta dos Esportes a adoção de providências para fechar os ralos.
                 Decorridos três anos, auditores do TCU foram conferir os resultados. Em novo acórdão, de março de 2009, concluiu-se que continuavam abertos.
                 O texto anota a certa altura:
                “As irregularidades ocorridas no Programa Segundo Tempo são mais um exemplo de como os recursos federais executados por meio de convênios, ou instrumentos similares, não são devidamente controlados.”
                 Detectaram-se falhas em praticamente todos os estágios do programa. ONGs beneficiadas com cifras milionárias são selecionadas por “critérios subjetivos”.
                 Celebram-se convênios “com instituições que não possuem capacidade técnica e administrativa para executá-los.”
                Repassam-se verbas “sem levar em conta as diretrizes operacionais do programa”, idealizado para prover atividades esportivas a crianças e adolescentes.
                A fiscalização, por “ineficente”, estimula os desvios. Manuseando os dados disponíveis à época, o TCU contabilizou 200 convênios firmados entre 2003 e 2008.
                Totalizavam, em valores de 2009, R$ 221,1 milhões. A execução da maioria dos contratos não é acompanhada pelo ministério.
                 Numa análise de 160 convênios, verificou-se que 105 não haviam merecido da pasta dos Esportes uma mísera vistoria in loco.
                Representavam a bagatela de R$ 88,3 milhões do total de verbas repassadas até então a ONGs. Os 55 projetos supostamente vistoriados somavam R$ 68,8 milhões.
                O problema é que, quando realizadas, as inspeções costumam ocorrer após a liberação total das verbas.
                 Nessa fase, anota o relatório do TCU, “o prazo de vigência [do convênio] está se encerrando e os recursos já foram gastos.”
               Ouvidos pelo TCU, os técnicos do próprio ministério informaram que praticamente metade dos convênios (48%) tem prestações de contas “irregulares.”
                Há pior: ”Do total de convênios com impropriedades, 27% obtiveram a renovação”, escreve o TCU em seu documento.
                 “Parcela significativa dos convenentes, ainda que não cumpram integralmente com os objetivos do programa, obtiveram renovação dos convênios.”
                  O cenário de descalabro conduz a casos como o que foi julgado pelo TCU há sete meses, em março deste ano.
                  Envolve uma ONG ligada ao PCdoB. Chama-se Fundação Vó-Ita. Tem sede no município de Arraias, no Tocantins.
                 Recebeu R$ 624 mil da pasta dos Esportes para tocar cinco núcleos esportivos do programa Segundo Tempo. O contrato vigorou de 2005 a 2007.
                 Terminado o prazo, a entidade não prestou contas. Cobrada, alegou que sua sede havia sido roubada.
                 O diabo é que o registro de ocorrência do suposto roubo datava de 17 de novembro de 2007. E o convênio encerrara oito meses antes, em 28 de fevereiro de 2007.
                  Na bica de ser condenada no TCU, a ONG entregou ao tribunal algo que chamou de “prestação de contas”.
                  Recibos e notas fiscais somavam R$ 573,6 mil. O grosso do papelório (R$ 495,5 mil) foi considerado “inidôneo” pelos técnicos do TCU.
                 Argumenta daqui, contra-argumenta dali os ministros do TCU refizeram as contas e condenaram a ONG a devolver ao Tesouro R$ 274,5 mil.
                  Sobre esse valor terão de ser acrescidos juros e uma multa fixada em R$ 20 mil.
                  Alvejada por reportagem do programa 'Fantástico', na noite deste domingo (16), também a ONG Pra Frente Brasil, de Jaguariúna (SP), já se encontra sob investigação do TCU.
                 Gerida pela ex-jogadora de basquete e atual vereadora do PCdoB Karina Rodrigues, a entidade recebeu do ‘Segundo Tempo’ R$ 28 milhões em seis anos.
                 Convive com suspeitas que incluem a contratação de empresas de fachada. O TCU decidiu esquadrinhar os convênios da entidade em abril.
                 O ministro Orlando Silva deseja comparecer à Câmara para se defender da acusação de recebimento de propinas e demonstrar a "correção" dos procedimentos de sua pasta.
                 Há muito o que explicar. Resta saber se haverá no plenário da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara quem queira fazer o dever de casa e perguntar."

