Ganharam os homens e mulheres de bem deste país, a justiça, o combate à impunidade, a esperança em dias melhores. Perderam principalmente o desfigurado PT e Lula. Este, o articulador para tentar engambelar a nação de que o maior crime político da história do Brasil, seria uma montagem " da mídia golpista, da oposição e da elite- estes três frutos de uma mente conturbada e, parece, insana do ex-presidente.
De qualquer forma que venha a acontecer o julgamento, resgatar-se-á, historicamente a verdade maior- foi a maior vergonha política brasileira, comandada por José Dirceu e comparsas, sob o manto do beneplácito de Lula.
Eu quis trazer nesta postagem de hoje, algumas coisas mais, para a reflexão dos leitores, sempre tiradas ou baseadas nos maiores e melhores jornalistas do país.
Se soubesse que Celso Arnaldo estava de olho, Dilma
Rousseff provavelmente teria cancelado a entrevista coletiva que estrelou no
encerramento da Rio+20. Para sorte dos leitores, o neurônio solitário não
percebeu a presença do grande caçador de cretinices. Resultado: mais um texto
de altíssima qualidade. Melhora a coluna e melhora qualquer domingo. (AN)
CELSO ARNALDO ARAÚJO
Não foi uma declaração tão forte quanto aquela feita na Conferência de
Copenhague, em 2009, ainda na condição de candidata, mas já representando o
Brasil: “O meio ambiente é, sem dúvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento
sustentável” (veja o primeiro vídeo). Mas, na
coletiva-balanço da Rio+20, a grande anfitriã da conferência carioca deixou
escapar uma denúncia que o mundo ainda vai se arrepender de não ter levado em
conta.
Aos 5:50 do segundo
vídeo, ao falar sobre o financiamento ambiental de países economicamente mais
frágeis por parte das nações mais desenvolvidas ─ que tinha sido cogitado em
Copenhague, mas não foi cumprido desde então ─, ela lamenta que nessa condição
estejam alguns países da África, as pequenas ilhas “e os países que estavam
ameaçados de consequências danosas por desastres naturais, inclusive alguns que
ficavam submersos em alguns momentos”.
Dilma não declinou
os nomes desses países anfíbios, provavelmente no Pacífico, e vítimas
ocasionais do derretimento das calotas polares, mas Ban Ki-moon,
secretário-geral da ONU, ficou de dar uma olhada nisso ─ pelo menos era sua
intenção até a invertida que levou no episódio do “cadê o vide-ô”. Agora, não
se sabe.
De qualquer modo, é
sempre muito ecológico ouvir a presidente Dilma colocar um pouco de clareza e
razão nesse universo tão esotérico do conferencismo militante ─ onde o
diplomatês e o ambientalês se juntam para deixar o mundo ainda mais confuso e
preocupado. Não bastasse a seca no Nordeste, o frio em São Joaquim e o nevoeiro
sobre a serra de Santos, ainda somos sufocados por expressões do tipo
“multilateralismo” e “meios de implementação”, e inundados por um emaranhado de
siglas misteriosas, como IFSD, Pnuma, ODA e Juscanz – nesse contexto, uma
conferência como a Rio+20 mais complica do que explica.
E então o dilmês
entra em cena, para colocar o mundo de novo no eixo que consagrou as teorias de
Ptolomeu. Se você deu uma sapeada na Rio+20 e saiu com a mente poluída, preste
atenção na minipalestra que antecede a coletiva da presidente ─ e se ilumine.
Aprenda, entre outras coisas, que a conferência “avançou até onde estamos”. Que
cada país “é diferente de outro”, e que, “introduzindo a questão dos fundos, o
Brasil põe o que quer, cada um põe o que quer”.
Uma das colocações
mais surpreendentes da presidenta se dá aos 12:11, quando ela explica, aos que
reclamam da falta de um consenso que realmente salve o mundo, que a conferência
é “entre partes”. E partes, segundo ela, “significa sempre países”. Ainda não
está claro? Ela explica: “É assim: a parte francesa fala uma coisa, a parte
brasileira fala outra”. Resumindo: “A conferência das partes é uma conferência
entre nações e países”. Coincidentemente, a ONU é mais ou menos isso.
Vivendo e
aprendendo: e você que pensou que conferência das partes só era realizada nos
Países Baixos?
