Crônica do Dia 10/07/2012
O assunto de hoje é
bem interessante. A gente vive no Brasil, uma fase em que muita mulher bonita
esteve gostando de ser chamada de “mulher fruta”.
Com isso, muitas conseguiram aparecer em vários programas de
rádio e, principalmente de TV, mostrando suas vastas qualidades, e, então, com
seus portentosos “atributos”, posaram para várias revistas masculinas ou não, geralmente com pouca roupa...
Lembro, de maneira rápida, da “mulher moranguinho”, mulher melão,
mulher melancia, mulher jaca até, e aí vai...
Em tempos de CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito),
em tempos de Carlinhos Cachoeira, empresa Delta, e outros, apareceu com muito vigor outra fruta, que não
é tão nova e nem tão cobiçada pelos olhos cobiçosos, mas que se caracteriza especialmente por abranger
os dois gêneros: é a primeira em que há gente do sexo feminino, mas, mais
ainda, do masculino.
É a, ou o, “LARANJA”... Segundo os
dicionários que sejam pesquisados, - PALAVRA
DE ORIGEM SÂNSCRITA E PERSA, FRUTO DA LARANJEIRA, A COR DESSE FRUTO, IGUAL
ALARANJADO E , agora, indo ao que interessa,
indivíduo, nem sempre ingênuo, cujo nome é utilizado por outro na
prática de diversas formas de fraudes financeiras e comerciais, com a
finalidade de escapar do fisco ou aplicar dinheiro de origem ilícita.
Agora, estamos na vez dessa fruta: os pomares dessa fruta crescem
muito com sombra e água fresca, quase sempre sob os mandos de políticos
corruptos e envolvidos com muitos “esquemas de corrupção”. Aos finais dos
mandatos, aparecem com muita profusão, pois é a hora para esses, de começar a
acertar suas pendências, colocarem algumas coisas que não dêem muito na vista para o Imposto de Renda, em declaração
normais, e, para o grande montante do resto, geralmente a parte maior, em nome
das e dos famosos LARANJAS.
O “laranja” é quase uma instituição nacional; político
corrupto, não tem quem não tenha e alguns são ridículos, como a gente
diariamente na televisão e nos jornais ou Internet. Muitas vezes, um pobre
coitado, funcionário de muito tempo, ou mesmo aquele parente pobrezinho,
aparece como dono de milhões, mansões nababescas, e assim por diante.
E esse laranja tem várias subdivisões:
- laranja ácida
- laranja doce
- laranja azeda, laranja
bahiana, laranja pera,laranja lima, tem para o gosto de todos os fregueses.
Quando aquele político, conhecido por ser muito matreiro e
malandro, em final de mandato presta declaração do quase “nada a declarar” o fisco, muitas vezes, aí tem...geralmente é
laranja das grandes.
Procure-se o círculo de amigos íntimos, políticos de sua relação
mais próxima, parentes chegados e de confiança e vai encontrar coisa...
Essa relação quase sempre se dá juntando a fome com a vontade de
comer dos malandros. Quer dizer: algum empresário ou empresários levando
vantagem em superfaturamentos para obras a serem realizadas, e candidatos à
eleição, preferencialmente a cargos do poder executivo, pois estes é que detêm,
como se diz vulgarmente, a “caneta na mão”, e na proximidade das eleições.
Melhor ainda, como se pode constatar em muitos estudos sérios, candidatos à
reeleição: estes, afinal, já estão com a caneta na mão, não há em necessidade
de ficar em dúvida sobre o ganho futuro...
Atualmente está muito comum ouvir nos noticiários a respeito dos
laranjas que são pessoas que disponibilizam seu nome, conta bancária, para que
outra, utilizando tais dados, faça negociações ilícitas sem expor sua
identidade. Essa prática é muito usada por corruptos que encontram nos laranjas
a escapatória para seus negócios irregulares, dinheiro sujo, licitações
irregulares, e diversas outras transações comerciais. Por isso, o “laranja”
está, muitas vezes, ligado a procedimentos ilegais.
Muitas pessoas se enganam pensando que apenas as pessoas que
contratam os “laranjas” são detidas, mas se enganam, pois aquele que se submete
a tais práticas, se flagrado, também é enquadrado nos artigos pertencentes ao
código penal, quando está envolvido em práticas criminosas. Normalmente é o
valor oferecido que faz com que uma pessoa aceite ser “laranja” (emprestar
nome, número dos documentos pessoais, conta bancária, etc.) para outro
indivíduo, pois é uma forma de obter dinheiro sem muito esforço. Por isso, não
se preocupam em saber o que o outro irá fazer com tais informações, podem ser
envolvidos em práticas criminosas sem nem tomar conhecimento.
No Brasil, infelizmente, há notícias de que essa prática existe em
muitos lugares, e que é utilizada por
grandes empresários, com a cumplicidade de políticos, para práticas ilegais. Um
bom exemplo disso é o mensalão, que até que enfim, começará a ser julgado no
dia 02 de agosto deste ano, e que utilizava dados de “laranjas” para encobrir o
caixa dois de alguns partidos envolvidos no esquema de corrupção. Hoje é a
Delta, os governos de Goiás e do Distrito Federal, e espraia-se pela maioria
dos municípios brasileiros, basicamente naqueles em que a Câmara de Vereadores
não exerce seu papel de fiscal do Executivo, geralmente por também estar
levando propina e em que os meiois de comunicação não são tão livres, ou estão
atrelados a interesses econômicos.
É preciso estar atento, pois na maioria dos casos a pessoa que
quer contratar um laranja pode estar envolvida em práticas ilegais e isso faz
com que todos os envolvidos possam e devam sofrer o vigor da lei.
Definindo
o “laranja” de uma forma bem simples: - Vamos
supor que alguém seja um politico, e com o dinheiro do governo, desvie e compre
algum imóvel. Se colocar este imóvel no
seu nome, terá que justificar de onde veio o dinheiro. Mas se colocá-lo no nomen
de outro/outra, imagina, por exemplo, que não terá de justificar, porém, aquele
que cedeu o nome passa a ser o laranja. Portanto,
laranja é a pessoa que empresta seu nome para que sejam desviadas as verbas.
Em muitos municípios em que inexiste uma fiscalização
rigorosa a partir da Câmara de Vereadores, da mídia, do auxílio do Ministério
Público, e outros, os sinais exteriores de riqueza que não se expliquem por
rendimentos elevados, heranças, ganhos em prêmios de loterias, etc... daquele
pessoal muito chegado ao chefete político local, é bastante provável que a
explicação esteja no papel do “laranja”.
Não é função do eleitor definir e denunciar os
laranjas, pois no normal, eles tentam não deixar rastros. É função do eleitor,
sim, pela observação e conhecimento do dia a dia das pessoas , especialmente
nos pequenos lugares, em que todo mundo conhece todo mundo, e, se a suspeita
for muito forte e bem fundada, no mínimo, procurar outro para votar e, assim,
permanecer com a consciência livre, por não ser conivente com o erro e a
corrupção.
Ao finalizar, prezados ouvintes da Rádio Poema e
leitores do Blog “EUACREDITOEMBLOGS”, desculpem-me a imodéstia, mas quero ter a
pretensão de, nestes pequenos e quase insignificantes textos, poder colaborar,
um pouquinho que seja, com a idéia tão necessária nos dias atuais da POLÍTICA
FICHA LIMPA e da TRANSPARÊNCIA BRASIL.
Amanhã estarei de volta e um ótimo dia a todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário