Crônica do Dia 04/07/ 2012
Eleições e
Lideranças
Os países civilizados do mundo
e, claro, o Brasil incluído aqui, há um pouco mais de 2.000 anos começaram,
pela Grécia Antiga ( isso na Civilização Ocidental), a ter contato e usufruir
das, a meu ver, magníficas vantagens de estarem, em menor ou maior tempo,
vivendo no que se convencionou denominar de DEMOCRACIA; pelo que a própria
origem Grega (novamente) da palavra
indica, governo do povo.
Depois disso, aí pelos idos da estada
de Jesus aqui na Terra, um outro povo e Império muito contribuiu (pela sua
peculiar ideia de democracia para este tipo de regime social. O chamado
Império Romano contribuiu e muito, mesmo porque acabou sendo a base da
civilização ocidental de hoje, com a ideia da REPÚBLICA. Novamente, pela origem
(etimologia) da palavra: RES= COISA; PÚBLICA= DO POVO.
Tanto em um caso quanto em outro,
chegou-se, pela experiência, inclusive, a este tipo de democracia que vivemos
hoje e que é a SUBSTÂNCIA do desenvolvimento da humanidade, em meu
entendimento.
E
essa democracia, essa república, formou-se a partir do seguinte pressuposto:
- seria impossível já naquele tempo e
hoje muito mais, que cada cidadão pudesse ter voz e vez para expressar o que queria ver implantado,
como deveria ser aquele seu chão, onde coabitava com seu povo, de mesma língua,
mesmos costumes.
Dessa necessidade e ainda pelo aumento
constante da população, chegou-se ao consenso de todos votarem, elegendo
REPRESENTANTES seus, que, nos lugares apropriados, pudessem falar por todos.
Essa é a base do que se chama de
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA, com certeza ainda a melhor forma de democracia e que
assumiu, no mundo, muitas outras formas, conforme cada povo: presidencialismo,
parlamentarismo, monarquia representativa, capitalismo, socialismo, comunismo,
e assim por diante. Por algum tempo, muitos lugares acharam que poderia
haver uma “democracia participativa”, onde fossem eliminados os chamados REPRESENTANTES,
e o povo participasse diretamente.
Eu não sei de nenhum lugar do mundo em
que este provável sistema político tenha dado certo. A tendência, quando é
tentada alguma iniciativa neste sentido, é que vire em ANARQUIA- também algo já
tentado em algumas regiões, mas, parece, sem sucesso.
Estes
representantes foram sendo escolhidos, ao evoluir destes regimes políticos, com
divisões conforme suas atribuições, naqueles que comandam ou governam, outros
que fazem as leis, outros que têm a obrigação de fazer as leis serem cumpridas
e, desde então, denominados de EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO.
Chega disso, afinal, aqui não é aula de
História ou Sociologia ou algo assim, até porque fui 31 anos professor de
Português e Inglês apenas e Dentista.
A tentativa era, até agora, chegar ao
entendimento de que, estes representantes que, obrigatoriamente nas
democracias, haveriam de ser eleitos pela maioria dos votos dos chamados
eleitores, intrinsecamente seriam, de alguma forma ou outra, líderes dentro de
suas comunidades, regiões, países.
Na variedade e complexidade de hoje do
sistema político brasileiro, onde é praxe criticar o voto do povo, que o povo elege mal,
e tudo mais, parece ser importante que, para o exercício de um bom voto,
deva-se entender quais são e como são os líderes que ambicionam, legitimamente,
diga-se de passagem, o voto da população.
E aí, quantos forem os comentaristas,
tantas serão as categorias a serem analisadas. Em meu modesto entendimento,
pretendo expor alguns tipos de líderes próprios a estas nossas regiões: quer
dizer, com as características de chegarem ao gosto popular nestas pequenas
localidades da região central do Paraná, Estado da Região Sul do Brasil.
Outros lugares exigirão, por certo,
outras características. Aqui existem alguns modos, desejos e ambições da
população, que foram e são fruto da constituição étnica de nossos lugares: a
ascendência e descendência portuguesa, italiana, espanhola, ucraniana,
polonesa, indígena, africana e, mais tarde, gaúcha, mineira, etc...
Sendo assim, deixo para a análise de
meus poucos leitores/ouvintes, alguns
tipos de líderes que, com suas características próprias, estarão aí nestas
eleições próximas, pretendendo conquistar e angariar o nosso voto.