Mas, em meio a
questões tão vitais para o futuro do planeta, Dilma ainda teve tempo para um
pouco de humanidade, se me perdoam o trocadilho involuntário. Ao mencionar a
próxima reunião do Mercosul, em Mendoza, Argentina, esta semana, queixou-se de
sua inevitável agenda globe trotter, aos 25:04: “A gente quando sai deste país
fica muito triste, mas, é, porque o Rio e o Brasil são, é um país muito bonito.
Mas quero te assegurá que a América Latina também, e o México, porque eu tive
em Los Cabos, é um lugar, tem hora que cê olha assim e fala é por isso que
temos essa proximidade, porque praias lindas, etc. E eu tenho certeza que
Mendoza é um lugar desses também”.
Perceba que o meio
ambiente de Dilma, que realmente se apresenta hoje como uma ameaça ao
desenvolvimento sustentável, tem bons momentos – como o de levar praias lindas
a Mendoza, ao pé da Cordilheira dos Andes.
Nem tudo está
perdido.
Veja
o vídeo 1 “Dilma: o Meio Ambiente é uma
ameaça” =
Veja o
vídeo 2 “Dilma concede entrevista coletiva”=
A presidente Dilma
Rousseff anuncia à plateia a próxima atração da Rio+20: um vídeo “com uma
mensagem da Estação Espacial Internacional, cortesia da NASA, Administração
Nacional de Aeronáutica e Espaço”, recita com um papel na mão. Olha para a
direita. O vídeo não aparece. Olha para a esquerda. Nada. Olha para a frente e
para baixo. Coça os dois lados do rosto, logo abaixo das pálpebras. Confere
outra vez. O vídeo continua sumido. Olha desconfiada para Ban Ki-moon,
secretário-geral da ONU, sentado à sua direita.
A cara de brava
avisa que vai dar um pito no companheiro sul-coreano. Ou pelo menos chamá-lo de
“meu querido”. Resolve dar uma última chance a Ki-moon. “E o vídeo?”, pergunta.
O tom de voz é parecido com o que fazia José Sérgio Gabrielli chorar. A expressão
confusa do visitante informa que o suspeito não entende coisa alguma em
português, nem imagina o que enfureceu a presidente do Brasil. Então, Dilma
decide interrogá-lo em inglês: “VI-DE-Ô”. Para sorte do desavisado forasteiro,
o vídeo aparece antes que a inquisidora parta para as vias de fato.
O vídeo sobre o
sumiço do vídeo comprova que, para o neurônio solitário, falar inglês é falar
brasileiro sílaba por sílaba.
Veja o
vídeo “Dilma Roussef, cadê o vídeo”
Carlinhos Cachoeira
começou a captura do Poder Executivo com a compra de governadores. Prosseguiu a
ofensiva com a contratação de Márcio Thomaz Bastos, um advogado disposto a tudo
para livrar da cadeia e de quaisquer punições o chefe da quadrilha desbaratada
pela Polícia Federal que vivia elogiando nos tempos de ministro da Justiça do
governo Lula. E completou o serviço quando o Planalto ordenou à maioria
governista que transformasse a CPI batizada com o seu nome em mais um monumento
à impunidade.
Carlinhos Cachoeira
começou a captura do Poder Legislativo com o arrendamento de deputados e
senadores, entre os quais Demóstenes Torres ─ hoje reduzido a uma caricatura
carnavalesca do personagem de ficção que funde Dr. Jekyll e Mr. Hyde. A
ofensiva prosseguiu na CPI, com a debochada performance produzida e dirigida
pelo doutor em truques de tribunal. E será consumada com o naufrágio anunciado
de uma comissão de inquérito administrada por cúmplices dos investigados (e dos
que nem deixaram entrar na fila dos depoentes).
Carlinhos Cachoeira
começou a captura do Poder Judiciário com o aluguel de comparsas
disfarçados de juízes. A ofensiva prosseguiu com a mobilização de magistrados
decididos a condenar os xerifes, libertar os bandidos e enterrar no mausoléu
dos absurdos jurídicos o colosso de provas colhidas pelos detetives. Nenhum
deles pareceu tão sôfrego quanto o desembargador Tourinho Neto, do Tribunal
Regional Federal de Brasília.
Enquanto tentava
libertar o chefão, Tourinho tirou da cela os subchefes José Olímpio de Queiroga
Neto e Vladimir Garcez. Devolvido às ruas em 16 de junho, o ex-vereador Garcez
reassumiu a gerência do departamento de políticos subornados. Dois dias antes,
Queiroga fora reinstalado no comando do setor de ações radicais, que persegue
com o uso da violência o que o dinheiro não alcança. Ambos recuperaram o
direito de circular em sossego que o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima
acabou de perder.
