A história conta muitos casos de "a criatura" insurgir-se contra o "criador". No Brasil, até há bem pouco, isto imaginava-se impossível. E porquê? Bem, todos os brasileiros sabemos que a presidente Dilma era uma "maria-ninguém" e, provavelmente bem por isso o ex-Lula guindou-a de um total ostracismo, em que já se mostrava como a nulidade que era e continua sendo, sem nenhuma experiência de política e, parece, menos ainda , de gestora eficiente, como se apregoou na campanha eleitoral, conseguiu, na base das obras de ficção e na mentira, elegê-la presidente.
Isso será bom para o Brasil? Ainda ninguém sabe e, imagino, teremos que esperar bastante tempo para esta resposta. Particularmente, não chego a acreditar num rompimento total.
Entretanto, sabe-se de fonte fidedigna, por aquele pessoal que cobre o Governo central, que vive no Planalto e nas proximidades, para, exatamente procurar notícias desse tipo, que já começa a acontecer.
Divulga o conceituado jornal "A Folha de São Paulo" que, no ápice dos rompantes de fúria da presidente Dilma, encontra-se, justamente, três coisas relacionadas a isso: fica extremamente furiosa quando:
- Alguém (pior ainda se for algum acessor próximo ou membro da "base aliada") comenta que "o Lula já está sabendo disso";
- Ou, então, "vou achar um jeito de avisar o ex-Presidente Lula sobre isso!";
- E, ainda, "Já conversei com o Lula sobre isso?".
Se é verdade, há boas indicações que sim. Agora, que o "ex todo-poderoso" anda procurando "desencarnar", ou, quem sabe, está sendo "desencarnado" do mando de governo na marra, isso é verdade.
Ele, o amoral completo que sempre foi, continue fazendo suas viagens caríssimas e cobrando muito caro para passar informações privilegiadas que, com certeza, ele possui e as tem pela tropa que deixou incrustada no Governo.
Ah, por falar nesse tema, leiam 02 textos do Blog do Augusto Nunes, publicados dia 02/10/11 à noite, como sempre, magistrais:
Augusto Nunes, em 02/10/2011
às 20:46 \ Direto ao Ponto
Premiado com 100 mil dólares pelo polonês que chamava de ‘pelegão’, Lula promove Lech Walesa a ‘herói da democracia’.
Protagonizadas por um Lula grávido de autoconfiança e apaixonado por si próprio, duas cenas gravadas em novembro de 2002, cinco dias antes do segundo turno da eleição presidencial, aparecem no documentárioEntreatos, de João Moreira Salles. Na primeira, a bordo de um jatinho, o candidato embarca rumo aos tempos em que jogava futebol no intervalo do trabalho e surpreende Antonio Palocci com a comparação assombrosa:
─ Eu batia faltas igual ao Didi.
Inventor da “folha seca” ─ desferido com o lado externo do pé direito, a bola viajava a poucos metros do campo e baixava abruptamente ao aproximar-se do gol ─, o bicampeão mundial Didi foi um dos maiores cobradores de faltas de todos os tempos. “Como o Didi?”, Palocci murmura, esboçando um sorriso abortado imediatamente pelo rosto sério de Lula: o craque do time da fábrica não está brincando. Se o médico não tivesse sido sepultado pelo político, Palocci veria a seu lado, em vez de um contador de vantagens, um paciente com sintomas veementes de mitomania.
Os sinais da disfunção sublinham o palavrório da segunda cena. Agora, no interior do jatinho, a trinca formada por Sílvio Pereira, José Graziano e Wilson Timóteo Júnior acompanha o monólogo do astro com a expressão contrita de quem testemunha outra aparição de Nossa Senhora:
─ No Brasil, hoje, a única figura política de dimensão nacional sou eu. Mas por que eu cheguei aonde eu cheguei? Porque eu tenho por detrás de mim um movimento. Eu tenho por detrás de mim uma grande parte da Igreja Católica, da base da Igreja Católica. Eu tenho por detrás de mim uma grande parte dos estudantes, o PT, a CUT. É muita coisa.
É tanta coisa que basta para explicar, na opinião do candidato, a diferença que o separa do polonês Lech Walesa. Líder da organização sindical Solidariedade, o operário Walesa foi eleito presidente depois da derrubada do regime comunista. Fez um governo medíocre, saiu de cena com baixíssimos índices de popularidade e não voltou a desempenhar papeis relevantes.