                  Pois é, foi nisso que o "nuncantesnahistóriadessepaís" conseguiu (não que eles não quisessem, não é??) transformar os "idealistas" de esquerda, incluindo PT e PCdoB= afundados até o pescoço nas "maracutaias" tão bem denunciadas antes de Lula...





               

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Há Ministérios demais para acomodar a cupinchada e, aí, é isso que acontece!!!

                        Alguém aí sabia ou lembrava que existe um Ministério no Governo, desde o tempo do Lula, denominado "Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres", comandado agora, em tempos de Dilma, por uma tal de Iriny Lopes? Pois é, existe, e essa pura louca Ministra, está achando de andar se importando por tudo o que vê na televisão. Deve fazer parte daquela sanha do PT de, a cada passo, voltar com a idéia de tentar impor uma censura velada (ou aberta,se pudesse) às mídias. A última dela (que , por sinal, nem é falando mal, é pura constatação da verdade, é muuuiiitoo feia) agora é implicar com alguns comerciais da Giselle Bundchen. Sigam, a seguir, o magistral comentário da criação e publicação da coluna do Augusto Nunes, da revista Veja:

                        "Ministério da Dilma: um recorde de zeros à esquerda e à direita



Celso Arnaldo Araújo


                     A ministra Iriny foi entrar num território que lhe é inteiramente inóspito e desconhecido – a sensualidade como milenar arma de sedução feminina – e se deu mal, ao enxergar numa top model que fatura 30 milhões de dólares por ano, nunca estoura o cartão de crédito (que é ilimitado) e não bate o carro do marido (porque tem motorista privativo) um símbolo das vítimas do “sexismo” de inspiração machista. Esta teria sido a intenção do diretor de criação do comercial da Hope: “Vamos pagar três milhões de dólares para a Gisele se fazer passar por uma coitada que se humilha de lingerie diante do marido só porque fez três besteiras. Um milhão de dólares por besteira”.
                   Sem entrar no mérito da saudável polêmica sobre propaganda e machismo, e cumprimentando a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres pela ousadia de ter dado sua cara para bater, o fato é que a Hope está desarrolhando sucessivas garrafas de champagne brut.
                   Graças à indignação de Iriny, um comercial chinfrinzinho ganhou status de paixão nacional. É o melhor dos mundos para uma campanha publicitária, mesmo que ela seja suspensa – ou você duvida que, nesse caso, a agência virá com uma réplica ferina?
                   Fora isso, há algum outro benefício nacional nessa celeuma? Sim. Além da possibilidade (inimaginável no sentido real) de meter o pau na Iriny, ganhamos uma informação preciosa, nove meses após o início do governo Dilma: o país tem desde janeiro uma ministra chamada Iriny Lopes (e isso é notícia fresca, porque ninguém sabia). A aparição de Iriny, esta semana, finalmente explica a estranhíssima metamorfose do cartunista Laerte numa das figuras mais aberrantes da prática do chamado crossdressing — eufemismo modernoso para o velho travestismo dos que tomam a decisão tardia de sair do armário e ironicamente se enrustem sob a fantasia espalhafatosa. Quer dizer então que tudo não passava de uma paródia performática de Laerte, uma homenagem às mulheres brasileiras através da mimetização grotesca da ministra que hoje as representa em nível federal?
                         Conhecido seu modelo, Laerte agora está dispensado de continuar tentando explicar por que deixou de ser um homem que só chamava a atenção por seu talento para se transformar numa mulher que se impõe pela feiúra. A secretaria comandada por Iriny, que tem status de ministério só para garantir mais cargos e em faixas superiores de remuneração, também está dispensada de existir: não disse uma palavra, não moveu um foulard pela mulher que perdeu seus bebês gêmeos na porta da Santa Casa de Belém do Pará por incúria, negligência e omissão de socorro. Mas a ministra soube se revelar uma fera ferida por causa da lingerie da Gisele. Com essa brutal inversão de funções, o ministério das mulheres é uma afronta à sua clientela.
                      O caso Iriny-Gisele-Laerte está rendendo bons esfregaços dialéticos e ótimas risadas – sobretudo nesta coluna. Mas, na esteira desse jocoso escândalo, outro, mais grave, se camufla sob as calcinhas vermelhas da Hope: o ministério de Dilma.

                      ACOMODANDO A CUPINCHADA

                      São 38 pastas, das quais pelo menos 10 criadas só para fazer média com parcelas do eleitorado ou acomodar a cupinchada. Sete titulares desse ministério já foram trocados – e muitos outros poderão e poderiam ser substituídos a qualquer momento, de um dia para o outro, sem afetar o funcionamento de um único balcão de repartição pública sob a óptica dos serviços prestados à população. Por acaso as ações da Petrobras cairiam se o ministro Edison Lobão de repente virasse frentista de posto de gasolina? A Apple deixaria de vender um único iPad no Brasil se o ministro Aloysio Mercadante deixasse a pasta da Tecnologia para ser um hacker?
                            À parte os casos de gatunagem despudorada e cínica, o ministério de Dilma é caracterizado por sua mediocridade. Distinga-se: há os ministérios “ideológicos” e politicamente corretos – como as secretarias da Iriny e da Igualdade Racial – e os balcões de negócio. Mas o nível médio do ministério é muito, muito baixo. Tentativas de comparar a estatura do ministério de Lula-Dilma (cujo padrão é Pedrinho Novais, que mede 1m46) com governos anteriores da República serão muito cruéis. Sempre houve nos ministérios republicanos um punhado de grandes nomes com história pessoal já escrita — nomes que poderiam merecer biografia própria, e muitos que, pela notoriedade e obra, viraram nome de ruas, avenidas e praças.
                         Imagine: Paulo Brossard foi ministro de Sarney. Antonio Houaiss e Fernando Henrique Cardoso, de Itamar Franco. O peso dos nomes ministeriais tem a ver com postura, atitude, nível intelectual, história pessoal.
                         Um governo adquire credibilidade a partir da equipe principal que escolhe. Nesse requisito, o PT de hoje atinge a miserabilidade. O atual ministério bate recorde em zeros à esquerda (e à direita também, se é que me entendem) -– e o padrão Pedrinho-Gastão é insuperável na historia republicana: indivíduos absolutamente estranhos ao grande e ao pequeno público, não são conhecidos nem no universo político de Brasília, não podiam ser pesquisados no Google antes de janeiro de 2011, não têm registro de sua passagem pelo planeta, não têm historia de vida, de cátedra, de obra, de livro publicado, de tese defendida, de discurso proferido, de projeto apresentado. A impressão digital de seus currículos de quatro linhas, incluindo nome, endereço e filiação, é o sempre suspeitíssimo dedo de Sarney. O atual ministério é um fenômeno político, merece entrar no Guinness pela quantidade de assombros que reuniu na Esplanada.
                           Ministro com peso político e pessoal próprio é necessidade republicana. Sendo uma nulidade, não terá como resistir às pressões da sua “base” para conceder favores, verbas, empregos – ou fazer bobagem em nome de “teses”, como Iriny. Um ministro de peso próprio tem blindagem maior para resistir a pressões, que vêm de todo lado, todos os dias. Quem ganhou um ministério na loteria – como Gastão Vieira — fará qualquer coisa para ficar. Um ministro sem densidade própria é na realidade um “laranja” de quem lhe banca e fará qualquer negocio para manter sua inédita importância antes de voltar à vala comum de onde saiu.
                         Iriny, que deve ser muitíssimo bem intencionada, teve seus inglórios momentos de glória graças a Gisele Bündchen – voltará logo ao silêncio e à ineficácia acaciana de sua secretaria. E, no fim das contas, o que terão ganho as mulheres brasileiras com esse auto da compadecida da ministra diante do sacrilégio da lingerie vermelha?
                          Rigorosamente nada – a exceção sendo as funcionárias da Hope que, se tiverem participação nos lucros da empresa, receberão um belo bônus este ano."
      