Conversas gravadas
pela Polícia Federal provam que Queiroga propôs a Cachoeira que endurecesse o
tratamento dispensado a Moreira Lima, responsável pela prisão do comando da
organização criminosa. As ameaças que o induziram a afastar-se do cargo
informam que Cachoeira está pronto para completar a desmoralização da Justiça.
Nessa hipótese, os delinquentes poderão festejar o sucesso da ofensiva contra
os três Poderes.
“Não é o juiz quem tem de se afastar em nome de sua segurança, mas o
Estado que precisa lhe garantir a vida, prender os autores das ameaças e
assegurar condições para o desbaratamento dessa máfia”, adverte a jornalista
Dora Kramer no artigo reproduzido na seção Feira Livre. “Qualquer coisa
diferente disso equivale a transferir aos bandidos um poder de decisão que não
lhes pertence e pôr de antemão o juiz (ou juíza) substituto sob suspeita ou
risco de morte”.
A operação
concebida por Cachoeira (e aperfeiçoada por um ex-ministro da Justiça) para a
captura das instituições tem de ser neutralizada já. Ou os incumbidos de
aplicar a lei e defendê-la cumprem seu dever sem delongas ou formalizam
publicamente a rendição vergonhosa. Nada justifica a libertação prematura dos
quadrilheiros. Não se pode conceder o direito de ir e vir a quem pretende
usá-lo para obstruir investigações, destruir provas, silenciar testemunhas,
submeter desembargadores e intimidar magistrados.
Cachoeira e seus comparsas têm de aguardar engaiolados a merecidíssima
condenação a longas temporadas na cadeia. Se ocorrer o contrário, como constata
o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, o Estado
Democrático de Direito terá sido algemado pela parceria que juntou o advogado
mais caro do Brasil e um bandido barato, mas com dinheiro de sobra para pagar o
que for preciso para continuar em ação.
Os R$ 15 milhões
que estimulam a inventividade de Márcio Thomaz Bastos, por exemplo. Ou propinas
que amansam figurões do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Ou, como
alertam a revelações feitas pelo juiz Moreira Lima, extorsões e assassinatos.
24/06/2012 - 6:57
São muitos os espantos dos últimos dias –as alianças estranhas, a
meia-sola dada pelo petismo no Maluf, o Valdemar transformado pelo tucanato em
herói da resistência… Embatucado, o eleitor se pergunta: onde termina o caos e
começa o pântano? Numa tentativa de ajudar, o blog elaborou um guia básico de
sobrevivência na selva de 2012. Vai abaixo:
- Candidato: um político cego
que, cheio de pontos de vista, tenta convencer uma multidão de idiotas a
delegar a resolução dos seus problemas a um único cretino. Fala todas as
línguas. São poucos, porém, os que o entendem. É perigoso e anda armado. À
menor desatenção, ele saca sua lábia 171. Quando ouvir um candidato falar em
integridade ética e princípios morais, cuidado com a carteira.
- Coligação: quadrilha de
partidos políticos. Junção de legendas que se acham admiráveis com agremiações
que consideram abomináveis. União que faz a farsa. Quanto maior o bando, maior
o arsenal eletrônico. Toma de assalto a tevê e rouba a cena na sala de sua
casa. Com um mínimo de atenção você verá que o caminho do inferno já não está
calçado de boas intenções. O diabo mandou refazer o calçamento com o apoio da lei
eleitoral e o patrocínio da isenção tributária que torna o empreendimento
gratuito.
- Programa de governo: documento que
anota coisas definitivas sem definir as coisas. Trança projetos e cifras e tece
com eles uma teia de indecifráveis silogismos. Lembre-se: em terra de cego quem
tem um olho é menos imbecil. Tente identificar na peça a senha pra caverna de
Ali-Babá. Ela está escondida atrás das previsões de despesas que vão sair pelo
ladrão.
- Marketing político: a arte de
construir a imagem de um candidato contando mentiras completas a partir de
meias verdades. Alguns tornam-se tão inocentes e virtuosos que, quando você
compara com os antagonistas pecaminosos, lembra das virgens de Sodoma e
Gomorra.
- PT: o pudor que
abandonou a história pra cair na vida. Agora, a legenda dá como todos as
outras. Mas é a única que ainda fica vermelhinha.
- PSDB: Partido da
Salvação de Depravadas Biografias. Em São Paulo, acaba de conceder ao
mensaleiro Valdemar Costa Neto um prontuário novo.
