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quarta-feira, 2 de março de 2011

A Canção de Mahamudra - Buda Tilopa.

                                           CANÇÃO DE MAHAMUDRA
                                       ( Tilopa começa assim a sua canção)
                            
                               Mahamudra está para além das palavras e símbolos,
                               mas para ti, Naropa, sério e leal,
                               isto deve ser dito:
                                        O Vácuo não precisa de confiança,
                                        Mahamudra repousa sobre nada.
                                        Sem fazer esforço,
                                        Mas permanecendo desprendido e natural,
                                        é possível quebrar o jugo,
                                        ganhando, assim, a Libertação.
 
              Tilopa quer dizer que a Iluminação, o Infinito, o Entendimento Pleno não depende em nada apenas de símbolos, palavras, coisas formais; muito mais importante que isso é, por exemplo, uma verdadeira amizade, que se baseie na lealdade e seriedade- e isso pressupõe partilha, entendimento mútuo, porque, senão, por certo não haveria "a amizade"- a tal ponto que um Mestre possa jogar todo o destino de uma filosofia, o fundamento de uma religião, para aquele seu discípulo... 
                 Para um discípulo de tal estirpe e com tais sentimentos é que a Doutrina maior pode ser explanada e será plantada em terra fértil. E continua Tilopa: o Vácuo não precisa de Confiança...
                 Que "vácuo" é esse, termo tão usado pelas religiões orientais? - a resposta pode estar no que, desde Max Planck, Einstein, etc... cientistas do início do século XX, estupefatos ante a constatação de que a chamada "matéria, substância" não é real, não existe- na linguagem oriental. é "Maya", é ilusão e que o que nos dá a sensação de materialidade não passa de confluência de "ondas de energia", para simplificar um pouco... tudo isso que parece tão "novidade" nos dias atuais, ciência elaborada pela chamada "Teoria Quântica", já tinha, de alguma forma, um amplo entendimento por aquelas religiões.
                 E o mundo sempre teve duas visões bem distintas: uma, a Grega, deu origem à racionalidade ( tudo tem e deve ser explicado pela razão), e tal visão originou os fundamentos da civilização ocidental, e a Indiana, não "racionalista", talvez mais baseada nos sentidos, experiência e sentimento, e percepções  que, por outra forma, foi a origem do pensamento oriental, enquadrando-se aí o Hinduísmo, o Taoísmo chinês, o Budismo, etc... demostraram claramente essas duas visões. Talvez, foi a maneira de entender as coisas na civilização ocidental que "bloqueou" por muito tempo qualquer outro entendimento- afinal, só é certo o que a "razão" explica, o que  se pode cientificamente provar...
                 Na maneira de raciocinar de Tilopa, esse Vácuo, esse "não-ser" , de difícil entendimento para os ocidentais, não necessita de "confiança"- ele repousa sobre a "nada". O que ele quer dizer com isso, é que, se você confia, já demonstrou que necessita de alguma coisa, de alguma "bengala", que possa dar-lhe a explicação ou fundamentação para isso ou aquilo, quando, nem da confiança o "Grande Entendimento" depende. Ao contrário, "sem esforço" nenhum, permanecendo desprendido e natural é que é possível "quebrar o jugo", romper as barreiras das crenças exacerbadas e dogmáticas, do cientificismo- para Tilopa, enfim, a LIBERTAÇÃO é muito mais simples.
                 Em próxima postagem, apesar de parecer assunto de difícil entendimento, quem estiver acompanhando e "abrir-se", de certa forma, a coisas que às vezes, podem parecer difíceis de imediato, verá que acabará por entender essa visão milenar e Definitiva.

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