Quando realmente assumi a proposta de produzir e manter este Blog, citei, já ao início, que “se queres cantar o mundo, canta primeiro a tua terra”, por entender que, na grandeza inerente a cada ser humano - o que aproxima cada um aos outros de todos os cantos deste planeta, e é a mais pura verdade, é a condição única e inigualável, de humanos. Os habitantes da mais longínqua aldeia da China vivem os mesmos anseios, desejos, sonhos, frustrações e realizações dos de uma metrópole igual São Paulo, ou de uma pequena cidade como a minha Pitanga.
Esta crônica de hoje traz a lembrança de fatos, estórias e história que, por vividas anteriormente, voltam nestes momentos do Brasil e do mundo com muita força. Falo dos sonhos e ideais que os jovens deste país exerceram e mantiveram, especialmente até o início da redemocratização e, sente-se, hoje estão se desvanecendo, provavelmente pela desilusão com os (des)caminhos da política atual.
Nessas lembranças e reflexões, sempre vem-me à mente a figura de um jovem aqui da terrinha. De origem simples, “campesino” (como ele próprio gostava de se apresentar), humilde, de fala mansa, andar firme e resoluto, já, ao primeiro contato deixava antever a liderança que viria a mostrar nas décadas seguintes. Foi importante líder estudantil já no começo do Ensino de 2ºGrau, quando, então, tive a satisfação de conhecê-lo melhor, e atuamos juntos na formação e organização do Partido de oposição (único) à época. Depois disso, voltamos a atuar juntos em outro partido político, de oposição novamente.
Por suas atitudes firmes, defesa intransigente de valores maiores, como justiça social, plenitude democrática, honestidade, aprendi a respeitá-lo. Sempre brincava com ele por termos algo em comum, além dos ideais: a data de 18/05, data de seu nascimento e de meu casamento...
Mais tarde, já adulto, continuou exercendo aquilo que, para ele, era um dom natural - a sua liderança. Ajudou fundar e atuou nas direções de vários Movimentos Sociais e Entidades sem fins lucrativos, que continuam funcionando e bem, espalhados por vários municípios desta região do Paraná. Das reuniões em que participei com ele, lembro muito de sua calma e segurança no trato das coisas discutidas, sempre chegando no horário, com sua bolsa de tecido ao ombro, estampada a figura do “Che”.
Sou daqueles que acham importante os lugares e cidades homenagearem pessoas. Quando as cidades são muito novas, por falta de história, colocam-se nomes de pássaros, de letras, ou seja o que for, às suas Ruas e Praças- pode até ficar bonito- Arapongas/Pr, por exemplo, tem todas as ruas com denominação de passarinhos e muitos admiram isso. Mas, à medida que vai se construindo a história de um lugar, acho mais apropriado que sejam colocados os nomes das pessoas que tiveram destaque e, independentemente de classe social, ajudaram, de alguma forma, a construir esses lugares...
É com o coração partido que farei a afirmação: se ainda fosse um vereador, com total certeza proporia colocar o nome de uma Rua ou Avenida, das bem importantes, tal qual já as têm seus familiares, de ESMAEL TELLES. Tiraria o nome de algum homenageado de alhures (ou algures..., sacanagem esses termos, não?...) e colocaria o desse grande jovem líder que Pitanga criou! Para bom entendedor, o que foi dito já basta... é..., infelizmente, o bom e puro Esmael Telles, se foi muito antes do que sua esposa, filhos, parentes, amigos e a Pitanga em geral, poderiam supor. É a tragicidade do destino, ou, quem sabe, dos desígnios de Deus!!!
Como afirmam os de religião e também creio nessa verdade: saudades eternas!!!
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