- Lula: um líder que
jamais nega a ninguém o direito de concordar inteiramente com ele. Luta por uma
boa biografia ao mesmo tempo que cuida da unidade dos petistas, que querem o
poder, não um bom nome. Eletrificador de postes, já não lhe dói a idéia de
fazer o papel deFalstaff numa ópera em que o penúltimo ato é o Maluf.
- Paulo Maluf: neo-amigo do rei,
descobriu-se na Pasárgada que sempre sonhou. Uma terra em que os ratos
conseguem botar a culpa no queijo.
- Brasil: um belo ponto no
mapa, ideal para erguer uma nação.
DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo
- 24 de junho de 2012
Muito tem se falado sobre os recentes atos políticos imperfeitos do
ex-presidente Lula.
Ora os tropeços são atribuídos a presumidos efeitos de medicação
decorrente do tratamento de um câncer na laringe, ora a uma suposta crise aguda
de onipotência pós-Presidência da República.
Seja qual for a tese defendida, seus autores partem do princípio de que
Lula sempre acertou e de repente começou a errar sem uma explicação plausível
para as falhas em seu instinto tido como infalível.
Há um assombro geral com a desfaçatez do ex-presidente ao passar por
cima de tudo e de todos, da lógica, dos procedimentos institucionais sem a
menor preocupação com as circunstâncias de seus companheiros de partido e com a
repercussão de suas ações sobre a opinião pública.
Da mesma forma que se acha capaz de submeter processos eleitorais à sua
vontade, não avalia consequências, não dá ouvidos às críticas preferindo
enquadrá-las na moldura da conspiração engendrada por adversários políticos dos
quais a imprensa seria agente engajado.
Falta, nessas análises, um exame mais acurado do ambiente político como
um todo e do histórico de ações de Lula.
Se olharmos direito, não é de hoje que age assim - fez e disse
barbaridades enquanto estava na Presidência - nem é o único a atuar de costas
para o contraditório como se qualquer ação estivesse a salvo de reações.
O Congresso vem construindo há muito tempo sua crescente desmoralização
agindo exatamente da mesma forma: toma decisões que excluem o interesse
público, voltadas para seus próprios interesses como se a sociedade
simplesmente não existisse.
Os escândalos ali produzem no máximo recuos temporários, promessas não
cumpridas e recorrentes avaliações de que o Parlamento é um Poder aberto e, por
isso, vítima de ataques injustos.
Sob essa argumentação os erros se acumulam, mas não cessam. Quando se
imagina que deputados e senadores tenham ciência do repúdio que provocam, eis
que de novo tentam patrocinar uma farra de salários mal saídos de crises em
série decorrentes de farras de privilégios outros.
Lula achou que pudesse descartar impunemente a senadora Marta Suplicy,
aproximar-se de Gilberto Kassab ao custo do constrangimento da militância e do
discurso petista, anular uma prévia reconhecida como legal no Recife, pedir
bênção a Paulo Maluf, direcionar a posição de um ministro do Supremo Tribunal
Federal e administrar uma comissão de inquérito ao molde de seus interesses
como se não houvesse amanhã.
E escolheu agir assim por quê? Porque é assim que as coisas têm
funcionado na política.
24/06/2012
Ora vejam! Ministério da Fazenda, do governo petista, multa banco Rural por causa de operações do mensalão ligadas a lavagem de dinheiro. Eles não ouviram Lula dizer que isso nunca existiu?
José
Dirceu e a petistada toda, liderada por Lula, dizem que o mensalão não aconteceu
e que todos são inocentes. Não é a opinião do Ministério da Fazenda, um órgão
do próprio governo, liderado pelo PT. Não é fabuloso? A pasta manteve a multa
de R$ 1,6 milhão aplicada ao Banco Rural por ocultar evidências de lavagem de
dinheiro.
Então
ficamos assim: o STF até pode inocentar todo mundo se quiser. Mas o próprio
governo do PT garante: aconteceu um crime, e é preciso aplicar a multa. Mal
posso esperar para ver alguns ministros do Supremo tentando provar que a
Fazenda está errada, né? Leiam trecho de reportagem de Flávio Ferreira, naFolha.
O Ministério da Fazenda manteve uma multa de R$ 1,6 milhão aplicada ao Banco Rural por ocultar as evidências de lavagem de dinheiro nas transações do mensalão. A condenação administrativa, imposta em primeira instância pelo Banco Central, atingiu ainda dois ex-diretores do banco que são réus no processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal). Os ex-dirigentes José Roberto Salgado e Ayanna Tenório Tôrres de Jesus foram multados e proibidos de ocupar cargos de direção em instituições financeiras.