É provável que, colocando a imaginação
e a memória para funcionar, consigamos vislumbrar candidatos a vereador e a
prefeito com tais semelhanças. Alguns, é provável que devam ser esquecidos pelo
povo, por ostentarem mais vícios e características negativas; outros, talvez
serem valorizados, se a população notar que seu município carece de gente
assim, porque, por óbvio, possuem mais pontos positivos. Claro fica que a
análise é sua, morador de toda esta vasta região, e que isso contribua com uma
análise um pouco mais acurada dos nossos candidatos.
ALGUNS TIPOS DE LÍDERES:
1) O QUE
‘SE ACHA”!
Pode
parecer incrível, mas são muitos os políticos que se enquadram aqui. O poder,
acima de qualquer coisa, envaidece as pessoas. São tantos os áulicos, os puxa
sacos a rodearem algum político de sucesso, que estes acabam se achando
“insubstituíveis”. Imaginam que sempre e sempre o povo os elegerá, pois,
afinal, fez a “melhor administração” do mundo e, portanto, quem deve alguma
coisa, é o país, ou o Estado, ou o Município a eles.
Se sofrem uma derrota, sentem-se
injustiçados, o “povo é traidor, o povo me traiu”, é o sentimento que costumam
cultivar;
2)
O
VISIONÁRIO
Neste
caso, tem dos dois tipos. Afinal, tem
que existir o visionário, o sonhador e, ao mesmo tempo, empreendedor. Desse
tipo de líder/político, é que resultam grandes obras. Não fora um Juscelino, e
Brasília nunca seria edificada. Mas tem, também, o visionário só de sonhos
imaginários e loucos. Estes são perigosos, porque, às vezes, podem conseguir
iludir o povo mais incauto, gastando horrores nos famosos “elefantes brancos”,
que nunca ninguém usará, pois fogem da realidade e da necessidade de seu lugar;
3)
O
QUE TEM O CHAMADO “UMBIGO UNIVERSAL”-
Esse
acha que o universo gira em torno do seu umbigo. Ele é o centro de tudo, só ele
sabe tudo, ele construiu tudo, antes dele era o caos. É perigoso, pois não
reconhece amigos, correligionários, descarta pessoas como quem joga fora um
objeto inútil e, neste caso, inútil por não servirem mais aos seus própósitos.
4)
O
FOGUETEIRO-
Deixem-
me explicar pelo dicionário, para não haver mal entendido, pois existem
basicamente dois significados principais para o termo. Vejam e confiram, se for
o caso:
No
Dicionário Houaiss (fonte= Dicionário
Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa 2.0a) a acepção para a palavra
FOGUETEIRO é:
-
Substantivo Masculino
1 Rubrica: pirotecnia.
aquele que fabrica foguetes
2 Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
contador de vantagens
É
para nós aqui da região central do Paraná, o que chamamos de gabola: ele faz e
acontece, ele já fez e aconteceu, de tudo nesse mundo..., algumas coisas
verídicas, a maior parte fruto de sua gabolice.
Enfim,
ao deparar-se com todos os candidatos a vereadores e/ou a prefeitos, convém a
gente estar atento e tentar identificar qual é o tipo de cada um e, após essa
análise, se merecem a nossa credibilidade e, especialmente, o nosso precioso
voto: é no voto que todos os brasileiros valemos apenas UM, desde o mais rico
ao mais humilde cidadão eleitor.
5)
Deixei
por último um tipo de líder que , imagino, todos devemos almejar, porque o
Brasil está cada vez mais carente por dirigentes assim, em tempos de CPI do
Cachoeira, etc..
Ser líder não é fácil. Um bom líder
precisa saber exercer seu poder, ter carisma e ter humildade. Nem todas as pessoas que trabalham
com outras apresentam essas qualidades, ou possuem tais virtudes. Parece mesmo
ser uma virtude saber exercer o poder de forma democrática, tranqüila e
desapaixonada. Líderes são pessoas que pensam à frente do seu tempo, têm
projeto e aglutinam pessoas em torno da causa que defendem. Para o cientista
político italiano, Norberto Bobbio, em sentido amplo, poder significa “a capacidade ou a
possibilidade de agir, de produzir efeitos”. Visto dessa maneira, toda pessoa
tem poder na área em que atua. Resta saber usá-lo com
seriedade, sem falsos exibicionismos, de “ser levado no gogó” o povo já está
cheio.
Deve
ser alguém que sonhe alto, porém com os pés no chão, sabendo que ajudará a
construir um futuro alvissareiro e melhor para seus eleitores e cidadãos.
Para
nós aqui de Pitanga e região devemos imaginar alguém que traga a esperança e,
ao mesmo tempo, a certeza que podemos muito mais, sem querer parodiar o
presidente Barack Obama em seu slogan “Sim, nós podemos”.
Amanhã tem mais e
um cordial bom dia.
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