                        Pois é, e por aí vai... Agora é sobre o passeio de Dilma pela Bulgária, país de nascimento de seu pai e que tem relações comerciais com o Brasil de meros 160 milhões de dólares anuais, e, para o qual, ela fez um passeio mais "sentimental", levando junto um monte empresários e "companheirada" e tudo, claro, com o nosso dinheiro...
                        
                Augusto Nunes, em 09/10/2011


               Os países desenvolvidos preservam a vergonha na cara que os fundadores da Era da Mediocridade reduziram a coisa de otário.

                Em sua coluna quinzenal na última página de VEJA desta semana, o jornalista J. R. Guzzo trata da síndrome do com-o-Brasil-ninguém-pode. As primeiras linhas resumem o fenômeno.
                “Tornou-se um hábito do governo brasileiro e suas redondezas, nos últimos tempos, dizer aos países desenvolvidos o que deveriam fazer para melhorar de vida e sair da triste situação em que andam metidos ─ em contraste, é claro, com o Brasil, onde tudo é melhor hoje em dia, da política econômica ao misto-quente, e onde a gerência da administração pública praticamente não encontra rivais em nenhum outro lugar do mundo em matéria de sabedoria, qualidade de decisões tomadas e quantidade de problemas resolvidos”.
                Depois de registrar que começaram com Lula as “aulas de boa governança aos países ricos” que Dilma Rousseff segue ministrando, Guzzo precisa de uma única frase para colocar o bando de farsantes em seu devido lugar:
                “Governantes de um país que tem os índices de criminalidade, analfabetismo e corrupção do Brasil, para mencionar apenas uma parte da calamidade nacional permanente, deveriam ficar em silêncio e trabalhar o tempo todo para resolver nossas desgraças, em vez de dar palpites em problemas alheios”.
                Deveriam também aprender com quem sabe, grita o vídeo de 2min24 que mostra como é a vida dos parlamentares suecos. Quem viu vai gostar de ver de novo. Quem não viu não imagina o que andou perdendo. Confira:
                Na Suécia, com pouco mais de 9 milhões de habitantes, o índice de alfabetização atinge 99%. No Brasil, os analfabetos estão perto de 15 milhões, sem contar a imensidão de analfabetos funcionais: são tantos que um deles já ocupou a Presidência da República. Lá, a renda per capita anual vai chegando aos US$ 40 mil e as diferenças salariais na pirâmide social são irrelevantes. Aqui, a renda de R$ 10 mil é uma abstração destroçada por distâncias abissais entre ricos e pobres.
                 O vídeo informa, enfim, que na Suécia existe a vergonha na cara que os donos do poder tentam há quase nove anos transformar em coisa de otário. Toda semana, por exemplo, os integrantes do primeiro escalão sueco comparecem ao parlamento para uma sessão de cobranças e explicações. Os ministérios são exemplarmente enxutos e eficazes, e a execução das decisões políticas fica por conta de agências governamentais. No País do Carnaval, dezenas de ministros se associam a centenas de deputados e senadores para compor o grande clube dos cafajestes cuja missão é “garantir a governabilidade” ─ uma fantasia esfarrapada que, em vez de esconder, escancara a corrupção endêmica e impune.
                 Em 1958, extasiados com a vitória na Copa da Suécia, os brasileiros se esbaldaram num carnaval temporão animado pela marchinha famosa: “A taça do mundo é nossa./Com brasileiro, não há quem possa”, fantasiava o começo da letra. Passados 53 anos, não é difícil bater a seleção nacional de futebol. A Suécia e todos os países desenvolvidos só não podem com o Brasil em matéria de jequice, embustes ufanistas e ladroagem sem cadeia. Nesses campos, decididamente, não há quem possa com os fundadores da Era da Mediocridade.








segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O inacreditável irá acontecer???