O Ministério da Fazenda manteve uma multa de R$ 1,6 milhão aplicada ao Banco Rural por ocultar as evidências de lavagem de dinheiro nas transações do mensalão. A condenação administrativa, imposta em primeira instância pelo Banco Central, atingiu ainda dois ex-diretores do banco que são réus no processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal). Os ex-dirigentes José Roberto Salgado e Ayanna Tenório Tôrres de Jesus foram multados e proibidos de ocupar cargos de direção em instituições financeiras.
A
prática de crime de lavagem de dinheiro é uma das principais acusações do Ministério
Público no processo criminal do mensalão. As punições administrativas do BC
foram aplicadas em 2007, no desfecho das investigações iniciadas no Rural por
conta do escândalo da compra de apoio político. Em seguida, os punidos
apresentaram recursos ao ministro da Fazenda. Em 28 de março, o ministro Guido
Mantega rejeitou as alegações e manteve as penas com base em parecer da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. As punições foram aplicadas a partir
das regras da Lei de Lavagem de Dinheiro.
Segundo
o BC, o Banco Rural deixou de comunicar as autoridades sobre as transações com
fortes indícios de lavagem de dinheiro que envolveram as agências de
publicidade do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. De acordo com as
investigações, o banco e os dirigentes também não tomaram as medidas
necessárias para identificar as pessoas que sacaram na boca do caixa as
quantias destinadas aos beneficiários do esquema. Esse grupo de sacadores foi
composto principalmente por funcionários e emissários de deputados federais.
(…)
(…)
Por Reinaldo Azevedo
23/06/2012
NA VEJA DESTA SEMANA — Aloprados: A montanha que só pariu ratos
Por Rodrigo Rangel e Otávio Cabral:
Na semana passada, a Justiça Federal abriu processo contra nove envolvidos no
escândalo dos aloprados, aquele em que petistas foram presos em São Paulo, às
vésperas das eleições de 2006, quando se preparavam para comprar um dossiê
fajuto que serviria para enredar políticos do PSDB com a máfia que fraudava
licitações no Ministério da Saúde.
A decisão sugere que mais uma jogada
rasteira de petistas interessados em se perpetuar no poder à base de práticas
escusas — entre as quais o mensalão desponta como exemplo mais
degradante — será, depois de seis anos, finalmente punida. Ledo engano. Os
aloprados levados às barras dos tribunais são militantes de baixo escalão e
meros tarefeiros a serviço de próceres do partido. Eles vão responder a um
processo manco, que não esclarece duas das principais dúvidas relacionadas ao
caso: quem encomendou a trapaça eleitoral e de onde saiu o dinheiro que
financiaria a operação.
Se essas questões não forem explicadas, restará a
certeza de que compensa investir no vergonhoso vale-tudo que impera na política
brasileira. Afinal, como castigo, só uma arraia-miúda do PT ficará pelo
caminho.
Os
aloprados — como foram batizados pelo ex-presidente Lula depois de
descobertos pela Polícia Federal — agiram em setembro de 2006 numa
tentativa de implicar o tucano José Serra, ex-ministro da Saúde e então
candidato ao governo de São Paulo, com a quadrilha que desviava recursos
públicos direcionados para a compra de ambulâncias. Os petistas portavam 1,7
milhão de reais para comprar papéis falsos destinados a macular a imagem do
tucano. À frente da ação figuravam assessores próximos de Lula e do atual
ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que à época disputavam,
respectivamente, a reeleição presidencial e o governo paulista.
Essa operação
para atingir os adversários foi um dos muitos tiros no pé disparados pelo
partido, talvez o mais exemplar deles. Em vez de ajudar o PT, o caso, ao ser
revelado, contribuiu para que Lula fosse obrigado a disputar um segundo turno
contra Geraldo Alckmin. Já Mercadante foi derrotado por Serra. As urnas foram
as únicas penalidades impostas aos dois petistas.
O caso, porém, é mais um a
reforçar a suspeita de que órgãos de investigação têm sido usados com fins
meramente políticos - principalmente para livrar cardeais do PT de embaraços
com a Justiça
.