─ Ele deu no que deu porque ele não tinha porra nenhuma ─ ensina Lula em tom debochado. ─ Ele não tinha partido. Não tinha nada. Era um pelegão.
Nesta quinta-feira, Lula baixou em Gdansk para receber o prêmio Lech Walesa, criado pela fundação dirigida pelo ex-presidente polonês para homenagear “personalidades destacadas por seu respaldo à liberdade, democracia e cooperação internacional”. Na discurseira de agradecimento, as críticas ao pelegão foram substituídas por derramados elogios a “um autêntico herói que liderou os trabalhadores da Polônia em sua luta pela democracia”.
Se tivesse parado por aí, Lula teria apenas confirmado que hipocrisia é marca de nascença. Como jamais perde a chance de erguer monumentos ao cinismo, precisou de duas frases para inaugurar mais um em Gdansk. “Fomos muitas vezes tachados como pessoas despreparadas, incapazes de conduzir a luta sindical”, recitou a voz que até a semana passada achava Walesa um exemplo de despreparo para a condução da luta sindical. “Nossos críticos desconhecem, contudo, que os operários não aceitam nem toleram falsas lideranças”.
A drástica mudança de opinião custou exatamente 100 mil dólares, valor do prêmio que Lula foi buscar na Polônia. Ele diz que vai doar a quantia a “um país africano”, que será escolhido por representantes do Instituto Cidadania e da Fundação Lech Walesa. Por enquanto, a bolada está sob a guarda de Paulo Okamoto. Aquele mesmo: o “Japonês”. Se depender do guardião, os africanos devem esperar sentados.
Por que não usar o dinheiro para socorrer alguns dos milhões de nativos que sobrevivem submersos na miséria? Para não admitir a existência de miseráveis no Brasil Maravilha registrado em cartório. Camelô de si mesmo, Lula jura que o seu governo acabou com os brasileiros pobres. Devem ter sido exportados para a África.
02/10/2011
às 20:29 \ Direto ao Ponto
Gonçalo Osório: ‘Ambos foram medíocres, mas Walesa sempre lutou pela liberdade do indíviduo. Lula só pensa na autopromoção’.
Meu velho amigo Gonçalo Osório,que honra a coluna com seus comentários, fez algumas observações que complementam e enriquecem o post anterior. Confira um texto que, como promete o título da seção, vai direto ao ponto. (AN).
Um pouco de recuerdos, por um amigo que esteve lá. Final de 1980, dezembro. Lech Walesa era um fenômeno internacional, depois de ter liderado uma importante greve nos estaleiros Lenin de Gdansk, contra os dirigentes do PC. A Igreja católica da então Alemanha Ocidental teve uma idéia: juntar os dois sindicalistas com apoio eclesiástico (o da Polônia e o do Brasil, até ali o Papa polonês ainda não tinha retaliado a arquidiocese de São Paulo, que julgava dominada por teólogos da libertação que jamais entenderam a alma do comunismo) num encontro em Roma.
Foi a primeira vez que Lula e Walesa se viram, perto do Natal daquele ano. Detestaram-se mutuamente. Walesa achava que Lula flertava com as ideias que tinham transformado o país dele, Walesa, num vassalo do totalitarismo soviético. Lula achava que Walesa era pouco mais do que um agente da CIA. De fato, Walesa fez um governo medíocre. Mas, ao contrário de Lula, o nome de Walesa ficará nos livros de história como um autêntico líder operário de papel essencial na transformação da Polônia de uma ditadura comunista numa democracia plena.
Lula nada fez de parecido. Aproveitou-se do que havia sido preparado por um antecessor — este sim, FHC, o verdadeiro transformador, ainda que fracassado em boa medida ─ e passou a dizer que inventou o Brasil. Walesa era beberrão, falastrão, chegado a uma bravata, mitômano, embevecido de si mesmo. Como Lula, igualzinho. A diferença é que Walesa sempre teve um norte, uma visão, ligada sempre à liberdade do indivíduo. Lula, se tem alguma visão, é apenas a da autopromoção. Ambos foram presidentes medíocres. A diferença é a que Walesa entra para a história como participante de um processo fundamental. Lula pertencerá a História como o mal que os brasileiros resolveram adotar.
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