                         A história conta muitos casos de "a criatura" insurgir-se contra o "criador". No Brasil, até há bem pouco, isto imaginava-se impossível. E porquê? Bem, todos os brasileiros sabemos que a presidente Dilma era uma "maria-ninguém" e, provavelmente bem por isso o ex-Lula guindou-a de um total ostracismo, em que já se mostrava como a nulidade que era e continua sendo, sem nenhuma experiência de política e, parece, menos ainda , de gestora eficiente, como se apregoou na campanha eleitoral, conseguiu, na base das obras de ficção e na mentira, elegê-la presidente.
                           Isso será bom para o Brasil? Ainda ninguém sabe e, imagino, teremos que esperar bastante tempo para esta resposta. Particularmente, não chego a acreditar num rompimento total.
                           Entretanto, sabe-se de fonte fidedigna, por aquele pessoal que cobre o Governo central, que vive no Planalto e nas proximidades, para, exatamente procurar notícias desse tipo, que já começa a acontecer.
                           Divulga o conceituado jornal "A Folha de São Paulo" que, no ápice dos rompantes de fúria da presidente Dilma, encontra-se, justamente, três coisas relacionadas a isso: fica extremamente furiosa quando:
               - Alguém (pior ainda se for algum acessor próximo ou membro da "base aliada") comenta que "o Lula já está sabendo disso";
                - Ou, então, "vou achar um jeito de avisar o ex-Presidente Lula sobre isso!";
                - E, ainda, "Já conversei com o Lula sobre isso?".
               Se é verdade, há boas indicações que sim. Agora, que o "ex todo-poderoso" anda procurando "desencarnar", ou, quem sabe, está sendo "desencarnado" do mando de governo na marra, isso é verdade.
                Ele, o amoral completo que sempre foi, continue fazendo suas viagens caríssimas e cobrando muito caro para passar informações privilegiadas que, com certeza, ele possui e as tem pela tropa que deixou incrustada no Governo.
                Ah, por falar nesse tema, leiam 02 textos do Blog do Augusto Nunes, publicados dia 02/10/11 à noite, como sempre, magistrais:


Augusto Nunes, em 02/10/2011

às 20:46 \ Direto ao Ponto

                     Premiado com 100 mil dólares pelo polonês que chamava de ‘pelegão’, Lula promove Lech Walesa a ‘herói da democracia’.
                     Protagonizadas por um Lula grávido de autoconfiança e apaixonado por si próprio, duas cenas gravadas em novembro de 2002, cinco dias antes do segundo turno da eleição presidencial, aparecem no documentárioEntreatos, de João Moreira Salles. Na primeira, a bordo de um jatinho, o candidato embarca rumo aos tempos em que jogava futebol no intervalo do trabalho e surpreende Antonio Palocci com a comparação assombrosa:

                      ─ Eu batia faltas igual ao Didi.