Pressão —
O delegado Edmilson Bruno, que prendeu os “aloprados”, disse que o então
ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, telefonou para a delegacia e
perguntou se o nome do presidente Lula havia sido citado pelos presos (Tuca
Vieira/ Folhapress; Dida Sampaio/ AE)
A
PF concluiu o inquérito sobre o escândalo, ainda em 2006, com o indiciamento de
sete pessoas. Não conseguiu apontar os mandantes do crime nem a origem do
dinheiro que pagaria o dossiê fajuto. Apesar de sobrarem evidências sobre a
participação de integrantes do comitê central de campanha de Lula, o personagem
mais graúdo entre os indiciados foi Aloizio Mercadante.
Os policiais concluíram
que Mercadante seria o principal beneficiário do dossiê, que atingia seu rival
direto na eleição de 2006. O indiciamento do petista foi derrubado
posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal. Restaram, então, só os militantes
usados pelo partido para transportar a mala com notas de real e dólar e
executar o plano. Os cérebros da empreitada ficaram de fora. No auge do
episódio, a Polícia Federal foi acusada de montar uma operação limpeza para
apagar os indícios que poderiam levar aos petistas graúdos. Coube a um dos
delegados que participaram da investigação, Edmilson Bruno, denunciar a trama.
Em depoimento ao Ministério Público, ele acusou alguns de seus principais
superiores hierárquicos de ter feito pressão para impedir que o caso chegasse
ao núcleo da campanha de Lula. Responsável pela apreensão do dinheiro num hotel
vizinho ao Aeroporto de Congonhas, o delegado revelou que até o então ministro
da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, tinha se empenhado pessoalmente no caso,
indagando se os presos haviam citado o nome do presidente Lula.
A
investigação da Polícia Federal deixou mais lacunas que certezas. Seguir o
caminho do dinheiro, procedimento básico em investigações desse tipo, foi uma
das medidas deixadas de lado. Graças a informações enviadas pelo FBI, a polícia
federal americana, os agentes brasileiros souberam que os dólares que faziam
parte da dinheirama apreendida foram impressos em Miami, circularam pela
Alemanha e foram parar numa casa de câmbio do Rio de Janeiro. Lá, foram
comprados por pessoas humildes, os conhecidos laranjas.
A investigação parou
por aí. Não se conseguiu sequer descobrir a mando de quem estavam esses
laranjas. Já a origem dos reais nunca deixou o terreno das hipóteses, embora
existissem duas pistas consistentes dentro do próprio inquérito. A primeira é
que uma parte do dinheiro foi sacada em três bancos de São Paulo, provavelmente
pela mesma pessoa.
Essa conclusão foi possível após os agentes perceberem nas
planilhas da quebra de sigilo telefônico que um mesmo celular, em nome de Ana
Paula Cardoso Vieira, era usado para falar com vários envolvidos no escândalo.
Ana Paula, na verdade, era Hamilton Lacerda, um dos aloprados petistas
encarregados de executar a operação (o CPF da verdadeira Ana Paula foi usado
pelo bando para habilitar o aparelho). No dia da prisão, Hamilton “Ana Paula”
Lacerda teria passado por três bancos diferentes. “Tentamos várias formas de
identificar a origem do dinheiro e não conseguimos”, justifica-se o delegado
federal Diógenes Curado, responsável pela conclusão do inquérito.
A
outra suspeita, de que parte do dinheiro tinha origem na Bancoop, cooperativa
controlada por grão-petistas e usada em outros rolos financeiros do partido,
também foi deixada de lado. Tão logo foi concluído pela PF, o inquérito seguiu
para o Ministério Público Federal. Os procuradores poderiam ter solicitado diligências
para sanar as deficiências da investigação original, mas os avanços foram
pífios.
A abertura de processo na semana passada sugere o pleno funcionamento
das instituições e alimenta a esperança de punição aos culpados. Na prática,
porém, fica a impressão de que, mais uma vez, tudo vai terminar na conta de um
bando de inconsequentes — ou aloprados, como preferem alguns.
Colaborou Hugo Marques
Colaborou Hugo Marques
Por Reinaldo Azevedo
domingo, 24 de junho de
2012
A turma do Romanée
De acordo com o relato do próprio Paulo Maluf a
correligionários, Lula não deixou passar batido o fato de estar na casa do dono
de uma das melhores adegas do Brasil, na já célebre visita do ex-presidente ao
deputado. Disse Lula:
- Ô
Maluf, quando é que você vai me convidar para beber um Romanée
Conti?.
Por Lauro Jardim
OBS: vinho francês que custa
acima de R$ 6.000,00 a garrafa...
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