                     Inventor da “folha seca” ─ desferido com o lado externo do pé direito, a bola viajava a poucos metros do campo e baixava abruptamente ao aproximar-se do gol ─, o bicampeão mundial Didi foi um dos maiores cobradores de faltas de todos os tempos. “Como o Didi?”, Palocci murmura, esboçando um sorriso abortado imediatamente pelo rosto sério de Lula: o craque do time da fábrica não está brincando. Se o médico não tivesse sido sepultado pelo político, Palocci veria a seu lado, em vez de um contador de vantagens, um paciente com sintomas veementes de mitomania.
                      Os sinais da disfunção sublinham o palavrório da segunda cena. Agora, no interior do jatinho, a trinca formada por Sílvio Pereira, José Graziano e Wilson Timóteo Júnior acompanha o monólogo do astro com a expressão contrita de quem testemunha outra aparição de Nossa Senhora:
                       ─ No Brasil, hoje, a única figura política de dimensão nacional sou eu. Mas por que eu cheguei aonde eu cheguei? Porque eu tenho por detrás de mim um movimento. Eu tenho por detrás de mim uma grande parte da Igreja Católica, da base da Igreja Católica. Eu tenho por detrás de mim uma grande parte dos estudantes, o PT, a CUT. É muita coisa.
                        É tanta coisa que basta para explicar, na opinião do candidato, a diferença que o separa do polonês Lech Walesa. Líder da organização sindical Solidariedade, o operário Walesa foi eleito presidente depois da derrubada do regime comunista. Fez um governo medíocre, saiu de cena com baixíssimos índices de popularidade e não voltou a desempenhar papeis relevantes.
                       ─ Ele deu no que deu porque ele não tinha porra nenhuma ─ ensina Lula em tom debochado. ─ Ele não tinha partido. Não tinha nada. Era um pelegão.
                      Nesta quinta-feira, Lula baixou em Gdansk para receber o prêmio Lech Walesa, criado pela fundação dirigida pelo ex-presidente polonês para homenagear “personalidades destacadas por seu respaldo à liberdade, democracia e cooperação internacional”. Na discurseira de agradecimento, as críticas ao pelegão foram substituídas por derramados elogios a “um autêntico herói que liderou os trabalhadores da Polônia em sua luta pela democracia”.
                       Se tivesse parado por aí, Lula teria apenas confirmado que hipocrisia é marca de nascença. Como jamais perde a chance de erguer monumentos ao cinismo, precisou de duas frases para inaugurar mais um em Gdansk. “Fomos muitas vezes tachados como pessoas despreparadas, incapazes de conduzir a luta sindical”, recitou a voz que até a semana passada achava Walesa um exemplo de despreparo para a condução da luta sindical. “Nossos críticos desconhecem, contudo, que os operários não aceitam nem toleram falsas lideranças”.
                       A drástica mudança de opinião custou exatamente 100 mil dólares, valor do prêmio que Lula foi buscar na Polônia. Ele diz que vai doar a quantia a “um país africano”, que será escolhido por representantes do Instituto Cidadania e da Fundação Lech Walesa. Por enquanto, a bolada está sob a guarda de Paulo Okamoto. Aquele mesmo: o “Japonês”. Se depender do guardião, os africanos devem esperar sentados.
                       Por que não usar o dinheiro para socorrer alguns dos milhões de nativos que sobrevivem submersos na miséria? Para não admitir a existência de miseráveis no Brasil Maravilha registrado em cartório. Camelô de si mesmo, Lula jura que o seu governo acabou com os brasileiros pobres. Devem ter sido exportados para a África.

02/10/2011

às 20:29 \ Direto ao Ponto

                        Gonçalo Osório: ‘Ambos foram medíocres, mas Walesa sempre lutou pela liberdade do indíviduo. Lula só pensa na autopromoção’.
                        Meu velho amigo Gonçalo Osório,que honra a coluna com seus comentários, fez algumas observações que complementam e enriquecem o post anterior. Confira um texto que, como promete o título da seção, vai direto ao ponto. (AN).
                         Um pouco de recuerdos, por um amigo que esteve lá. Final de 1980, dezembro. Lech Walesa era um fenômeno internacional, depois de ter liderado uma importante greve nos estaleiros Lenin de Gdansk, contra os dirigentes do PC. A Igreja católica da então Alemanha Ocidental teve uma idéia: juntar os dois sindicalistas com apoio eclesiástico (o da Polônia e o do Brasil, até ali o Papa polonês ainda não tinha retaliado a arquidiocese de São Paulo, que julgava dominada por teólogos da libertação que jamais entenderam a alma do comunismo) num encontro em Roma.
                          Foi a primeira vez que Lula e Walesa se viram, perto do Natal daquele ano. Detestaram-se mutuamente. Walesa achava que Lula flertava com as ideias que tinham transformado o país dele, Walesa, num vassalo do totalitarismo soviético. Lula achava que Walesa era pouco mais do que um agente da CIA. De fato, Walesa fez um governo medíocre. Mas, ao contrário de Lula, o nome de Walesa ficará nos livros de história como um autêntico líder operário de papel essencial na transformação da Polônia de uma ditadura comunista numa democracia plena.
                         Lula nada fez de parecido. Aproveitou-se do que havia sido preparado por um antecessor — este sim, FHC, o verdadeiro transformador, ainda que fracassado em boa medida ─ e passou a dizer que inventou o Brasil. Walesa era beberrão, falastrão, chegado a uma bravata, mitômano, embevecido de si mesmo. Como Lula, igualzinho. A diferença é que Walesa sempre teve um norte, uma visão, ligada sempre à liberdade do indivíduo. Lula, se tem alguma visão, é apenas a da autopromoção. Ambos foram presidentes medíocres. A diferença é a que Walesa entra para a história como participante de um processo fundamental. Lula pertencerá a História como o mal que os brasileiros resolveram adotar.